10 de jul. de 2013

LIMPOS DE CORAÇÃO

“De graça recebestes de graça daí” (Mt 10,8)
Compondo o lugar interior da minha escuta, da minha contemplação, empenho-me em ver Jesus na encosta da montanha das Bem-Aventuranças. Encontro um lugar entre as pessoas.
Peço a ajuda divina de entender de coração os ensinamentos de Jesus; o dom de amá-lo e segui-lo mesmo quando este seguimento apresentar exigências inesperadas.
Jesus se encontra junto à sua gente, aos que estão dispostos a ouvir o Evangelho do Reino. Procuro vê-lo e ouvi-lo atentamente com os meus sentidos interiores e a sabedoria. Ele diz: “Felizes os pobres de espírito... os mansos... os misericordiosos... os que têm fome e sede de justiça... os limpos de coração... os pacíficos... e os que padecem de perseguição...”.
Esta é a proposta régia, vivida pelo próprio Mestre que a anuncia. Esta proposta vivida faz acontecer o Reino de paz e justiça, de partilha e solidariedade, do amor solidário aos sofredores, amor cheio de misericórdia.
 “Brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai  que está nos céus” (Mt 5,16), diz o Mestre. É como se dissesse: “de graça recebestes de graça daí” (Mt 10,8)... Dar o melhor de mim... Aprender a servir aos irmãos... Lavar-lhe os pés...
Reflito: “Vivo assim? Invisto com tudo o que sou e o que tenho?”. Talvez seja o tempo de acontecerem humildes súplicas e renovada entrega, crescendo na disponibilidade para as obras do Reino.
O destino dos profetas e nos está mostrado. Numa discussão de Jesus com os fariseus e os doutores da lei, Cristo se refere ao estranho destino das lideranças tão prontas a rejeitar os profetas:
Meditação:
“- Ai de vós que edificais os túmulos dos profetas, enquanto foram os seus pais que os mataram. Assim sois testemunhas e aprovais os atos dos seus pais: eles mataram e vós edificais! Eis por que a Sabedoria de Deus disse: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles perseguirão a alguns deles, a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas que foi derramado desde a criação do mundo, do sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o Santuário.

9 de jul. de 2013

AMAR OS INIMIGOS

“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes eu quis reunir teus filhos como a galinha recolhe seus pintinhos debaixo das asas, mas tu não o quiseste!” (Lc13,34-35).
Fica difícil! O céu está carregado, o mar não está para peixe e você tem de tomar uma decisão com hora marcada. Claro, você é uma pessoa de oração e quer se decidir não de acordo com algum sentimento do momento, ou com o que simplesmente parece ser mais razoável... Quer agir conforme a vontade de Deus! Só que o Pai se cala, o Filho parece dormir e o Espírito não sopra nada.  Isto é: você está numa situação difícil. Tem de tomar posição, falta-lhe a clareza de uma “consolação”, que tanto lhe valeu para eleger um rumo da sua vida.
Fique firme na sua orientação fundamental. De início considerar para que nasceu o ser humano: para louvar a Deus nosso Senhor e servir o nosso irmão e salvar-se. Com este desejo, escolher como meio, bom e correto, a fim de ser ajudado no serviço do Senhor e na própria salvação, Deus.
Esta ligação profunda, amorosa com o Senhor e a sua obra, você pode reavivá-la considerando, por exemplo, o Sermão da Montanha (Mt 5,1-48). Talvez, ajude fixar os três pontos:
- Primeiro ponto, as bem aventuranças! A felicidade está na pobreza, no despojamento, lá de dentro, do espírito do coração (“De que vale a você ganhar o mundo se vier a se perder?” – Mt 16,26).
Jesus que ia sofrer? Lucas nos mostra Jesus contando a parábola dos vinhateiros homicidas, uma verdadeira “história simbólica”, que irritou profundamente as lideranças do povo. Eles tentaram até mesmo matar Jesus, apedrejando-o.
- Contudo, você é agente do Reino. A sua vida tem um propósito evangélico: ajudar o Cristo a dar sal, sabor, qualidade evangélica à existência humana, passar por onde ele passou, do jeito que ele passou.
- Finalmente, orando, considere como o Senhor se mostra: “não como transgressor da lei, mas como seu consumador. Assim declara os preceitos de não matar, não pecar contra a castidade, não perjurar e de amar os inimigos”: “Eu, porém, vos digo que ameis vossos inimigos e façais bem aos que vos detestam” (Lc 6,27). 

