30 de abr. de 2012

UNGIU PARA A SEPULTURA

“Conduziu-os pelo caminho reto, para chegarem a uma cidade habitada” (Sl 107,1-9).
Preparo-me como de costume. Entro no meu santuário. Invoco o Santo Espírito, acolhendo a sua Presença amorosa. Permaneço em grande silêncio, pacificando-me. A seguir, recordo a matéria do exercício, relendo as passagens indicadas. Procuro guardá-las no coração.
Observo Jesus, depois de Maria de Betânia ter-Lhe lavado e perfumado os pés, que toma a defesa da amiga: “Por que aborrecem esta mulher? Ela fez uma boa ação para mim. Pobres vocês terão sempre com vocês. Ela me ungiu para a sepultura”. Considero: não é Jesus, neste momento, pobre com a pobreza total de quem se situa diante da morte? Rezo.
Jesus elogia a boa amiga: “O que ela fez será narrado onde quer que se anuncie esta boa nova!” (MT 26,13). Hoje está sendo anunciado a mim... Rezo.
Reparo na atitude de Judas: João, que o conhecia bem e sabia que ele roubava da bolsa comum dos apóstolos e de Jesus, também sabe que ele escondia atrás do amor aos pobres com interesse nas “suas economias”. Nem toda boa idéia é do bom anjo. É preciso refletir se o começo, o meio e o fim são todos bons. Se não intromete alguma coisa má ( ou menos boa) nos meus pensamentos.
Lembrete:
Recordo, considerando o gesto de Maria e a defesa de Jesus, como é verdade que “o amor consiste mais em obras do que em palavras”. Amor é doação, entrega, serviço. É esquecer-me para ir ao encontro das necessidades dos irmãos. “Pelos frutos se conhece a árvore” (Mt 7,16).
Chamando-me para viver minhas qualidades e características especiais, Deus colocou profundamente em meu ser um propósito original – a expressão concreta da esperança, de Deus, em e para mim. Minha vida é descobrir em mim mesmo esse propósito original e fazê-lo vida real.
Sento aos pés do Senhor para um colóquio, uma oração mais profunda. Quero deixar-me perfumar para também exalar, pelo mundo afora, o bom odor de Jesus. Termino rezando o Pai Nosso.

29 de abr. de 2012

A CEIA EM BETÂNIA

“Pelos frutos conhece a árvore” (Mt 7,19).
Preparo-me como de costume. Entro no meu santuário. Invoco o Santo Espírito, acolhendo a sua Presença amorosa. Permaneço em grande silêncio, pacificando-me. A seguir, recordo a matéria do exercício, relendo as passagens indicadas. Procuro guardá-las no coração.
Com os olhos da imaginação, acompanho Jesus pela estrada que vai à Betânia, povoado perto de Jerusalém. Hoje, ele vai a uma ceia. Faltam seis dias para a festa de Páscoa dos judeus. É a sua última subida à Jerusalém, antes de sua Paixão e Morte.
Peço a fonte divina de conhecer Jesus, nas suas palavras e atitudes, cheias de sabedoria: e também Maria de Betânia, com suas delicadas atitudes para Ele nesta ceia.
 Vou também a esta ceia que o evangelho me oferece. Lá está Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro ela derrama perfume nos cabelos de Jesus. Contemplo este gesto tão afetuoso que, sem ela saber, antecipa a unção do corpo morto do Senhor. Assim ela expressa a intensidade do seu amor com um presente de qualidade, coisa rara. O bom odor se difunde por toda a casa, a partir da cabeça do Senhor. Paro, admiro e, conforme o meu coração, entro em diálogo amoroso com Jesus.
Todas as criaturas têm um propósito original. Existo para viver entre coisas criadas, para conseguir meu próprio fim, usando ou não usando, desfrutando ou não desfrutando de outras, dependendo se me ajudam ou não para exprimir o meu propósito original.
Escuto o que diz Judas: “Por que não venderam este perfume por uma boa quantia, para dar o dinheiro aos pobres?” Será que o gesto de Maria é esbanjamento? Que impressão me fica da intervenção de Judas? Reflito sobre mim mesmo (a), para tirar algum proveito espiritual.
Meditação:
Para ver quem é Jesus vamos meditar também sobre seu Poder: “Quem é este a quem até os ventos e o mar obedecem?” (Mt 8,26-27).
Esses momentos questionaram profundamente os apóstolos e foram decisivos para que, afinal, confessassem:
“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” (Mt 14,33).
Nós todos, que temos o dom de sermos cristãos, geração após geração temos nos deixado questionar e confirmar em nossas crises pessoais e históricas pela visão evangélica de Jesus caminhando sobre as ondas revoltas, salvando Pedro, acalmando a tempestade, oferecendo aos amigos pescas milagrosas... dessas experiências de vida se alimenta e renova nossa fé.

VIDA INTERNA

Na Índia antiga dava-se muito valor aos ritos védicos, considerados tão científicos que quando os sábios rezavam para chover nunca fazia seca. Foi assim que um homem pôs-se a rezar, conforme esses ritos, à deusa da riqueza, Lakshimi, implorando-lhe que o fizesse rico.
Rezou sem resultado durante dez longos anos, depois dos quais, percebeu de repente, a natureza ilusória da riqueza e abraçou a vida de um desprendido no Himalaia.
Lakshimi falou a ele que dada a natureza daqueles ritos que ele realizava com tanta fidelidade,  mereceria plenamente a riqueza. Mas, em seu amor por ela e seu desejo pelo próprio bem estar, não a dispensou. Se tivesse escolha, o que escolheria? A concessão de seu pedido ou a graça de estar em paz e viver correto internamente?
Para con
Somos responsáveis por nossa própria felicidade ou pela sua ausência, pois a felicidade não depende de causas cegas e independentes de nós mesmos, mas consciente ou inconscientemente, somos nós que preparamos, cultivamos e elaboramos nossos próprios estados de felicidade ou de descontentamento.
Descobri que a felicidade não é algo que acontece. Não é o resultado da boa sorte ou do azar. Não é algo que possa ser comprado com dinheiro ou com poder. Parece não depender dos acontecimentos externos, porém, muito mais, da maneira como os interpretamos. A moral é, de fato, uma condição vital que cada pessoa deve preparar, cultivar e defender individualmente. As pessoas que sabem controlar sua experiência interna são capazes de determinar a qualidade de suas vidas e, isso, representa o ponto mais próximo de ser felizes a que podemos chegar.
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28 de abr. de 2012

JESUS CHORA

“Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43).
Repasso o relato evangélico. E peço o que desejo aqui: “Dá-me, Senhor, ser espaço livre para as tuas idas e vindas! Dá-me conhecer-te por dentro, sintonizando com os teus sentimentos, percebendo o valor dos teus gestos divinos e humanos, ausência e presença! Todos são portadores da Vida, a glória do Pai!”
Preparo-me, lembrando-me de também dispor meu corpo para a oração. Adoto a posição que mais me ajude a estar presente também a mim mesmo (a).  Ganhei este tempo para mim. Tenho a liberdade de dar este tempo para o meu Criador, Senhor, amigo Fiel.
Jesus não leva a mal nossas queixas e incompreensões, e fala a Marta de ressurreição. Ainda desconsolada, Marta confessa a sua fé, ligada a uma esperança remota, nada animadora: “Senhor, tu és o Cristo, o Filho de Deus, o que devia vir ao mundo!” (Jo 11,27). E eu, o que me vem ao coração dizer?
“Jesus chora”, Jesus é bom, mas parece impotente diante de dores e morte como nós. Sua humanidade é bem a nossa. Estamos reduzidos à resignação, ao fracasso diante da Inimiga, a Morte. Mas insisto em olhar para Ele. Ele reza: “Pai, eu te dou graças porque me ouves!” (Jo 11,33).
Diante dos sepulcros da minha gente, dos meus queridos, quero rezar também. Abro-me a todos os famintos, feridos, atormentados, escravizados, excluídos.
Meditação:
E me deixo surpreender pela inesperada ordem de Cristo: “Lázaro, vem para fora!” (Jo 11,43). Ouço a Palavra da Vida, a Palavra Viva daquele que o Pai enviou. Em Seu Nome nos é dada a Ressurreição e Vida. Creio?
Num colóquio franco e honesto é hora de abrir-me para Jesus, o Amigo, e lhe falar sobre estas coisas de morte e de vida, luto e de esperança ...
Procurarei perceber o que o Espírito me concedeu durante a oração.

