30 de jun. de 2013

ELEITOS

“O que existia desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, e contemplamos, e apalparam as nossas mãos, relativo à Palavra da vida... Estas coisas vos escrevemos...” (1Jo 1,1).
O nosso onipotente e bom Senhor nos chamou, escolheu, isto é, “elegeu”, para a vida. Depois nos chamou, escolheu, isto é, “elegeu”, para integrarmos o Corpo de Cristo, sermos os seus Eleitos, partes vivas do Povo de Deus, Santos pelo Batismo. Reconhecer a graça de estarmos vivos e sermos batizados é aceitar esse chamado, essa escolha, é fazermos “eleição” no plano de Deus pelo que sabemos será vontade carinhosa do Pai das Luzes.
Da parte do Pai nosso, esse chamado, essa escolha, isto é, “eleição”, é imutável. Nós, eleitos como filhos no Filho, podemos viver, na fidelidade, o dom de sermos membros do Povo Eleito. Está aberto para nós o dom da “eleição imutável”. Somos “os fiéis”. Respondemos lealmente ao Amor Fiel.
Vale a pena, portanto, tratarmos de “buscar e achar a vontade de Deus na disposição de nossa vida”. A condição básica para acertar numa eleição boa e sadia dessa beleza e dessa importância é a humildade perfeita. Tal humildade é uma consolação viva e profunda, pela qual ainda que me fizessem dono de todas as coisas criadas do mundo, ainda que me custasse a própria vida, eu não aceitaria sequer discutir em cometer ou não cometer pecado. Finalmente, que me venha a força de tal desejo de mais imitar e assemelhar-me de fato a Cristo nosso Senhor, a tal ponto que, sendo de igual louvor e glória d’Ele tomar um ou outro caminho, eu tenha a liberdade interior de dizer: “Quero e escolho mais pobreza com Cristo pobre do que riqueza; mais injúrias com Cristo injuriado do que honras. E também desejo ser considerado inútil e louco por Cristo, que primeiro foi tido por tal, antes de ser tido por sábio e prudente neste mundo”. Aceito essas idéias se são vontade de Deus na minha vida. É viver com Cristo Crucificado.
Lembrete:
Só uma constante relação com o Jesus “histórico”, só uma repetida meditação sobre os mistérios da sua vida, e só uma crescente atenção à sua palavra podem produzir o tipo de imitação de Cristo que sabe o que está fazendo e assim passa à viver a vida de maneira correta.
Senhor Jesus Cristo, ajudai-me a descobrir-vos como pessoa viva, vós que concentrais e unificais todos os meus desejos e dais sentido à minha vida, pelo dom total de mim a vós e o sair de mim mesmo que esse dom exige. Dai-me a força divina para trabalhar arduamente convosco sem me procurar a mim mesmo – para viver o Reino em sua plena realidade. 