8 de jul. de 2013

TRÊS DIAS

Como estivesse perto, viu a cidade de Jerusalém, e chorou sobre ela, dizendo: Ah, se neste dia reconhecesses a mensagem de paz! Agora, porém, isto está escondido a teus olhos!” (Sl 19,41-44).
Preparando-me: procuro o melhor lugar que puder para recolher-me e, aos pouco, entro na minha consciência.
Acolho a presença de Deus: não estou sozinho. Invoco o Espírito Santo do Pai e do Filho. Lembro-me: o texto indicado presta-se para uma contemplação evangélica de Jesus limpando o Templo.
Recorde o fato relendo, brevemente, João 2,13-22.
Com os olhos da imaginação, entro na cena, toco o acontecimento: estou nos espaços do Templo tomados por um intenso comércio. Ali também está Jesus, indignado com a ofensa feita ao Pai e aos seus filhos e filhas, impedidos de adorar livremente na Casa de Deus.
- Deixo-me envolver pelo que percebo e escuto. Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito espiritual.
- Se der tempo e a assistência Divina me mover, quererei ouvir João, que esclarece o acontecimento com a evocação da profecia: “O zelo por Tua Casa me devorará” (Sl 68,10).
- Escutarei também Jesus, profetizando mais tarde: “Destruí este Templo e, em três dias, eu o reconstruirei”. Jesus é ridicularizado pelo que afirma: “Este Templo levou 46 anos para ser levantado e tu o reconstruirás em três dias!”. Mesmo nós – os discípulos  --, só depois da Ressurreição compreenderíamos que “Ele falava do Templo do seu próprio corpo”. Jesus é o verdadeiro Templo onde habita Deus.
Ora, aqui Jesus mostra que conhece muito bem as intenções homicidas dos seus inimigos. Por sua vez, eles, tentando apedrejá-lo revelam como o tinham compreendido perfeitamente: Jesus os acusava de tramarem a sua morte.
- Refletirei, então, sobre mim mesmo(a), contemplando meu próprio corpo batizado para tirar algum proveito espiritual.
Que as minhas decisões quanto ao rumo da minha vida sejam mais e mais conformes à vontade do Pai. Rezo o Pai Nosso.

7 de jul. de 2013

COMÉRCIO

“Ergue da poeira o indigente, da imundície levanta o pobre, para fazê-lo sentar-se entre os príncipes, entre os príncipes do seu povo” (Sl 113,5-8).
Preparando-me: procuro o melhor lugar que puder para recolher-me e, aos pouco, entro no “santuário” interior.
Acolho a presença de Deus: não estou sozinho. Invoco o Espírito Santo do Pai e do Filho. Lembro-me: o texto indicado presta-se para uma contemplação evangélica de Jesus limpando o Templo.
Recorde o fato relendo, brevemente, João 2,13-22.
Com os olhos da imaginação, entro na cena, toco o acontecimento: estou nos espaços do Templo tomados por um intenso comércio. Ali também está Jesus, indignado com a ofensa feita ao Pai e aos seus filhos e filhas, impedidos de adorar livremente na Casa de Deus.
Pedido sabedoria divina: conhece Jesus “por dentro”, nas atitudes que ele toma, para me deixar conduzir por Ele na decisão do rumo da minha vida.
- Agora, contemplando, olho para os grandes negociantes, comerciando ovelhas e bois, ou fazendo câmbio de todo tipo de moeda nas suas bancas. Reparo também nos pequenos vendedores de pombas e rolinhas.
Fé que promove a justiça. O objetivo é criar homens imbuídos de uma fé que reconheça a obrigação de trabalhar pela justiça no mundo. “Homens para os outros”, homens e mulheres que vivam a serviços dos outros, em especial dos mais necessitados.
- Jesus chega. Vejo como está indignado, faz um molho de cordas e vai derrubando as bancas dos cambistas, tangendo os rebanhos, expulsando os vendedores do Templo. Reparo nas mesas derrubadas, nas moedas rolando, no tumulto das pessoas, nas reações de susto, raiva, assombro, simpatia... E eu? Como reajo? O que sinto? Alegro-me? Estranho? Censuro? Rezo o que me ocorrer, ou louvando e agradecendo, ou me abrindo em confidências, ou fazendo pedidos e súplicas.
- Ouço o que Jesus diz aos modestos vendedores de pombas e como Ele o diz: “Tirem isso daqui. Não façam da casa do meu Pai um mercado”. Observo como Jesus age com delicada firmeza com os pobres, reservando a sua maior severidade para os poderosos comerciantes.