27 de abr. de 2012

A RESSURREIÇÃO DE LÁZARO

“Lázaro morreu. Estou contente de não ter estado lá, para que vocês creiam” (Jo 11, 14-15).
Preparo-me, lembrando-me de também dispor meu corpo para a oração. Adoto a posição que mais me ajude a estar presente também a mim mesmo(a).  Ganhei este tempo para mim. Tenho a liberdade de dar este tempo para o meu Criador, Senhor, amigo Fiel.
Repasso o relato evangélico. E peço o que desejo aqui: “Dá-me, Senhor, ser espaço livre para as tuas idas e vindas! Dá-me conhecer-te por dentro, sintonizando com os teus sentimentos, percebendo o valor dos teus gestos divinos e humanos, ausência e presença! Todos são portadores da Vida, a glória do Pai!”
Com os olhos da imaginação, vou também consolar a tristeza e a ansiedade das duas irmãs, minha amigas do evangelho.
Aproximo-me, sentindo a sua aflição. Estou perto quando incubem a um empregado ir chamar Jesus, com o recado respeitoso e cheio de esperança: “Senhor, aquele que tu amas está doente!”. O rapaz volta com a resposta de Jesus: “Esta doença não é para morte, mas para a glória de Deus”. Contudo, todos vemos que Lázaro não tem melhora, mas, pelo contrário, piora. O que me ocorre numa situação desta? Como encaro “as demoras de Deus”?
Lázaro vem a morrer e a notícia é enviada a Jesus, que comenta: “Lázaro morreu. Estou contente de não ter estado lá, para que vocês creiam” (Jo 11, 14-15).
Marta só pensa na morte: “Ele morreu! Acabou-se”. E vai dizer a Jesus,  quando Ele chega, quando tudo é inútil: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido!”. Também eu tenho misturado fé e desesperança? Rezo.
Lembrete:
Se eu crescer para ser a pessoa que Deus tem esperado que eu seja, manifestarei o poder de Deus em ação, a glória de Deus. Pois a glória de Deus é a pessoa humana vivente. Se conheço quem é Deus e quem sou, e sou capaz de viver esses conhecimentos, vou rezar de manhã e dar graças a Deus à noite, e tentar preencher as esperanças de Deus em relação a mim e a meu contexto existencial. Rezo.

26 de abr. de 2012

AUSÊNCIA DE JESUS

“Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá!” (Jo 11,26).
Meditemos como procediam as duas irmãs Marta e Maria depois da morte de Lázaro: insistiam na oração humilde e relembravam uma e outras vezes o acontecido, tentando penetrar no mistério da morte do irmão querido, no mistério do silêncio de Deus e da ausência de Jesus. Não se revoltavam nem blasfemavam contra a Providência de Deus. Tinham paciência. Quem está na desolação, esforce-se por ter paciência, que é contrária aos vexames pelos quais passa”.
O que, segundo parece, faltava a ambas era ter como presente como “o Senhor, nesta provação, lhes deixara o uso de suas potências (faculdades) naturais, para que resistissem às várias tentações e agitações do mal, pois poderiam fazê-lo com o auxílio divino que nunca falta. Porque o Senhor lhes retirou o seu muito fervor, o grande amor e a graça intensa, ficando-lhes, contudo, graça suficiente para a salvação eterna”. Depois da tempestade vem a bonança. Deus ajuda sempre.
Como para nós, a desolação passou para Marta e Maria, e a consolação voltou. O Senhor lhes mostrou que Ele era “Ressurreição e Vida”. Trouxe de volta, para o convívio e o apoio delas nesta terra, o irmão tão amado.
Lembrando-nos da palavra do Mestre: “Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá!” (Jo 11,26).
Meditação:
Você vai considerar primeiro que Deus, o Senhor, cria todas as coisas a cada momento. Tendemos a fixar nossa atenção no Bing Bang, no começo mesmo, ou na evolução da vida. Mas Deus continua a nos criar a cada momento.
Ainda que cresçamos a amadureçamos, Deus continua a nos criar do nada, momento a momento da nossa vida. Seu amor apaixonado, criativo, põe fogo no centro de tudo o que sou, Ele é a minha Origem.
Deus me cria concretamente, não em geral. Deus escolheu meu tempo e meu lugar, meus parentes, meus dons. Deus permanece dando à minha humanidade, à minha personalidade e a mim mesmo.
Nossa fé se mostra uma força de Deus que vence o mundo: Pois tudo o que é gerado por Deus vence o mundo, e a nossa fé é a vitória que triunfou do mundo (1Jo 5,4).

25 de abr. de 2012

MARTA E MARIA

“Tempos de seca, tempos de chuva, tempos de consolação, desolação... Aproveitando a ousada comparação de São Paulo” (2Cor 3,1-4).
Como o Senhor escreve “nas tábuas de carne” de nossos corações com “a tinta do Espírito Santo” uma carta de recomendação ao Pai, temos de ler contando com o auxílio das “linhas e entrelinhas”, consolações e desolações.
Marta e Maria esperavam que Jesus, o Amigo, viesse, impusesse as mãos e curasse Lázaro. Mas Jesus demorou-se onde estava. Quando chegou, o corpo de Lázaro já estava, havia alguns dias, no sepulcro. Marta e Maria estavam em triste luto, sofridas com a ausência de Jesus.
Ausência de Deus, demoras do Senhor, aparente fracasso das nossas esperanças e humildes orações! Desolação!
Marta e Maria eram pessoas piedosas. Rezavam. “Embora não devamos mudar os primeiros propósitos durante a desolação, muito aproveita de mudar-se intensamente contra a mesma desolação. Por exemplo: insistindo mais na oração, meditação e em examinar-se muito, bem como nos dedicando mais a alguma penitência conveniente”.
Jesus me convida a pensar que a minha vida é semelhante aos lírios do campo.
O lírio se desenvolveu em determinado tipo de lírio, de determinado cor e forma, e sua beleza e saúde dependeram da primavera e do verão e da permissão do gado do pasto para que crescessem. Do mesmo modo, eu me desenvolvi em determinado tipo de pessoa, de determinada cor e forma. Do mesmo modo, minha saúde psíquica fora muito influenciada por forças à minha volta enquanto eu crescia. E, até agora, todas as coisas criadas deixaram-me viver.
Pedro falou: Deus cria “por amor”, o que significa que Deus quer partilhar Seu amor, ter outros para amar e ser amado. Eu sou inteligente e livre, e por isso posso amar, como Deus, meu Criador, ama.
Sou muito mais importante e mais belo(a) do que os lírios do campo.
Meditação:
Lembremos que embora somos pecadores, Jesus nos ama.
“Afaste-te de mim, Senhor Jesus, pois sou um homem pecador!” E ouvira a resposta-promessa de Jesus: “Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens” (Lc 5,10).

24 de abr. de 2012

FILHO AMADO

“É bom estarmos aqui!”. Mas, como eles, eu também tenho de descer dos lugares altos da consolação para combater o bom combate da fé (1Tm 1,18; 2Tm 4,7).
Leio sem pressa, o texto sobre o Monte Tabor (Lc 9,29-36), invocando o Espírito Santo para que possa compreender e aproveitar.
Preparo-me, procurando entrar em profundo recolhimento exterior e interior, dando-me conta de que não estou só, ando com Jesus.
Peço o socorro do conhecimento íntimo, pessoal de Jesus, que se revela na sua Transfiguração, para amá-lo verdadeiramente e segui-lo lealmente até a Cruz e Ressurreição.
Falam sobre o que iria se passar em Jerusalém (Lc 9,31). É um Novo êxodo: Jesus é o novo Moisés! Pelas águas profundas da morte, é Ele quem nos conduz à Ressurreição e à Vida. Sinto-me livre para tratar com ele sobre as minhas servidões e os meus êxodos, os meus altos e baixos, a minha morte e a minha ressurreição.
Observo Pedro, Tiago e João, despertos da sonolência, deslumbrados. Querem eternizar este momento, se apoderar de tanta consolação, esquecidos de que são chamados a levar aos outros a Boa Nova e a Alegria da Salvação. Querem ficar: “É bom estarmos aqui!”. Mas, como eles, eu também tenho de descer dos lugares altos da consolação para combater o bom combate da Fé (1Tm 1,18; 2Tm 4,7).
Ouço com eles, a Voz do Pai: “Este é o meu Filho amado! Escutai-o!”. Vejo como ele ressoa em mim, a esta altura da minha vida. Rezo conforme o que me vier à mente e ao coração.
No colóquio, faço ao Senhor a oferta da minha vida, suplicando ânimo e coragem espirituais para segui-lo pelo rumo que Ele me inspirar. Encerro diante do Crucificado, rezando, o melhor que puder, o Pai Nosso.
Lembrete:
Jesus convidou os discípulos para “considerar” os lírios do campo; devemos fazer o mesmo.
O lírio não controla o que cresce a sua volta. Quando cresce muito, talvez tenha de lutar pela vida com espinhos ou touceiras de capim. Ou pode ser que grandes girassóis encubram seu brilho. Do mesmo modo, tenho muito pouco controle sobre o que me cerca. Vivo em estruturas incorporadas, em processos políticos. Fico enredado em ganhar a vida, fazer seguro, preparar-me para a doença e a velhice. Não posso mudar o mercado de ações, nem as práticas bancárias, ou a taxação. Não posso fazer os guetos desaparecerem, nem fazer a chuva ácida parar de cair. Quanto do mundo em que vivo é criação minha; quanto é de Deus? Quanto do desenvolvimento de minha vida é criação minha; quanto é de Deus?

