5 de jun. de 2012

CONDENADO E CRUCIFICADO

“O Pai, Deus Criador, coloca o seu tesouro, o seu mesmo Espírito de Vida “em vasos de barro” (2Cor 4,7).
Uma das mais úteis coisas divinas que Nosso Senhor nos comunicou foi conceder-lhe que não só nos desse matéria de forte sabor evangélico para orar, mas também nos ensinasse o modo de orar, a fim de tirarmos proveito e progredirmos no “caminho iniciado do divino serviço”.
Sabemos que de muito pouco aproveita alguém rezar como quem passa veloz por cima das brasas. Insiste que – além de ver as pessoas, ouvi-las e reparar no que fazem – cada qual reflita sobre si próprio(a) “para tirar algum proveito”. Contemplamos agora os passos do Senhor, dolorido e alquebrado, no Caminho da Cruz. A pessoa que se exercita empenhe-se em manter, aprofundar e alargar com a graça de Deus, outros três pontos:
- considerar o que Cristo Nosso Senhor padece ou quer padecer em sua humanidade, segundo o passo que contemplo. Como divindade se esconde; como tudo padece por meus pecados
Porque tudo o que se pode conhecer de Deus é manifesto aos seres humanos. Deus o manifestou eles desde a própria criação do mundo, através da inteligência
O Pai, Deus Criador, coloca o seu tesouro, o seu mesmo Espírito de Vida “em vasos de barro” (2Cor 4,7). Nada pode desviá-lo de nós: nenhum dos nossos adultérios e traições (Os 11,1-11); nem sequer a morte (Rm 8,38-39).
Lembrete:
Ele dá ocasião de ser e existir também ao imperfeito, ao necessitado, capaz, porém, de evoluir. Deus não se fecha em Sua Perfeição, mas dá existência ao que vai aperfeiçoando, vivificando, justificando. O Pai faz existir a toda a sua criatura.
Ora, há uma obediência perfeitíssima, uma sintonia fina, uma vontade em absoluta harmonia entre o Filho e o Pai. Assim, ambos decidem atravessar “o vale das sombras da morte” (Sl 23,4). Por isso, decidem mergulhar no abismo de amarguras e dores onde o pecado nos lança para executar nosso resgate. Em conseqüência, Jesus trouxe a presença luminosa do seu amor solidário, indefectível, inaudito, amor que é dom absoluto do Pai, a todas aquelas situações das quais nossa angustiante vivência diz que não há nem saída, nem recuperação. Nesse Espírito, Jesus passou pela Agonia.

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