6 de jul. de 2013

CASA DE ORAÇÃO

“Vós sois o que permanecestes constantes comigo em minhas tentações. Também eu disponho para vós o Reino, como o meu Pai o dispôs para mim, a fim de que jamais comais e bebais à minha mesa em meu Reino” (Lc 22,28-30).
Uma vez, Jesus entrou no Templo. Tomou as cordas. Derrubou as barracas dos ricos cambistas. Moedas rolavam pelo pavimento, gente se precipitava para apanhá-las, a confusão estava formada! Um escândalo! Quem sabe você e eu lá acharíamos aquilo tudo muito violento, muito impróprio e inoportuno! Sentiríamos  ‘espaço vazio”, desolação.
Mas Jesus, muito dono de si, dizia aos humildes vendedores de rolinhas, dons para o sacrifício ritual dos pobres: “Levai isto embora. Não façais mercado da Casa do meu Pai”.
Você e eu, então, lembramos a profecia messiânica: “O zelo por Tua Casa me devora!”. Reconhecemos o Messias! O Filho Único do Pai! Vemos o Templo livre para acolher a piedade dos filhos e filhas de Deus. Não era mais um anexo do Grande Bazar! Voltou a ser, de novo, Casa de Oração de todos! Ficamos consolados! Nós nos alegramos, percebendo como Jesus, tão severo com os banqueiros, sabia ser tão suave e firme com os camelôs, os simples vendedores de rolinhas que, um dia, José comprara para resgatá-lo (Lc 2,24).
Na desolação e na consolação, notando e anotando, pudemos perceber a opção fundamental do Mestre da Vida pelos humildes da terra. Foi aí que nos veio vontade de ser humildes e de servir, na humildade, aos humildes. A nossa linha da vida foi se fazendo evangélica. Estávamos descobrindo e elegendo a vontade do Pai para nós.
Mais tarde, Paulo escreveu à sua igreja: “Não posso louvar-vos” – diz S. Paulo – “vossas assembléias, longe de levar ao que é melhor, elas vos prejudicam. Em primeiro lugar, ouço dizer que, quando vos reunis, o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor. Em parte eu o acredito. É preciso que haja até mesmo cisões entre vós, a fim de que se tornem manifestos entre vós os que são comprovados. Com efeito, cada um se apressa em comer a própria ceia, e, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Não tendes casa para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar os que nada têm? Não, nisto não vos louvo!” (1Cor 11,17-22).
Depois Paulo escreveu sobre os primeiros cristãos, que durante a refeição, tenham comunhão e libertação.
Meditação:
O Salmo do Bom Pastor fala do banquete que Javé serve aos justos. Canta: “Preparas uma mesa para mim, bem aos olhos do inimigo” (Sl 23,5). A mesa da Páscoa do Cordeiro que ele, Jesus, prepara e oferece aos seus é, como a mesa da família, um lugar de reunião e amor: “Façam isto em memória de mim”.