23 de abr. de 2012

ESPLENDOR DE JESUS

“Suas roupas ficaram extremamente brancas, de uma alvura tal que nenhum tintureiro desta terra poderia alvejar” (Mc 9,3). Lucas fala de uma “brancura fulgurante” (Lc 9,29).
Preparo-me, procurando entrar em profundo recolhimento exterior e interior, dando-me conta de que não estou só. Estou no Monte Tabor com Jesus.
Leio sem pressa, o texto (Lc 9,29-36), invocando o Espírito Santo para que possa compreender e aproveitar.
Peço o auxílio divino do conhecimento íntimo, pessoal de Jesus, que se revela no Mistério de sua Glória, para amá-lo verdadeiramente e segui-lo lealmente até a Cruz e Ressurreição.
Com os olhos da imaginação, compondo o lugar, junto-me a Pedro, Tiago, João na subida do Tabor, seguindo Jesus. A subida é pesada, mas do alto vejo terras, águas azuis do Mediterrâneo, o lago de Genezaré em forma de cítara! Orar é subir, e do alto posso perceber a beleza da vida!
Contemplo Jesus. Ele procura lugares assim para sua oração em total intimidade com o Pai. E é a Glória do Pai que se projeta sobre Ele. Rosto, corpo, vestes resplandecem. Detenho-me em silêncio admirado. A transfiguração foi efeito da oração, resposta do Pai, no brilho do Espírito. O Pai nos concede uma “cristofania”: a manifestação da verdade da natureza divina na humanidade de Jesus.
O esplendor de Jesus envolve também Moisés e Elias que conversam com Jesus, amigos com o Amigo. Eu também sou chamado(a) à luz desta amizade.
Meditação:
Relembre o que você pretende rezar; isso agora é algo feliz.
Mesmo os grandes santos começam sua oração recompondo-se na presença de Deus. Sempre considere que Deus, seu Criador e Senhor, se mantém atento a você a todo momento e o olha como um terno e amoroso pai e seu filho. Deus o vê como um ungido como seu Santo Espírito para viver para Sempre com Ele no céu.
Apesar disso, o próprio Salomão, vestido de brocado bordado a ouro, não era mais adorável que um lírio. Assim, apesar de tudo que me formou e tável aos olhos de Deus e Deus me ama como sou. Quanto de mim é meu; quanto é de Deus?deformou, apesar de tudo que me deu saúde e infligiu doença – sou precioso e respei

22 de abr. de 2012

GOZAR AQUELE MOMENTO

“...É Ele o resplendor de sua glória, a expressão de sua substância” (Hb 1,1-2).
Pedro, Tiago e João tiveram, diante do esplendor manifestado pelo Cristo, na Transfiguração no Monte Tabor, uma reação de medo e susto (Mt 17,6). Mas susto que se converteu logo em entusiasmo. Pedro queria gozar Aquele momento único. Precipitou-se em propor a Jesus fazer três tendas para abrigá-lo e a seus ilustres visitantes: Moisés e Elias.
Corremos o risco de propor a primeira coisa que venha a nossas cabeças, sem sabedoria nem discernimento da vontade de Deus. Podemos agir como crianças gulosas, tão felizes com o brinquedo novo que não querem saber de escovar os dentes e ir para a caminha.
“Quem está consolado procure humilhar-se e abaixar-se o quanto puder, pensando como pode no tempo da desolação, sem tanto amor ou consolação. Pelo contrário, quem está na desolação, pense que muito pode – com força divina suficiente para resistir a todos os seus inimigos – tomando forças no seu Criador e Senhor”.
A impetuosidade de Pedro não impediu que a graciosa benção do Pai se manifestasse, como Nuvem que agasalha e refresca, trazendo em seu bojo a Água Viva, o Espírito. A voz do Pai se fez ouvir. Podemos, com o dom do Espírito, Pedro e seus sucessores, aprender para nossa vida contemplando o Mistério da Transfiguração: “Nestes dias, [o Pai] falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual fez os séculos. É Ele o resplendor de sua glória, a expressão de sua substância” (Hb 1,1-2).
Meditação:
Se tem tempo, recito o Salmo 139. Mas recordo que Deus não me fez de uma vez, já há muito tempo, quando fui concebido ou nasci. Recordo que Deus continua me fazendo, tem esperanças em relação a mim e deseja que eu continue crescendo no amor até o ponto em que ame tão completamente como Deus ama.
O lírio não escolhe o campo em que vai estar. Quando cresce a partir da semente ou do estolho, encontra-se nesse campo com a argila dura ou a lama mole. Assim, encontro-me em um “campo” – o século XXI, um país, um estado, uma cidade, um bairro, uma vizinhança. Quanto do mundo em que vivo é criação minha; quanto é Deus?

VIDA OCULDA DE JESUS

            Veio Jesus com os seus pais para Nazaré, onde viveu até os trinta anos, obedecendo a seus pais e exercendo a arte de carpinteiro. Nessa cidade obscura, encontra-se a humilde casa que foi habitada pela mais pura das virgens, visitada pelo anjo São Gabriel e santificada pelo Espírito Santo. O Verbo Eterno escolheu-a para poder vir ao mundo, encarnar-se, e passar oculto os nove meses de sua vida fetal.
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21 de abr. de 2012

BRANCURA FULGURANTE

“O seu rosto resplandeceu e suas roupas  se tornaram alvas como a luz” (Mt 17,1-13).
A consolação é uma experiência que se aproxima muito do Mistério da Transfiguração do Senhor Jesus. Quando a consolação me toma, onde fica aquela pessoa que eu era, desolada, sem brilho nem cor, sem ânimo e sujeito à tentação? Na consolação. Como celebrava um alegre canto, “Tudo na vida tem sentido, sentido tem...”.
Jesus tomava – segundo Mateus – suas disposições em vista da sua entrega derradeira, dando “as chaves do Reino” a Pedro (Mt 16,20). E o Evangelista narra: “Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro ,Tiago, e seu irmão, João, e os levou a um lugar à parte, sobre um alto monte. Ali se transfigurou diante deles, O seu rosto resplandeceu e suas roupas  se tornaram alvas como a luz” (Mt 17,1-13).
Marcos descreve o acontecimento com uma linguagem saborosa e doméstica: “Suas roupas ficaram extremamente brancas, de uma alvura tal que nenhum tintureiro desta terra poderia alvejar” (Mc 9,3). Lucas fala de uma “brancura fulgurante” (Lc 9,29).
O Pai consolou o Filho com o testemunho duplo do Antigo Testamento (Moisés, a Lei; Elias, os profetas) e do Novo Testamento (Pedro, Tiago e João): “Este é o meu Filho amado, em quem encontro toda a minha alegria! Escutai-o!” Mt 17,5).
Lucas nos informa  do tema da conversa de Jesus com Elias e Moisés: “Falavam de sua caminhada, que iria se consumar em Jerusalém” (Lc 9,31). Mateus e Marcos nos dizem que foi este mesmo assunto que Jesus abordou com seus três apóstolos na descida do monte: morte e ressurreição (Mt 9,13; Mc 9,9-10).
Meditação:
É esse o Jesus que vive agora. Se você não vem conhecê-lo cheio de alegria e compartilhando sua alegria cheio de exuberância, então você não o conhece, de jeito nenhum. Nos dias que se passaram, você pediu para conhecer Jesus, amá-lo e segui-lo aonde Ele for. Ele vai na plenitude da vida e na alegria humana completa! Se não o seguir em sua alegria, você acabará por achar difícil crer que o segue.
E a segunda coisa para se lembrar: Jesus Cristo vem a seus amigos para a consolação. Isto é, para a consolação deles, não a Sua, embora Ele fosse o que sofreu horrivelmente. Cristo vem como consolador.