29 de jun. de 2013

VITÓRIA

“Faz a estéril moral na sua casa como alegre mãe de filhos” (Sl 113,9).
Preparo o lugar sagrado. Acolho a presença amorosa do Senhor. Procuro sentir-me em comunhão com todos os sons e barulhos ao meu redor, na paz. Convido-os a glorificar, comigo, o Senhor. Pergunto-me: “A que vou e o que quero?”.
“O que vou contemplar?” Recordo como Jesus foi tentado três vezes pelo inimigo nas tentações do deserto.
Jesus não veio para que os anjos o conduzissem na conquista da fama e para ter um grande nome como os poderosos desta terra, mas para dar a conhecer o Nome do Pai, dar-nos o nome de filhos e reconduzir-nos a Ele até sobre seus ombros.
Jesus não veio para possuir, dominar, fazer-se centro, mas para colocar os últimos e mais abandonados no centro. Ele veio para servir, e não para ser servido. Para dar a vida, não para explorá-la.
Reflito e observo, na presença do Absoluto da minha vida. Não seriam as tentações e Jesus as minhas tentações, as tentações dos seis seguidores? Reconheço as minhas fragilidades, pedindo que o Espírito me conceda esta vitória. Procuro ver, com o Mestre, as reais motivações das minhas escolhas e ações. Como, no Espírito de Jesus, tenho resistido e vencido as tentações?
Entro no colóquio com exame, súplica, louvor, agradecimento... Tantas vezes, com amor atuante. Ele me inspirou na caridade de Cristo.
Lembrete:
A misericórdia é a minha grande qualidade. Assim como saíste do meu seio, tens a mesma disposição de coração. Herdaste minha natureza. És misericordioso, e isto faz parte do teu caráter celeste.
Muitas vezes me decepcionaste fazendo o que era errado. No entanto, sempre que vieste a mim, eu te perdoei. Estendi para ti minha mão misericordiosa como o pai do filho pródigo do Evangelho (Lucas 15,20). Jamais te rejeitei nem uma única vez quando vieste em busca de compaixão. Eu te faço graça mesmo quando não me pedes. Quero que sejas assim com os outros.
Podemos, também, pensar na vida de São José. Tomemos a consciência do trabalho e do desapego de São José. Podemos imaginar a perfeição das suas obras.
Não trabalhava em produzir obras de arte, mas em aplainar uma tábua e um madeiro, em serrar um tronco, em servir um cliente, em consertar um móvel; enfim, naqueles afazeres próprios de um carpinteiro.
Outro caráter da vida de José é a obscuridade. Na vida de silêncio e trabalho, José, o operário, combateu, pelo bom exemplo, nossa ambição e nosso orgulho, que consiste na inclinação desregrada que todos nós temos, de ser conhecidos, considerados e honrados.

28 de jun. de 2013

ATITUDE DE JESUS

“Quando alguém te incomoda ou contraria, perdoa-o imediatamente. Isso somente é possível com a misericórdia. Recebeste uma provisão de compaixão, e deves utilizá-la. Caminharás assim sobre minhas trilhas. Quando compareceres diante do tribunal de Cristo, terás necessidade de misericórdia. Naquele dia, terás misericórdia na medida em que a tiveres tido com o teu próximo: “Do mesmo modo que julgardes , sereis também julgados” (Mt 7,2).
Preparo o lugar sagrado. Acolho a presença amorosa do Senhor. Procuro sentir-me em comunhão com todos os sons e barulhos ao meu redor, na paz. Convido-os a glorificar, comigo, o Senhor. Pergunto-me: “A que vou e o que quero?”.
“O que vou contemplar?” Recordo como Jesus foi tentado três vezes pelo inimigo: “Aproximando-se dele, o tentador disse-lhe: se és o Filho de Deus, diz a estas pedras que se mudem em pão... joga-te daqui para baixo... Tudo o que vês eu te darei se , prostrado, me adorares!” (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13).
Com os olhos da imaginação, procuro rever o momento anterior às tentações. Eu me coloquei com Jesus na fila dos pecadores. Ele comungava com a massa humana e, ao mesmo tempo, estava unido ao Pai, de quem flui toda comunicação amorosa: “Meu Filho, eu te quero bem!”. Agora, este Filho amado sofre as tentações da solidão.
Vou contemplar Jesus tentado para conhecer, internamente, a pessoa de Jesus. Peço esta sabedoria divina.
Agora, faço-me presente, acompanhando Jesus no deserto.
Vejo e ouço cada uma das três propostas do tentador.
Reflito sobre mim mesmo(a), observando a sábia e inigualável atitude de Jesus diante de cada tentação. Ele se firma no Absoluto de Deus, seu Pai, e trata sempre de cumprir a vontade do Abbá, meu Pai!
Lembrete:
Como posso saber que minha oração é verdadeira e não está cheia de ilusões?
Fácil! Pelos frutos se conhece a árvore, disse nosso Mestre e Senhor Jesus (Mt 7,16).
Se minha oração me muda para os outros, se fico melhor para a salvação do mundo, mais disposto para toda a obra, então minha prece é boa e sadia. Se fico rezando para que o mundo seja como “eu” quero, então esta oração é egoísmo disfarçado e venenoso. Mas a experiência e a doutrina cristãs ensinam que a oração é remédio para a própria oração: Senhor, ensina-nos a rezar! (Lc 11,1).