5 de jul. de 2013

CARTA DE CRISTO

“Possamos consolar os que sofrem qualquer tribulação” (2Cor 1,3-4).
Uma carta! Abra! Linhas e entrelinhas. Espaços cheios e espaços vazios. Possibilidade de ler! Se tudo estivesse preenchido, a clareza estaria perdida e a leitura impossível. Na vida: consolações e desolações. Espaços cheios e espaços vazios. É possível ler, “tirar lição” da “carta” que é a nossa vida, que somos nós: “Vós sois uma carta... Carta de Cristo... Escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus Vivo. Não em lajes de pedra, mas em corações de carne” (2Cor 3,1-4). Somos estas “cartas” do Cristo Salvador para o Pai, que é Pai compassivo, Deus de toda consolação. Ele nos consola em toda tribulação, para que nós, por força da consolação recebida, “possamos consolar os que sofrem qualquer tribulação” (2Cor 1,3-4).
“-Pedro, eu te digo que o galo não cantará hoje sem que por três vezes tenha negado conhecer-me” (Lc 22,31-34).
Jesus nos é fiel quando somos infiéis. Ampara a nossa fragilidade e tem paciência conosco. Tolera a temeridade de Pedro e as ambições mundanas de Tiago e João. Vê mais fundo, vê a vocação profunda que o Pai lhe plantou nos corações. Vê como somos destinados a ele: “Somos para Cristo e Cristo para Deus” (1Cor 3,23). Por isso, nesta mesma noite em que foi entregue, ele nos afirmou a sua fidelidade dando-nos participação na fidelidade dele.
Mas ”os espaços vazios”, as entrelinhas, isto é, as desolações não são inúteis. Elas permitem o contraste necessário para lermos o que o Cristo vai “escrevendo” em nós: “claro e escuro”, contraste que dá visibilidade à vontade do Pai para nós, pois permite compreender a lição do Mestre da Vida: “A pessoa chega a bastante clareza e conhecimento pela experiência de consolações e desolações e pela experiência do discernimento dos pensamentos”.
Isto é, não basta experimentar, como todo mundo, consolações e desolações. Para conhecer é preciso notar, observar e perceber. Vamos notando o que nos é dado no espaço claro e cheio de consolação. Vamos aprendendo com o contraste oferecido pelos espaços vazios da desolação. “Linhas” e “entrelinhas” dando clareza ao texto da carta da vida!
Lembrete:
“Nunca mais haverá maldições. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e seus servos lhe prestarão culto. Verão  a sua face, e seu nome estará em suas frontes. Já não haverá mais noite, ninguém precisará mais de lâmpadas, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e eles reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22,3-5).

4 de jul. de 2013

CRER

‘Ao longo do caminho ele bebe da torrente, por isso levantará a cabeça” (Sl 110,1-7).
Lembro-me de criar disposições de recolhimento, encontrar um bom lugar, cuidar de achar uma posição corporal que não canse.
Para começar a contemplação evangélica, vejo, com os olhos da imaginação, o povoado de Caná, o local da festa (certamente ao ar livre), os preparativos, a chegada dos convidados.  Entre eles, Jesus, Maria, os discípulos e as discípulas (elas certamente estavam ali também – ver Lc 8,1-13; 23,49). Se quiser, não deixarei de sentir os perfumes, cumprimentar e abraçar as pessoas, ouvir as músicas de dança, experimentar o sabor do vinho do milagre...
Pedido de graça: aqui será a de conhecer Jesus pelas suas atividades neste casamento em Canã tão especial e significativo.
- Tomo o meu lugar na festa. Olho ao redor. Observo as pessoas: quem são, de onde vêm, qual a afinidade com Jesus e Maria? Olho com calma para todos.
Procuro ouvir o que Maria, discretamente, diz a Jesus. Deixo que ressoe em mim. Ouço as respostas de Jesus. Observo como Ele age, a sua resposta reveladora e definitiva.
“Deste modo Jesus deu início, em Caná da Galiléia, a seus milagres e revelou a Sua glória, e Seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).
Demoro-me diante de Jesus e Maria, com os servidores  e discípulos e discípulas... Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito.
Meditação:
Ó Jesus amável, que me abristes o caminho da perfeita humildade e amor, gravai em meu coração o sentimento de meu nada, que nunca me atreva a faltar à menor de vossas leis, ainda que, para isso, haja de perder a vida e todos os bens da terra, que nunca me ponha a deliberar sobre alguma falta leve; inflamai meu coração em tanto amor vosso, que tudo despreza para só a vós seguir, e seguir-vos no que mais custa à minha natureza, escolhendo a vossa imitação, quando for igual glória de vosso Eterno Pai, antes pobreza que riqueza, antes desprezos que honras, antes trabalhos que descansos, e qualquer gozo do mundo. Esse é meu desejo, e aqui aspiro antes de chegar, mas, como sem vossa ajuda divina nada posso, daí-me, ó Jesus, esta vontade generosa das pessoas que Vos são mais dedicadas, para que também eu siga pelo caminho de vossas humilhações e de vosso amor.