20 de abr. de 2012

DOZE CESTOS

“O Monte Tabor. Jesus diz a seus amigos para que se encontrem com Ele na montanha. Aí Ele se materializa e lhes diz: “Toda autoridade me foi dada do céu para “fazer discípulos de todos os povos”, prometendo que, “Eu estarei convosco até o fim do mundo” (Mt 28,16-20).
Chegado o meu tempo de contemplar, farei dele o meu “lugar sagrado” e vou me perguntar: “Aonde vou e o que quero?”.  Então, rezarei minha oração.
Compondo o lugar: uma região despovoada, sem recursos. Ali a multidão e eu também fomos ouvir Jesus. Vejo Jesus acudindo a todos, ouvindo, curando... A hora avança... Peço o que quero aqui: assimilar o jeito que Jesus tem de tratar cada um. Ações significativas só podem nascer de um bom coração.
Lembro do milagre de multiplicação dos pães “Cristo, o povo tem fome”. Os corpos pedem o que mastigar. Jesus atende e nos mostra o que fazer: multiplicar, distribuir. E “todos comeram e ficaram saciados. As sobras encheram doze cestos”. Você também está lá e partilha a alegria do povo. Jesus quer dar de comer a quem tem fome, ele faz o que ensina. O desprendimento do pouco por parte dos discípulos com a presença abençoada de Jesus faz acontecer abundância dos dons. O milagre do serviço e da partilha faz acontecer a alegria. Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito espiritual.
Procurando maior intimidade com Jesus, repasso os momentos principais da minha contemplação, confidenciando-lhe as idéias que experimentei – desoladoras e consoladoras— e respondendo aos apelos sentidos.  Aconselho-me com Ele para dar uma resposta pessoal e concreta a esse Evangelho.
Lembrete:
Em sua humanidade, Jesus triunfou sobre a morte. Abraçou tudo que era humano, sem jamais ser infiel ao Pai, a si mesmo ou a seus amigos. Viveu a vida com retidão e alegria. Agora Ele está confirmado eternamente em sua alegria – para estar com os filhos da humanidade.
Jesus agora vive em uma condição humana sem precedentes. Vive sem mancha nem defeito ou falta, sem ameaça de identidade ou de qualquer tipo de fim. Ele vive essa condição para os outros, para todos os outros seres humanos. Ele tem tremenda felicidade de partilhar essa nova condição humana com cada um de nós. Ele é como um homem inimaginavelmente rico que passa o tempo todo a dar sem parar, a ajudar sem parar. Só Jesus Cristo é Deus e vai para sempre dar e ajudar.

19 de abr. de 2012

MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES

Chegado o meu tempo de contemplar, farei dele o meu “lugar sagrado” e vou me perguntar: “Aonde vou e o que quero?”. Então, rezarei minha oração preparatória.
Compondo o lugar: uma região despovoada, sem recursos. Ali a multidão e eu também fomos ouvir Jesus. Vejo Jesus acudindo a todos, ouvindo, curando... A hora avança... Peço o que quero aqui: assimilar o jeito que Jesus tem de tratar cada um. Ações significativas só podem nascer de um bom coração.
Procuro ver, ouvir, observar atentamente. Como se lá estivesse presente. Os discípulos chegam junto a Jesus e o aconselham: “Manda embora o povo para que possa comprar comida nos povoados”. E eu, o que digo a Jesus numa hora assim? Reparo bem como Jesus sabe que esta hora é tempo do Pai, tempo de quem tem fome de palavra, fome de alimento, é tempo do povo. Reflito sobre mim mesmo(a) e rezo.
Jesus organiza o povo, mandando que se assentem em grupos. Veja como ele age: toma os cinco pães que lhe deram, levanta os olhos para os céus, dá graças, parte os pães e manda que os apóstolos sirvam ao povo.
Eles servem a Ceia. Servem para o maior gesto de amor possível: a entrega d’Ele a nós no pão, no dom da Cruz. Dou um tempo a mim mesmo(a) para admirar, agradecer, aprender.
Continue refletindo e pensando sobre como você viverá sua vida interior. Tenha presente o seguinte: o que você faz é muito significativo não só para você mesmo, mas também para aqueles com quem Deus lhe concedeu amar e ser amado, e mesmo para sua comunidade, nação e a comunidade do povo de Deus.
O que quero: peço ao Senhor o dom de viver a alegria do Cristo Ressuscitado. Peço também o dom de viver agradecido por tudo que é meu mundo, minha vida e eu mesmo. E peço ainda o grande dom de levar a Boa Nova aos outros, de muitas maneiras.
Participar da alegria do Senhor.
Talvez este seja o mais antigo fragmento de hino cristão que temos: desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti o Cristo resplandecerá (Ef 5,14).
Lembrete:
O carpinteiro de Nazaré, o Mestre, o grande colecionador de amigos, sofreu de tudo que era obscuro, destrutivo e fraco em nossa humanidade. Ele sofreu “os tormentos do mal”. E então revelou ser infinitamente mais do que seus amigos e inimigos imaginavam.

18 de abr. de 2012

MÃO NA MÃO

“Guarda o depósito precioso pela virtude do Espírito Santo que habita em nós” (2Tm 1,14)
Prevejo o lugar, a posição corporal, o tempo e o modo de orar, que aqui será a meditação. Acalmo-me. Faço minha oração: “Senhor, que todos os meus desejos e aspirações, tudo o que faço e me acontece seja ordenado puramente em seu serviço e seu louvor”.
O que quero: peço a Deus o dom de sentir-me contente e regozijar-me intensamente, de reconciliar-me internamente, partilhando da alegria e felicidade que Cristo sentiu ao ressuscitar da morte e retornar aos seus amigos para consolá-los.
Do mal é próprio combater nossa alegria e consolação espiritual, trazendo razões aparentes, sutilezas e freqüentes enganos. Repare na atitude dos apóstolos: não sabem como dar pão para tanta gente. O Senhor lhe diz para dar de comer ao povo, e eles só fazem pensar no dinheirão que isto custaria e onde poderiam encontrar uma padaria mais próxima. Entram em argumentos e sutilezas. Aparentemente, só aparentemente, têm razão! Na verdade não contam com Cristo! E Cristo, o Consolador, faz toda a diferença!
Pense seriamente em maneiras de estar em contato com Deus, seu Senhor.
O que quero: peço a Deus, nosso Senhor, que me cumule de profundo agradecimento, a fim de que, quando vir como cada coisa e meu próprio ser são dons, possa corresponder com ação de graças, louvor e serviço. Àquele que compartilha com tanta generosidade.
Assim na vida, na sua vida. Se o Senhor consola e inspira você a entregar-se, a fazer uma boa obra, a começar um empreendimento novo, coisa do seu Reino, negócio do Evangelho, cuidado com as razões aparentes e as sutilezas dos argumentos! Comece com o pouco que Nosso Senhor pôs na sua mão e não se acovarde. Deus é mais! Deus vê e provê! Pergunte a irmã Dulce, Madre Teresa, e a toda gente que você conhece e que tem coração batizado e amoroso! Pé no Caminho, o Cristo Jesus, o Consolador!
Lembrete:
O depósito da Fé foi confiado pelos Apóstolos à guarda dos seus sucessores: Ó, Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado. Evita as conversas frívolas de coisas vãs e as contradições da falsa ciência. Alguns, para segui-la, se desviaram da fé (1Tm 6, 20-21). E também: Guarda o depósito precioso pela virtude do Espírito Santo que habita em nós (2Tm 1,14). Assim os fiéis perseveram na doutrina dos Apóstolos.