27 de jun. de 2013

VONTADE DE DEUS

“Celebrai o Senhor, porque Ele é bom, pois eterno é seu amor” (Sl 118,1-5).
Fazer a respiração de olhos fechados, colocando toda a atenção no ato de inspirar e expirar. Inspirar suavemente, sem fazer barulho pelas narinas, e expirar suavemente. Isso requer um esforço lento, regular e tranqüilo, relaxando todos os músculos ao exalar o ar. Se houver algum incômodo ou ânsia na respiração, suspender o exercício. Respirar sempre por ambas as narinas.
Em toda boa eleição espiritual... é necessário que todas as coisas sobre as quais eu queira fazer eleição sejam indiferentes ou boas em si, aceitas por Deus, não sendo nem más nem repugnantes a Ele. Decisões importantes da nossa vida são aqueles momentos em que o Espírito nos leva a buscar e achar o que o Cristo Jesus nos propõe para o nosso maior bem e para a alegria do Pai Nosso.
A esta altura, muito apropriadamente, contemplamos Cristo, nossa Cabeça, vencendo as tentações. Talvez todas se resumam numa: colocar-me no centro dos julgamentos e decisões. Do que vale e não vale para mim. O sinal disto é começar as frases com esse famoso “eu”, ou “para mim”. Isto equivale a fazer o jogo do mal, que tenta nos levar ao que nos satisfaz (matar as nossas fomes com milagre), ao que nos parece eficiente (pular lá do alto e “forçar” uma intervenção dos anjos, pondo Deus à prova) ou a adotar os métodos do Príncipe deste mundo (“Tudo isto te darei, se prostrado, me adorares”).
Procuremos a lição e proveito nas atitudes e respostas de Cristo, que fica firme na busca da vontade do Pai (“Só a Ele adorarás”). Assim, o nosso olhar se desloca de nós mesmos e das nossas conveniências para se centrar no que o Pai tem a nos dizer no seu Espírito, o mesmo Espírito que anima os irmãos e irmãs na Comum União com Deus. Então, já não giraremos em volta de nós mesmos, mas iremos para Deus.
Meditação:
Senhor Jesus, que choraste com os que perderam um ente querido. Tu te admiraste da fé e confiança alheia. Tu irradiaste consolação quando o Pai confirmou todas as Tuas escolhas. Senhor, conheces os desertos e os jardins de meu coração humano. Conduze-me por seus labirintos, até que também eu irradie a confirmação de Deus.
Meditemos como os amigos de Jesus cumpriram a vontade de Deus:
Bem perto dali, Jesus chamou também a Levi, ou Mateus, o publicano. Jesus tinha ido de “barco” para “a sua cidade”, Cafarnaum (Mt 9,1), onde curara o paralitico, perdoando os seus pecados e causando admiração nas “multidões que glorificaram a Deus, que dera tal poder aos homens” (Mt 9,8), quando “...indo adiante [“para casa” – v.7], viu um homem chamado Mateus sentado na barca de coletor de impostos e disse-lhe: ‘Vem e segue-me!’. Este, levantando-se, o seguiu” (Mt 9,9).

26 de jun. de 2013

O QUE DESEJO

“Volta, minha alma, à tua paz, pois o Senhor te fez o bem” (Sl 116,6-8).
Sentados na cadeira. Deitados no chão. Pés apoiados no chão. Mãos sobre as coxas. Coluna reta. Inspire e expire, colocando a atenção na temperatura do ar. Sinta o toque, quando inspira e o seu toque, quando entra, calor quando sai (o educando é que deve notar isso).
Em toda boa eleição espiritual... é necessário que todas as coisas sobre as quais eu queira fazer eleição sejam indiferentes e desapegadas ou boas em si, aceitas por Deus, não sendo nem más nem repugnantes a Ele. Decisões importantes da nossa vida são aqueles momentos em que o Espírito nos leva a buscar e achar o que o Cristo Jesus nos propõe para o nosso maior bem e para a alegria do Abba, o Pai Nosso.
De fato, não é possível agradar ao Mestre das nossas vidas, Jesus, nem andar conformes às entranhas de misericórdia do Pai Nosso se ferimos e ofendemos o Corpo de Cristo, quer dizer, nossos amigos.
Toda boa eleição espiritual é uma busca da vontade formosa do Pai de toda consolação para a própria vida. Não se trata, primeiro, decidir ser casado ou solteiro, religioso ou padre, ou pastor, de assumir esta ou aquela tarefa e missão, e só depois pedir a benção do Abbá. Primeiro devemos perguntar-lhe o que Ele nos inspira no seu amor! Afinal de contas, é Ele a fonte dos carismas, e todo dom é uma fonte que tem em vista a edificação do Corpo de Cristo dessa geração.
Considere com freqüência que todos os que crescem em santidade levam uma vida plena de liberdade. Vivem com sinceridade. Escolhem agir generosamente para com Deus.
O que quero agora: quero conhecer melhor Jesus, para amá-lo e segui-lo de todo coração.
Meditação:
“Levantai, ó portas, os vossos frontões, erguei-vos, portas antigas, para que entre o rei da glória. Quem é este rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso no combate.” (Sl 24,7-10)
Eu, o Senhor, Deus, ordenei a todo obstáculo que se levante para que eu, o Rei da glória, pudesse entrar e reinar na tua vida e na dessa geração. Pois esta geração que buscará a minha face e se elevará até minha presença elevando suas mãos inocentes em toda honestidade e verdade e um coração puro livre de más intenções.