3 de jul. de 2013

SURPRESAS

“Não tem medo de notícias más, seu coração é firme, confia no Senhor” (Sl 112,7-12).
Acalmo-me! Valho-me novamente da minha respiração para pacificar-me Sinto a temperatura do ar que passa pelas narinas. Quente? Frio? Tomo consciência dos movimentos que se produzem no meu corpo, nos pulmões, no diafragma... Aquietando-me, procuro entrar no meu “eu” mais profundo. Procuro dispor-me à comunicação com Deus neste silêncio. Posso imaginar que cada inspiração de ar corresponde ao desejo de Deus de dar-se a mim... E que cada expiração expressa o meu desejo de me entregar a Ele, com tudo o que tenho e sou...
A mudança na vida de Saulo, atesta que ele era um amigo de Deus, com seus bons sentimentos e pensamentos de Saulo, porque pelos frutos se conhece a raiz da árvore. A árvore boa dá bons frutos (Mt 7,16-17). Saulo foi convertido, falou “SIM” ao Senhor Jesus;
Como Saulo se tornou São Paulo sem esperar, assim também foi a vocação de Mateus, que deixou o seu posto fiscal e o seu dinheiro, atendendo, na hora, o chamado de Jesus, que passava (Mt 9,9-11); ou a imensa consolação de Zaqueu, que perdeu o seu apego ao dinheiro e à posição social para acolher Jesus e o Evangelho da Salvação (Lc 19,2-10).
Deste modo, o Evangelho confirma tantas autênticas consolações que recebemos na vida: dons vindos sem que sequer estivéssemos pensando, desejando, esperando por eles.
Visite a “rua da sua vida”, mão na mão de Jesus, o Mestre, e recupere na memória estes momentos de gratas surpresas, cujos frutos você colhe, agradece e põe a serviço dos demais e do Povo de Deus.
Lembrete:
Dou essa sugestão para uma pausa diária para você se fazer presente a Deus, aos irmãos, à vida.
Começar invocando o Espírito Santo, pedindo luz para acolher suas inspirações e recusar as tentações, seduções e insinuações do mal!
A nós descei, divina Luz! A nós descei, divina Luz! Em nossas almas acendei o amor, o amor de Jesus! O amor, o amor de Jesus!
Agradecer, reconhecendo o que aconteceu de bom em mim, nos/as irmãos, no mundo...
O que percebo que pensei, fiz ou promovi de bom, de útil, de evangélico neste dia?
O que testemunhei nos outros e que foi bondade, generosidade?
O que soube dos acontecimentos de minha comunhão, cidade, país, outros país, outros países que foi de valor positivo para o Reino de Deus?