17 de abr. de 2012

CONSOLADOR

“Jesus fala as palavras de Deus (Jô 3,34), e realiza a obra de salvação que o Pai lhe confiou” (Jo 5,36).
Vai você pelo Caminho que é Cristo. Vícios, pecados, prazeres deste mundo ficaram para trás ou nunca foram o seu problema. Você sente forte atração interna pelo Evangelho, interesse vivo pelas coisas do Reino, e Jesus é pessoa presente na sua sensibilidade e na sua fé. Você até reza sem susto: “Seja feita a vossa vontade, Pai nosso, assim na terra como no céu”. E você quer tomar uma decisão na sua vida conforme à vontade de Deus, que enxerga de cima e tem olhos de luz e entranhas de amor misericordioso.
Leve em conta que Deus é o Consolador, o “Paráclito”! “É próprio de Deus e dos seus anjos dar verdadeira alegria e gozo espiritual em suas moções, tirando toda a tristeza e toda a perturbação induzidas pelo inimigo”.
Lembra-se do dia em que você se colocou no meio do povo, junto aos apóstolos e a Jesus, na bonita margem do mar da Galiléia, na encosta verdejante? Quando Jesus multiplicou os pães e os peixes. Observe Jesus e compreenderá o Pai. Como Jesus age: Ele não quer que ninguém desfaleça no regresso para casa depois de ouvi-lo. Quer que tenham forças, alegria e ânimo para dar testemunho do que lhes ensinou. Por isso faz o milagre, a partir do pouco que lhe pudemos oferecer. Ele consola, conforta, alimenta, encoraja.
Jesus fala as palavras de Deus (Jô 3,34), e realiza a obra de salvação que o Pai lhe confiou (Jo 5,36). Quem vê Jesus vê o Pai (Jo 14,9).
O que quero: peço a Deus o dom de sentir-me contente e de alegrar-me intensamente, compartilhando a alegria e a exaltação de meu Senhor Jesus.
Lembrete:
Realizaste uma maravilha, Senhor Jesus Cristo, e fizeste sentir-me surpreendido. Meu espírito brilha com Tua ressurreição, ‘e sorrio contigo, afogo-me no riso de teus amigos. Venceste, Senhor, sabemos que venceste! Venceste todo o mal que poderíamos fazer, cada um dos males e todos juntos. Arrasaste o poder da obscuridade e da morte para caminhar pacificamente de novo em nossa própria carne, agora e para sempre. Vem a mim, grande Senhor da vida, como vens para todos os teus amigos. Envia-me a consolar todos aqueles que ao meu redor estão feridos. Vem e envia teus amigos a este nosso mundo cotidiano, para trabalhar cheios de esperança pelo Reino de Deus.

16 de abr. de 2012

LAVOU MEUS PÉS COM LÁGRIMAS

“Se Jesus fosse um profeta, saberia que tipo de mulher o toca!” (Lc 7,39).
Componho o lugar interior da minha oração: entro na casa do fariseu para a refeição, com Jesus, o convidado. Aceito um lugar em torno da mesa baixa. Todos se acomodam nas almofadas.
Indo para a oração, para o meu “santuário”, pergunto-me: “Aonde vou? Para quê?”. Faço minha oração preparatória como de costume, invocando o Espírito Santo. Acolho a Presença. Não estou sozinho!
Peço a graça de conhecer e amar Aquele que neste Evangelho se revela o Mestre da Vida. Ele conquista, no amor, pessoas como nós para mudar de vida com generosidade. Que eu responda aos seus gestos e palavras dando novo rumo à minha vida, com desprendimento e entrega.
Adivinho o que Simão pensa e revela no rosto carregado e irônico: “Se Jesus fosse um profeta, saberia que tipo de mulher o toca!” (Lc 7,39). Ouço o que Jesus lhe diz, querendo acordar-nos do sono da auto suficiência, do julgamento soberbo, da incompreensão desumana: “Não derramaste água para lavar os meus pés. E La lavou-os com lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não me recebeste com a saudação de paz. Ela, porém, cobriu meus pés de beijos. Não perfumaste minha cabeça com aromas. Ela, pelo contrário, ungiu-me os pés com óleo perfumado. Muito lhe será perdoado porque muito amou” (Lc 7,44-46).
Escuto também o que Jesus diz à mulher: “Teus pecados estão perdoados”. Escuto e rezo o que me ocorre no coração.
Meditação:
Sinto-me capaz, com a graça de Deus – a força suave do Espírito --, de dar uma resposta a Jesus que traduza sincero amor por Ele? Eu o amo com a ousadia e a entrega daquela mulher convertida? Percebo como a minha conversão poderá ir se concretizando na minha vida pessoal, familiar, comunitária e profissional? Encontro um apelo a uma mudança verdadeira? A um salto de qualidade?
Concluo com um colóquio, encerrando com minha oração. Quero rever, logo que puder, anotando alguma coisa no anteprojeto de minha eleição ou reforma de vida.

15 de abr. de 2012

PERFUME

“De manhã, muito cedo, Maria Madalena e outras mulheres vão ao túmulo, pensando em quem iria retirar a pedra da entrada. Um anjo lhes disse: “Ele ressuscitou, não está aqui”. Jesus aparece a Madalena” (Mc 16,1-11).
Indo para a oração, para o meu “santuário”, pergunto-me: “Aonde vou? Para quê?”. Faço minha oração preparatória como de costume, invocando o Espírito Santo. Acolho a Presença. Não estou sozinho!
Componho o lugar interior da minha oração: entro na casa do fariseu para a refeição, com Jesus, o convidado. Aceito um lugar em torno da mesa baixa. Todos se acomodam nas almofadas.
Peço a graça de conhecer e amar Aquele que neste Evangelho se revela o Mestre da Vida. Ele conquista, no amor, pessoas como nós para mudar de vida com generosidade. Que eu responda aos seus gestos e palavras dando novo rumo à minha vida, com desprendimento e entrega.
Observo, então, os convidados, Jesus, o fariseu, os seus colegas, a sua família... E Jesus... E eu... Como cada qual parece se sentir? Qual o “clima”? E eu, o que sinto?
Vejo a mulher Maria Madalena que todos conhecem como vendedora de sexo de luxo. Ela se atreve a entrar na sala, traz um frasco de alabastro caríssimo, cheio de perfume de precioso nardo, produto de exportação das montanhas do Himalaia. Ela chora, e banha com lágrimas e perfume os pés de Jesus. Enxuga-os com seus cabelos. Unge-os com o raro perfume. Beija-os. O perfume se expande por toda a grande sala e envolve a todos, a todos toca. Sinto. Percebo o que o meu coração diz. Rezo conforme o que percebo lá dentro.
O Senhor da vida convida você para um tempo de celebração. Agora coloque-se na situação de sair e celebrar. Busque cores e sons alegres, faça coisas que possam tornar os outros felizes.
O que quero: peço a Deus a graça de sentir-me contente e de alegrar-me intensamente porque Jesus Cristo ressuscitou com grande poder e glória.
Lembrete:
De manhã cedo, quando Pedro ouve o relato das mulheres, corre até o túmulo. Ao vê-lo, fica confuso. Mais tarde, estando sozinho, Jesus se apresenta a ele (Lc 24,9-12.34).

SERVIR A DEUS


Um sapateiro veio ao Padre João e disse: “- Diga-me o que devo fazer na minha oração matinal. Meus fregueses são homens pobres que só têm um par de sapatos. Apanho seus sapatos no fim da tarde e trabalho neles a maior parte da noite; de madrugada ainda há trabalho a ser feito, para os homens terem os sapatos consertados antes de irem trabalhar. Agora minha pergunta é: o que devo fazer na minha oração da manhã?”
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14 de abr. de 2012

SINTONIA DE AMOR

“Nisto conhecemos o amor: ele deu a vida por nós” (1Jo 3,16).
Como São Paulo já ensinava nos grupos e escreveu a Timóteo, seu discípulo: “Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que podem instruir-te para a salvação pela Fé em Cristo Jesus. Pois toda a Escritura é divinamente inspirada para ensinar, para representar para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e capacitado em toda a boa obra.” (2Tm 3, 15-17)
Quando você se expõe, na oração, ao Evangelho, contemplando os mistérios da vida de Cristo, você se coloca disponível à Palavra eficaz de Deus. Dispondo-se a ser evangelizado você se faz discípulo(a), querendo buscar e achar a vontade do Pai amado em sua vida. Assim, você vai se deixando mudar, sendo conformado(a) a Cristo. Deste modo você vem a ser filho(a) com o Filho, pelo Filho e no Filho. Você consente em ser movido(a) e inspirado(a) pelo Espírito do filho, da filha (Gl 4,6).
Por isso mesmo, não há como reformar a própria vida ou decidir-se em sintonia de amor e liberdade com o Espírito do Pai e do Filho a não ser se deixando marcar, na oração, pela vida, pela paixão, pela morte e ressurreição do Filho amado: “Esse é o meu Filho amado! Escutai-o!” (Mc 9,7).
Com Cristo eu sou um crucificado; vivo, mas não sou mais eu, é Cristo que vive em mim. Pois a minha vida presente na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2,19-20).
Segundo a minha viva expectativa e a minha esperança, não terei de corar de vergonha, mas a minha certeza permanecendo total, agora como sempre, Cristo será exaltado em meu corpo, seja por minha vida, seja por minha morte. Pois para mim viver é Cristo... (Fl 1,20).
Imitai a Deus, visto que sois filhos que ele ama; vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós em oblação e vítima, como perfume de agradável odor (Ef 5,1-2).
O amor de Cristo nos constrange, ao pensar que um só morreu por todos, e portanto todos morreram. E ele morreu por todos, a fim de que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que morreu e ressuscitou por eles (2Cor 5,14-15).
Lembrete:
Louvado sejas, Senhor Jesus Cristo, Rei da eterna glória! Aleluia! Louvado sejas, triunfante sobre a morte, novamente em pé para partilhar Teu triunfo. Aleluia! Louvado sejas, pois envias Teus amigos a partilhar Teu serviço e Tua vida eterna! Aleluia! Amém.