25 de jun. de 2013

FILHO AMADO

“Chegou o tempo! Fazei penitência! Está próximo o Reino! Preparai os caminhos do Senhor!” (Mt 3,2-3).
Vou me recordando do Batismo de Jesus por João Batista nas águas do Jordão.
Peço aqui a graça de um conhecimento profundo de Deus, manifestado por Jesus e em Jesus, nas águas do Jordão.
Junto as águas fundas e rápidas do Jordão, encontramos João, o Batista! Há muita gente! De todo tipo! Também os fariseus e os saduceus! Também eu!
Ouço João dizer: “Chegou o tempo! Fazei penitência! Está próximo o Reino! Preparai os caminhos do Senhor!” (Mt 3,2-3). Ouço... Responde...
Bem perto de mim, Jesus, o Inocente, assume o peso de toda maldade: a de ontem,  a de hoje e a do porvir!
Com os olhos e os ouvidos que somente a Fé pode me oferecer, além do Batista, de mim mesmo, do povo, abro-me à manifestação da Trindade:
Os Céus se abrem! O Pai também a mim me diz: “Este é o meu Filho muito amado, em quem ponho toda a minha afeição!”.
Contemple na beira do rio, molhado, Jesus, o Filho, manso e humilde de Coração!
Unindo os dois, vindo do Pai, e pairando como Benção Eterna sobre o Filho, Laço Incriado de Caridade, O Divino Espírito tomou a aparência corporal de uma pomba, pássaro símbolo do amor em Israel (Ct 6,9).
Meu Batismo foi “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”! Na Fé, deixo-me banhar por esse amor da Trindade Santíssima! Rezo ou adoro conforme me ensinar o coração!
Lembrete:
Algumas grandes orantes oram com o calendário. Consideram o que fizeram por Deus e o que fazem agora. Analisam o que está para vir e perguntam o que devem fazer por Deus. Pode haver melhor oração que essa?
Agora – desde que continuemos sob o olhar de Deus – oramos enquanto pensamos, imaginamos, refletimos, sentimo-nos embaraçados e nos regozijamos. Em especial se nos voltamos para Deus e falamos com Ele – Senhor, Vós sabeis – principalmente então, sabemos com certeza que oramos.