2 de jul. de 2013

CASAMENTO DE CANÁ

“Jesus manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).
Vamos à festa de casamento na roça! O que você espera de uma festa? Encontros, reencontros, risos, histórias e estórias, comes e bebes... Estas são realidades consoladoras em uma festa. O ambiente mesmo causa esta alegria, que pode até ser espiritual. A consolação é espiritual  quando nos faz crescer em fé, esperança e amor.
Pois, se você for até a festa de casamento de Caná (Jo 2,12) poderá, com a luz de Deus, ver a glória manifestada pelo Senhor e saber o que é uma consolação precedente nos próprios pensamentos e sentimentos. Observe o comentário de São João.“Jesus manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).
- Tomo Maria como companheira de jornada. Vou repassando com ela as etapas da sua vida. Observo como ela permaneceu sempre fiel ao “Faça-se”, seu “Sim!” inicial! Com carinho, procuro escutar, entre os cantos, risos e conversas na festa de Caná, como ela resume a sua vocação de serviço no conselho sábio que nos dá: “Fazei tudo o que ele vos mandar” (Jo 2,5). Aproveito para manifestar-lhe o que necessito aprender de Jesus neste momento da minha vida. Que parte deste “tudo” que me toca e é preciso cumprir?
“Ouve o que estão dizendo, ou o que eles poderiam ter a dizer”
Prestar atenção: À sua conversa familiar, suas orações em família, seus silêncios em família; Maria conversando com suas amigas; José combinando serviços na festa; Jesus conversando com seus companheiros;
Contemplando os mistérios da vida de Cristo, devo ser, sentir, saborear tudo o que ele é, tendo presente que Ele está realmente vivo neste momento, encontrando Nele – e não em alguma espécie de análise cerebral – a sua bondade, o seu amor, a sua abnegação, a sua santidade.
Vou concluindo meu exercício de fé e esperança. Respondendo às inspirações que o Espírito me suscitou, num diálogo peço ao Senhor que me faça ver, claramente, o que há de novo no meu chamado, na minha vocação neste momento. Como ele quer que eu o concretize? Confio-me a Ele. Rezo o Pai Nosso: “ seja feita a vossa vontade...”.
A seu tempo, “noto e anoto”! Alcancei, de algum modo, a graça pedida? Preciso de força divina para emendar-me em algum ponto?

1 de jul. de 2013

AONDE VOU? PARA QUÊ?

“Não tenha medo! A Deus nada é impossível!” (Lc 1,30.37).
- Rezo a minha oração, nunca deixando de invocar o Espírito Santo.
Com os olhos da imaginação, vejo como Jesus vai percorrendo as cidadezinhas e os povoados da sua terra, chamando para segui-lo “aqueles que Ele quis” (Mc 3,13). Parece que Pedro e André foram chamados por duas ou três vezes até que aceitaram o apelo. Filipe e Mateus acolheram logo na primeira vez. Chamou os outros, dos quais não temos muitos pormenores. Chamou os 72 discípulos, que enviou dois a dois. Chamou o grupo amigo das discípulas. E entre as muitas mulheres chamadas, podemos contar Maria, sua Mãe!
Peço, então, favor da escuta, da atenção constante ao chamado, o dom da generosidade na resposta, pois todo o chamamento verdadeiro continua a ser “chamado novo”, que dura e se perpetua na história da pessoa.
Vivemos, na imaginação, os pormenores da vida cotidiana em Nazaré; Como Jesus, Maria e José surgem diante de nossos olhos em tempos diferentes, à medida em que Jesus cresce e eles ficam mais velhos: seus rostos, corpos, mãos; Como o seu lar é mobiliado pela carpintaria de José, a decoração interior de Maria e os pequenos objetos feitos por Jesus. As roupas que Maria faz para eles;
A sua horta, flores e árvores; A cidade, os vizinhos e o cenário.
Observar: Maria cozinhando, indo ao mercado, carregando a bilha à fonte da cidade, trazendo um gole fresco a José na carpintaria; José trabalhando e ensinando a Jesus o ofício de carpinteiro;
Rezo o chamado, considerando a vocação de Maria, Mãe de Nosso Senhor:
Meditação:
Vou me fazer presente junto a Nossa Senhora, considerando a dúvida. Toda vocação pede um discernimento pessoal, para ouvir claramente a voz que chama. Por isto Maria, casinha de Nazaré, pergunta: “Como se fará isso se não conheço homem?” (Lc 1,34). Na incerteza, Maria procura em Deus a solução. Reza, dialoga, apela a quem pode esclarecê-la. Na resposta do mensageiro, encontra conforto: “A força do Espírito te envolverá” (Lc 1,35).
Reflito sobre mim mesmo(a): o que é de novo, hoje, no meu chamado? Alguma dúvida me abala? Dou atenção ao meu Jesus, que me diz: “Não tenha medo! A Deus nada é impossível!” (Lc 1,30.37).