13 de abr. de 2012

A VIDA DE CRISTO

“Enquanto contemplamos a vida de Cristo, investigando e perguntando em que vida ou estado sua divina Majestade quer se servir de nós. Nosso Deus é amor” (1Jo 4,8).
O Amor se importa, se comunica, se dá. Não fica calado, mas se revela, fala! Jesus é a Palavra total de amor do Pai para nós: a Palavra definitiva, que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14; Hb 1,1-2). A sua encarnação, a sua chegada na nossa carne, a sua Vida, a sua Paixão e Morte e a sua Ressurreição traçam um horizonte para situarmos as nossas vidas. Ele é nosso Oriente ou Sol Nascente (Lc 1,78), dando-nos perspectiva e direção para nos localizarmos e definirmos – responsáveis diante de tanto amor – os nossos passos.
Os Evangelhos nos trazem os gestos e as palavras de Jesus, a Palavra. Esta Palavra se exprime em palavras que nos estimulam e interpelam, em gestos que nos entram pelos olhos até o coração. Contemplar, é deixar-se tocar por estes gestos e mover por estas palavras. É situar-se diante do Horizonte, Cristo, para seguirmos como Caminho, Verdade e Vida, e segui-lo “Vem e vê!” (Jo 1,39).
Sem pressa de ir adiante, vá olhando as pessoas e discípulos que participam de uma vida com Jesus. O rosto sereno, resoluto, grave do Mestre... Sua posição acolhedora, amiga, sem artificialismo... Como ele saúda, sorri: “Shalom! A Paz!”... Como ele se põe a mesa, recita a venerável e amada fórmula da bênção do seu povo... Seus gestos tranqüilos, sem afetação... Sua afabilidade... Sua firmeza...
Caia na conta do que você sente... Reze a partir do que sente... ou adorando, ou louvando, ou suplicando, ou confidenciando, ou silenciando, ou insistindo...
Veja os Apóstolos, os Doze... Não se preocupe de vê-los com seu olhar comum, “externo”. Tome emprestado o olhar de um cego. O cego não vê o exterior de uma pessoa, mas capta o seu interior, se a pessoa está triste ou alegre, apreensiva ou acolhedora, agitada ou pacífica...
Meditação:
João parece pensativo. Repara. Observa. Volta muitas vezes o olhar para o Mestre, Jesus... Pedro se mostra tenso, agitado, pouco à vontade... Tiago, o outro que com Pedro e João foi convidado à Transfiguração e vai logo ser convidado, com eles, à oração de Jesus no Horto das Oliveiras... Como está ele?... Tomé revela apreensão e um humor sombrio. Afinal foi o que exclamou: “Vamos também com ele para morrer em Jerusalém!” (Jo 11,16)...
Jesus é bem aquela Palavra do Pai que não volta sem produzir efeito: “Como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, mas empapam a terra, a fecundam e a fazem germinar, para que dê semente para o plantio e pão para o alimento, assim será a minha Palavra, que sai da minha boca: não voltará vazia para mim, mas realizará a minha vontade e cumprirá a minha determinação” (Is 55,10-11).

12 de abr. de 2012

VAI, VENDE TUDO

“Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres” (Mt 19,21).
Disponho-me como de costume. Não esqueço a minha oração: “Senhor, que tudo o que sou e tenho, tudo o que me deste, esteja, agora, voltado para ti”. Pai, deixo suas palavras levarem minha imaginação até Jesus e os discípulos e discípulas que o escutam.
Peço aqui a inteligência de ter ouvidos de discípulo(a) para a novidade do meu chamado na situação concreta da minha vida atual.
Ouço o que o Senhor diz, refletindo sobre a minha própria vida e sobre o que me sinto movido(a) a fazer pelo que ele me revela neste chamado e neste envio para o serviço do Evangelho do Reino.
 “Indo pregar, direis: “O Reino dos Céus está próximo. Não adquirais ouro, prata e dinheiro. O que de graça recebestes, de graça daí”. Dou atenção a estas exigência da missão do Mestre. Aplico-as, com o conselho dele, à minha atual missão. Qual tem sido minha maior fragilidade no serviço dele?
Sem pressa de ir adiante, deter-se no que lhe tocar, trazendo até mesmo as distrações à oração e, em ordem, começar vendo as pessoas do Reino, refletindo consigo mesmo, procurar tirar algum proveito.
A seguir, atento ao que ressoar em você, tocando-o e movendo-o, esteja pronto a passar à súplica, ou a ação de graças, ou às confidências, ou a manter-se em silêncio, em adoração, ouvindo o que as pessoas falam para tirar algum fruto.
Meditação:
Em relação aos meus recursos materiais (tempo, dinheiro, etc.), lembro-me de deixar ressoar no coração a palavra dele: “Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres” (Mt 19,21).
Como puder e seu coração lhe disser, abra-se a seu Mestre e Salvador. Peça o que lhe ocorrer, conforme você esteja frio, desconsolado, agoniado, tentado ou em paz, confirmado e consolado.
Peço a inteligência Divina para entender que mais preciso para corresponder à vocação cristã e ao chamado concreto d’Ele na minha vida. Pedirei também a graça do despojamento, a Ele, que nesta terra, não teve “onde repousar a cabeça” (Mt 8,20).
Concluindo a oração, recolhendo o que aprendi, vou me exprimir num colóquio, encerrando com o Pai Nosso, dito com reverência de alma e corpo.

11 de abr. de 2012

OVELHAS NO MEIO DOS LOBOS

“Ele é o nosso Deus, e nós o povo sob seu governo, o rebanho que ele conduz” (Sl 16).
Disponho-me como de costume. Não esqueço da minha oração: “Senhor, que tudo o que sou e tenho, tudo o que me deste, esteja, agora, voltado para ti”. Ajudo-me com uma leitura calma das Escrituras. Deixo as palavras levarem minha imaginação até Jesus e os discípulos e discípulas que o escutam.
Peço aqui a ajuda divina de ter ouvidos de discípulo(a) para a novidade do meu chamado na situação concreta da minha vida atual.
Com a minha inteligência, a minha imaginação e os afetos do meu coração, ouço o que o Senhor diz, refletindo sobre a minha própria vida e sobre o que me sinto movido(a) a fazer pelo que ele me revela neste chamado e neste envio para o serviço do Evangelho do Reino.
Recordo como Cristo chamou e chama discípulos e lhes dá autoridade sobre e o poder de curar os enfermos. Como entendo “autoridade” e “poder”, olhando Jesus, que não curou todos os doentes do mundo e nem acabou com nossas tentações? Como será minha missão cristã nesse mundo, diante das doenças e dos males que o pecado causa? Em nome de quem irei adiante na missão? Em quem confiar? Examino-me, rezo, consulto e deixo-me afetar por Jesus. Fui ungido no meu Batismo para a missão: rei, sacerdote, profeta!
“Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos: sede, pois, prudentes como serpentes e simples como pombas”. Palavras do Mestre! Antes de tudo prudência, simplicidade: deixo-me instruir. Reflito sobre minhas atitudes no serviço e na missão. Ajudo-me lembrando esta palavra dele: “Eu te bendigo, Pai, por teres ocultado tudo isto aos sábios... e revelado aos pequeninos” (Mt 11,25). Quanto têm valido para mim, na minha missão cristã, ensinamentos evangélicos como este?
Meditação:
Eu sou vosso Bom Pastor, e vós meu povo, o rebanho dos meus pastos. Eu vos tenho na palma da minha mão. A Sagrada Escritura é a Palavra que eu dirigi. Israel era meu pasto. Eu amava, e continuo amando a terra de Israel. Toda essa terra é meu pasto, dado a meu povo.
Como um criador de ovelhas conhece cada palmo da sua terra, cada colina, cada vale, cada fonte de água, cada caverna, assim eu conheço Israel. Tenho meus olhos continuamente sobre ele, do começo ao fim do ano. Vejo tudo o que lhe sucede, cada prédio construído, cada plantação de árvores, cada colheita; vejo tudo.
Vejo meu povo vivendo desta terra que é meu pasto. Sou o Bom Pastor, e meu povo é o rebanho dos meus pastos. Tenho cada ovelha em minhas mãos. Cuido de cada uma delas, individualmente. Quando elas estão em dificuldades ou passando por necessidades, tudo o que precisam fazer é me invocar, e eu responderei e darei libertação (cf. Jeremias 33,3).