24 de jun. de 2013

RIO JORDÃO

“O Reino de Deus está próximo! Farei penitência e crede no Evangelho!” (Mc 1,16).
Vou me recordando do Batismo de Jesus por João Batista nas águas do Jordão.
Peço aqui o benefício de um conhecimento profundo de Deus, que vai tornando visível a sua obra de Salvação do Mundo no batismo de Jesus.
No Coração Imaculado da Mãe, tanta preocupação, certa angústia, mas muita coragem e muita esperança: “por onde Ele terá de ir? O que irá acontecer? Como se alimentará e dormirá? Não! Deus é mais! Ele tudo vê e provê! Confiemos!”. Ela sabe que os caminhos do Senhor não são os nossos caminhos (Is 55,8). Maria conhece bem a esperança de seu povo, que, prostrado nas sombras do vale da morte, precisa da Luz de Cristo (is 9,1). Sim, “completou-se o tempo! O Reino de Deus está próximo! Farei penitência e crede no Evangelho!” (Mc 1,16).
Peço a sabedoria de perceber o que vai ao Coração de Jesus, contemplando o seu rosto sério, comovido, cheio de ternura... O que isto me diz?
Olho para o meu próprio coração. Comparo. O que me foi dado? Agradeço! O que me falta? Suplico!
Em seguida, com os outros e outras acompanhando Jesus no caminho para o Jordão, até o Batista. São os dias de caminhada. Há pernoites junto a fogueiras, cada qual embrulhado no seu manto. E tudo isto Ele passa por mim!
Sim, mesmo em teus sofrimentos, dores e lágrimas, eu te tratei com bondade. Eu não te tratei mais duramente porque em minha Palavra está escrito que não se deve oferecer ao Senhor uma vítima mutilada, ferida. Teu sofrimento e tua prova não durarão muito mais. Tua dor irá terminar, e digo a tua alma cansada que volte para seu repouso.
Meditação:
Não só vemos Jesus no Rio Jordão com João Batista e a multidão; contemplamos Jesus com Pedro e os companheiros no mar de Cafarnaum.
Jesus forçou os discípulos a embarcar e aguardá-lo na outra margem, até que despedisse as multidões... O barco estava a uma boa distância da terra, sacudido pelas ondas com os ventos contrários. Na quarta vigília da noite [de madrugada, portanto], [Jesus] dirigiu-se a eles caminhando sobre as águas. Os discípulos, porém, vendo que ele caminhava sobre o mar, ficaram o medo e exclamavam: “É um fantasma!”. Jesus, porém, logo lhes disse: ‘Tende confiança! Sou eu! Não tenhas medo’. Pedro, interpelando-o, disse: ‘Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas!’ E Jesus respondeu: ‘Vem!’ Descendo do barco, Pedro caminhou por sobre as águas e foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo a força do vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: ‘Salva-me!’...” (Mt 9,22-30).

23 de jun. de 2013

SAÍDA DE JESUS

“É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos fiéis” (Sl 116,9-19).
Põe tua alegria no Senhor (Sl 36[37],4)
Vou me recordando do Batismo de Jesus por João Batista nas águas do Jordão.
Mas começarei pela porta da casinha de Nazaré, sentindo o clima de despedida. Jesus, jovem adulto, na força dos seus 30 anos, vai tomar caminho que, descendo ao vale do Jordão, o levará até o lugar onde João Batista acolhe os penitentes e os batiza. Percorro com a imaginação este caminho: é difícil ou fácil? Perigoso ou seguro? Plano ou com ladeiras?
Peço aqui a luz de um conhecimento profundo de Deus, manifestado por Jesus e em Jesus, este Deus que vai tornando visível a sua obra de Salvação do Mundo em Israel.
Entro em contemplação vendo as pessoas, ouvindo-as, dando-me conta das suas atitudes e das minhas reações, rezando o que perceber que desejo ou preciso, conforme for sentindo. Também reflito sobre mim mesmo(a), desejando tirar algum proveito espiritual.
Percebendo o desejo de deter-me, insistindo na súplica, contemplando alguma coisa que me faça bem, soprando alguma chama que fumegue, louvando ou adorando, não quero ter pressa!
Meditação:
Começo unindo-me a Jesus e aos outros peregrinos, rumo ao Jordão. Diante da casinha de Nazaré, assisto à despedida de Jesus e Maria. Empenho-me em perceber como compreendem que a hora de Jesus está chegando; como estremecem interiormente... Sabem o que vai lhes custar! Os olhares dos dois, Mãe e Filho, se cruzam, doloridos, mas esperançosos. Quem sabe posso ter a graça de “ler” dentro dos seus Corações.
Sim, te convoco para a tranqüilidade e a confiança. Quero que acredites no meu amor e na minha bondade. Aquilo que não sabias como me oferecer ou abandonar em minhas mãos, foi tirado por mim mesmo. Quero que, sem carregar nada contigo, entres no repouso de meu amor para ver como te amo, não por causa daquilo que possuis, do que podes fazer ou do que tu és, mas porque eu te criei e resgatei e que és uma pérola preciosa a meus olhos.
 “Trabalha, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, alimento que o Filho do Homem vos dará, pois o Pai o marcou com seu Selo... meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu, porque o Pão de Deus é aquele que desce do céu e dá a vida ao mundo...
Desci do céu não para fazer a minha vontade mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu nada perca do que ele me deu, mas o ressuscite no último dia. Sim, esta é a vontade do meu Pai: quem vê o Filho e nele crê tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