10 de abr. de 2012

REFORMA DE VIDA

“Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira” (Sl 96,1-9).
Estamos destinados para nos sentirmos levados, no Espírito, a vencer a nós mesmos e ordenar nossas próprias vidas, sem se determinar por nenhuma afeição desordenada. Em outras palavras: dar meios de nos preparar e dispor para “tirar de si todas as afeições desordenadas”. E, depois de tirá-las, “buscar e encontrar a vontade de Deus em todas as coisas”.
Você reconhecerá que qualquer divisão da história do sofrimento de Jesus é artificial. Confie, deixando que o Espírito Santo o conduza àquelas partes da experiência de Jesus onde você encontrará o bem maior.
O que quero: pedir dor com Jesus doloroso, angústia com Jesus angustiado, lágrimas e profunda dor pela grande aflição que Jesus suporta por mim.
Isto é: nossas orações, como toda a oração autêntica, ajudam para que o orante, na força do amor divino, possa “em tudo amar e servir à sua divina Majestade”. Um dos principais meios para isto é a contemplação da vida de Cristo, deixando-se afeiçoar mais e mais a Ele e à obra da redenção do gênero humano. Por isso, quem se exercita chega a um momento de se oferecer para ser escolhido. Escolhido para quê? “Para chegar a perfeição em qualquer estado ou vida que Deus nosso Senhor nos der a escolher [eleger]”.
Não há razão alguma para ficarmos parados na vida. Siga o exemplo dos primeiros discípulos, que primeiramente escreveram e viveram a narrativa da Bíblia. Simplesmente recordaram a história passo a passo.
Meditação:
O que quero: peço a Deus tristeza com Jesus triste, angústia com Jesus angustiado, lágrimas e profunda aflição pela grande aflição que Jesus sofreu por mim.
Há momentos de grande decisões, quando a vida e a vocação interiormente percebidas nos dão ocasião de escolher (eleger). Há momentos em que os compromissos lealmente assumidos não deixam espaço pra grandes decisões. Imaginemos uma pessoa casada, com filhos... Esta responsabilidade restringe a sua capacidade de optar. Ou melhor, ela já fez uma grande opção abençoada pelo Pai do céu.

9 de abr. de 2012

CAMINHAR SOBRE AS ÁGUAS

“Toda Escritura é divinamente inspirada” (2Tm 3,16).
É Deus mesmo quem move e inspira os autores humanos: Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal, porque jamais uma profecia se proferiu por vontade humana, mas foi pelo impulso do Espírito Santo que homens falaram por parte de Deus (2Pd 1,20.21). Pois toda Escritura é divinamente inspirada (2Tm 3,16).
Preparo-me para o encontro com o Senhor. Estou diante de Alguém... Acolho com amor e fé a Sua presença. Faço a oração preparatória.
Imagino o lugar: as águas agitadas do mar da Galiléia, a barca açoitada pelo vento. Meu espírito também, muitas vezes, tem ficado assim diante de uma decisão importante para o rumo da minha vida, em horas angustiantes da minha travessia. Em nome de quem eu posso optar?
Penso em Jesus: os seus cuidados com o povo, o seu costume de buscar oração, momentos longos para ficar a sós com o Pai... Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito espiritual.
Discípulo (a), estou na barca de Pedro, combatida por fortes ondas. Tenho medo? O que tenho sentido nas passagens arriscadas da vida?
E Jesus vem caminhando sobre as águas! Você crê? Percebe como o Senhor se faz próximo nas horas das provações? O que tem me movido a ficar fiel à sua opção fundamental? Pedir fortaleza nos vendavais no percurso da vida.
Meditação:
Ouço o que ele diz: “Confiai! Sou eu! Não tenhais medo!”. Ele anima Simão Pedro a caminhar sobre as fortes, a confiar: “Vem!”. Pedro vai, mas desconfia, cede ao medo, começa a afundar e grita: “Salva-me, Senhor!”. Vejo! Jesus pega a mão de Pedro, tira-o das águas.
Quero sentir também a mão de Jesus pegando a minha mão. Não terá sido assim naqueles apertos passados? Sinto-me agora, forte com ele? Amanhã vou lutar contra a desconfiança? Ouço o que Jesus me diz: “Gente fraca na fé. Por que duvida?”.
O vento e o mar se acalmam, obedecendo a Jesus. Com ele podemos fazer a travessia, superar as provações da vida. Todos na barca confessam: “Tu és o filho de Deus!”.

8 de abr. de 2012

A BARCA AÇOITADA DE CARFANAUM

 “Esta palavra é dura, quem a pode ouvir!”, murmuram “muitos” dos seus discípulos” (Jo 6,60).
Preparo-me para o encontro com o Senhor. Estou diante de Alguém... Acolho com amor e fé a Sua presença. Faço minha oração.
Composição vendo o lugar: quer dizer as águas agitadas do lago de Cafarnaum, a barca açoitada pelo vento. Meu espírito também, muitas vezes, tem ficado assim diante de uma decisão importante para o rumo da minha vida, em horas angustiantes da minha travessia. Em nome de quem eu posso optar?
Peço aqui o favor divino de deixar-me mover por um amor que venha do “alto” nas escolhas decisivas. É pelos renascimentos constantes do dia a dia que se concretiza a eleição maior: “Senhor, vosso amor é mais alto que os céus!” (Sl 56,11).
Jesus convida os seus para entrar na barca. Convida a mim também, discípulo(a) como os demais. Ele despede o povo, que queria fazê-lo rei no estilo dos outros “salvadores da pátria”. Retira-se para rezar a sós com o Pai.
Usando a imaginação e a Fé, faço-me presente a este momento. Empenho-me em ver o povo, as águas, a barca, os companheiros, Jesus... Para ouvir o que dizem ou poderiam dizer... Para sentir o balanço das ondas... Para sentir o cheiro do mar...
Lembrete:
A América Latina se encontra ante o desafio de construir um modelo de sociedade economicamente desenvolvida, socialmente justa, politicamente respeitadora dos direitos das pessoas e dos grupos. É necessário sair da situação marcada pela miséria, a exploração, o enorme contraste entre ricos e pobres, os governos autoritários, as torturas e as violações dos direitos humanos.
Seguindo uma longa tradição bíblica, Deus nunca condenou em forma absoluta as riquezas ou canonizou a pobreza, como a situação ideal do homem. As riquezas podem ser sinal das bênçãos de Deus (cf. 1Cor 29,12, Dt 28,11) e a pobreza como sinal de castigo (Sl 37,25; Pd 21,17). Mas as riquezas também podem converter-se em ídolos e levar ao pecado. Por isso os profetas são inequivocamente claros em denunciar os abusos dos ricos, o comércio fraudulento (Os 12,8; Am 8,5), as graves injustiças salariais (Jer 22,13-17). 

VERDADE VERDADEIRA

Embora o homem sempre estivesse procurando a verdade, a sua primeira reação à verdade é hostilidade e medo. Jesus, Buda e outros, criaram uma maneira para aliviar esta situação. Descobriram que as palavras mais fortes de uma língua são “Era uma vez...”. Podemos resistir a uma verdade, mas é impossível resistir a uma estória. Um amigo falou: “Se ouvir com cuidado uma estória, nunca será o mesmo. A estória entrará em seu subconsciente e seu coração chegará à verdade.”
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7 de abr. de 2012

TEMPO TRANQUILO

“Desejei ardentemente comer esta Páscoa com Vocês antes de sofrer, porque eu lhes digo: já não a comerei até que ela se realize no Reino de Deus” (Lc 22,15.16).
Você sabe que “tempo tranquilo” é um tempo de calmaria, quando os ventos não sopram, você não percebe nem consolação, nem desolação a respeito de um assunto a decidir num certo momento da vida. Mas você tem certeza, na Fé, de que precisa perceber a vontade de Deus para acertar. Você reconhece, na Fé, que Ele lhe deixou o uso das faculdades naturais: memória, inteligência e vontade. Há um modo de escolher o rumo a tomar, com várias possibilidades. Contudo, uma regra básica precisa ser levada a sério.
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6 de abr. de 2012

SENHOR, SALVE-ME

“Na sua aflição, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou de angústias. Alegraram-se com a bonança e Ele os conduziu ao porto desejado” (Sl 107)
Começando, preparo meu “santuário” exterior e interior (corpo e alma em oração).
Com os olhos da imaginação, ensinados pela fé, chego junto ao lago, forte, agitado, o mar da Galiléia, onde Jesus acalmou o mar. Aqui, neste lugar sagrado, peço a graça de me confiar e entregar totalmente a Jesus. Ele, que domina os elementos cósmicos – vento e ondas, saberá acalmar os mares agitados na minha vida, ajudar-me a cruzar as horas difíceis e chegar à outra margem, vencendo o medo com a fé.
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5 de abr. de 2012

POR QUE TEM MEDO?

Meu coração está pronto, ó Deus! Meu coração está pronto. Quero cantar, a ti louvar” (Sl 108,1-13).
Começando, preparo meu “santuário” exterior e interior (corpo e alma em oração).
Com os olhos da imaginação, ensinados pela fé, chego junto ao lago, forte, agitado, o mar da Galiléia, onde Jesus dormiu no barco.  Aqui, neste lugar sagrado, peço a graça de me confiar e entregar totalmente a Jesus. Ele, que domina os elementos cósmicos – vento e ondas -- , saberá acalmar os mares agitados na minha vida, ajudar-me a cruzar as horas difíceis e chegar à outra margem, vencendo o medo com a fé.
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- O Evangelho é para mim também. Empenho-me em me sentir convidado(a) a ver, ouvir e observar tudo o que ele me traz. Assim, não tenho dificuldade de entrar na barca. Observo. Jesus dorme, o mar se agita, ondas varrem a barca, ventos fortes a jogam de cima para baixo, de um lado para o outro... Reparo em mim e nos outros nesta hora. Ouço o que dizem: ordens, contra ordens, gritos, silêncios de pavor, e finalmente: “Senhor! Salva-nos! Nós vamos morrer!”.

4 de abr. de 2012

LOUVOR
“Jesus vai ao Templo e vê os ricos que depositam dinheiro no cofre de esmolas. Chega uma viúva pobre e deposita duas moedinhas. Jesus diz: “Esta viúva pobre depositou mais do que todos os outros” (Lc 21,1-4).
“Tempo tranqüilo” é quando você não experimenta agitação de pensamentos, alternância de consolação e desolação, podendo usar suas faculdades livre e serenamente. Pode ser ocasião de acertar com a Vontade do Pai e do Filho, no Espírito, como qualquer outra.
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3 de abr. de 2012

LOUVOR

“Jesus vai ao Templo e vê os ricos que depositam dinheiro no cofre de esmolas. Chega uma viúva pobre e deposita duas moedinhas. Jesus diz: “Esta viúva pobre depositou mais do que todos os outros” (Lc 21,1-4).
“Tempo tranqüilo” é quando você não experimenta agitação de pensamentos, alternância de consolação e desolação, podendo usar suas faculdades livre e serenamente. Pode ser ocasião de acertar com a Vontade do Pai e do Filho, no Espírito, como qualquer outra.
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1 de abr. de 2012

Jesus começa seu trabalho

Os primeiros seguidores
 João 1.35-50
Pouco antes de ser aprisionado, João Batista disse a dois dos homens que o seguiam que fossem aprender com Jesus. Eles O encontraram e começaram a segui-Lo, até que Ele Se voltou e disse: "O que querem?"
Os homens perguntaram se poderiam acompanhá-Lo até o lugar onde estava hospedado naquela noite e ouvir Suas lições. Jesus disse: "Sim".
Os seguidores de João queriam ouvir Jesus, porque João os ensinara a ouvir a Verdade. Ele dissera: "Em breve, chegará alguém maior do que eu. Sigam-No".
Eles passaram o resto do dia com Jesus, aprendendo sobre Deus. André era um dos seguidores. Observou o rosto de Jesus: Seus olhos eram acolhedores e Ele falava suavemente, mas com uma grande força. "João diz que Este é o Filho de Deus", pensou André. "Se Ele é quem temos esperado por todo esse tempo, então eu devo contar ao maior número de pessoas que conseguir."
André foi procurar seu irmão. "Simão!", chamou. "Encontramos o Messias! Venha, eu o levarei até Ele."
Simão não sabia o que pensar, mas foi ver Jesus. Quando Jesus o viu, disse:
"Você é Simão, filho de João, mas será chamado de Cefas, ou Pedro".
Esses dois nomes têm o mesmo significado, querem dizer "pedra". Era a primeira vez que Jesus via Simão. Por esse encontro, ele logo passaria a ser chamado de Simão Pedro, ou apenas Pedro.
No dia seguinte, Jesus resolveu ir à Galiléia. Lá viu um homem chamado
Filipe, que vinha da cidade onde André e Pedro viviam. "Venha Comigo", disse-lhe. E ele seguiu com Jesus.
Pouco depois, Filipe encontrou um amigo chamado Natanael e disse: "Encontramos a pessoa de quem Moisés e os profetas falavam. É Jesus de Nazaré!"
Natanael riu. Nazaré era uma cidadezinha, e ele achava que nada de importante podia acontecer lá. "Pois venha e veja com seus olhos", disse Filipe. O amigo o acompanhou e, quando Jesus o viu, disse: "Eu o conheço, Natanael. Você crê em Deus e se esforça para fazer o que Ele quer". Natanael ficou impressionado. "Como o Senhor me conhece?", perguntou. "Eu o vi sentado sob a figueira, antes que Filipe o encontrasse", disse Jesus.
"Mestre", disse Natanael, "o Senhor é o Filho de Deus, o Rei de Israel."
Jesus sorriu. "Você crê assim, tão facilmente? Pois ainda verá coisas maiores do que essas." 

SABEDORIA DO CORAÇÃO

Um dia um homem sem fé saiu a passear com um amigo. Viram alguém que se inclinava para o chão pegando alguma coisa, sobre a estrada. “Que coisa ele encontrou?” pergunta o amigo. “Foi um pedaço de Verdade”, respondeu o outro. “E isto não o perturba?”, diz o amigo. “Sim, respondeu-lhe o homem. Receio que ele faça daquele pedacinho de verdade, uma crença!”.
            Uma crença é como um sinal de beira de estrada apontando o caminho da Verdade. As pessoas que somente agarram ao poste e à tabuleta, evidentemente não caminham para a Verdade por terem a falsa sensação de já a terem encontrado.
            O Mestre Jesus grava sua sabedoria no coração dos seus discípulos, não nas páginas de um livro. O discípulo, por sua vez, poderá levar esta sabedoria, em seu coração, durante trinta ou quarenta anos até encontrar alguém que possa recebê-la. Esta é a tradição cristã. No princípio, as palavras de Jesus não eram escritas. Seus ensinamentos eram repassados verbalmente entre os seguidores.
            As primeiras comunidades que Matheus, Marcos, Lucas e João dirigiram, repetiam as palavras dos primeiros discípulos de Jesus. Afinal, foram compostos no livro que se chama “Bíblia”. São Jerônimo fez a cópia oficial da Bíblia, no Séc. IV.
            Um santo Mestre sabia que tinha somente um discípulo para ser seu sucessor. Certo dia mandou chamá-lo e disse: “Estou velho, você é quem irá me suceder. Deixo aqui o livro é repassado fielmente de mestre para mestre por mais de sete gerações seguidas. Eu mesmo acrescentei algumas notas que poderão ser úteis para você”.
            Conversaram os dois juntos à lareira. O discípulo aceitou o livro e, em ato determinante, jogou-o nas chamas, pois não tinha paixão por coisas escritas. O Mestre gritou: “Que loucura está fazendo?”. O discípulo respondeu: “E você, que loucura está dizendo?”.
            O sábio fala com autoridade daquilo que ele mesmo experimentou, não cita livro algum. Assim, os primeiros cristãos seguiram a sabedoria despertada em seus corações. Somente mais tarde é que se escreveram livros sobre estas idéias.
            Santo Inácio de Loyola falou: “Se a Bíblia fosse destruída, eu poderia reescrevê-la devido às visões que experimentei”. Porém para nós, pessoas simples, a Bíblia é necessária.
            O discípulo de outro Mestre lia muitos livros. Um amigo perguntou se este discípulo era um sábio e, o Mestre respondeu: “Ele lê muitos livros sim, porém se é sábio, nem sei. Depende como seu coração é tocado”.