22 de jun. de 2013

MARIA SALOMÉ

“Não sabem que tenho de cumprir a vontade do meu Pai?” (Lc 2,20; Jo 4,34; 6,38).
Exercício para tomar a respiração consciente.
Relaxe todo o corpo.
Torne-se consciente do ar que entra e sai pelas narinas, limite sua consciência apenas ao ar que passa pelas narinas, não controle a respiração, nem a aprofunde, vá apenas observando-a. Sinta o ar entrando e saindo. Comece com poucos minutos e vá aumentando o tempo, gradativamente, até ter a consciência de todo o ato respiratório.
Maria Salomé, a mãe dos filhos de Zebedeu, seguiu  Jesus  a Jerusalém, desde a Galiléia, mas com o olhar numa possível vantagem para os seus filhos: altas posições no Reino daquele Messias poderoso (Mt 20,21). Faltava-lhe o olhar simples de quem apenas ama e confia, como Jesus: “Não sabem que tenho de cumprir a vontade do meu Pai?” (Lc 2,20).
Lembremos de que há os que querem primeiro casar, o que é um meio, para depois pedir a benção de Deus, que é fim. Há também os que querem primeiro alcançar uma posição privilegiada e rendosa, para então verem como servir a Deus. Estas pessoas estão pondo “o carro adiante dos bois”.
Não procedem assim os que acolheram o dom do amor humilde, amor de confiante entrega. Eles compreenderão facilmente.
Qualquer coisa que eu escolher deve ajudar-me a atingir o fim para o qual sou criado, sem ordenar e trazer o fim para o meio, mas o meio para o fim. Sou criado para adorar a Deus e servir a Deus e o meu irmão.
Não carregues teu fardo nem um minuto a mais. Desvencilha-te dele agora. Volta ao repouso, com tua alma abençoada, criada por mim. Eu te faço o bem apenas. Verás minha bondade, até nas fases de sofrimento que eu permiti em tua vida. E agora eu te coloco em lugar de repouso em mim, amplo e novo, um lugar de revelação, de verdade e felicidade.
Lembrete:
“Mas não o conhecemos tanto? De onde vem esta sabedoria?” (Mc 6,2ss).
Para entranhar-se em nossa humanidade e fazer-se a carne de nossa carne, o Verbo eterno se fez próximo, “aquele que se aproxima”, como o Bom Samaritano da parábola (cf. Lc 10,37).
“Pouca pompa exterior e muita interioridade”.
Na maneira inspirada de Paulo Apóstolo:
“Esvaziou-se a si mesmo e assumiu a condição de servidor, tomando a condição humana. E, na figura humana, humilhou-se...” (Fl 2,7-8)

21 de jun. de 2013

OLHARES SIMPLES

“Aleluia! Amo o Senhor porque escuta o clamor da minha prece.” (Sl 116,1-5)
Em toda boa eleição espiritual, “o que quero na vida”, o olhar de nossa intenção deve ser simples, quando depender de nós. Somente devo olhar aquilo para o qual fui criado: o louvor de Deus nosso Senhor e minha salvação.
Se o Pai, no Espírito, me der o dom de querer e escolher estar com Cristo, se eu deixar o Espírito me tornar parecido com Ele, configurado a Ele (porque acolhi o amor e amo o meu Redentor com o amor que Ele mesmo me dá e faz sentir), então chegarei a ter o “olhar simples”, capaz de não se desviar e ter uma boa mira no alvo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com amor até o fim.
Um olhar simples é como o olhar de Maria, na porta da casinha de Nazaré, despedindo-se do seu amado filho: “Vai, meu Jesus! Vai até o Jordão, onde João batiza. Devemos fazer a vontade do Pai Santo e Sábio! Está chegando a hora para a qual você veio: a hora de anunciar a Boa Nova! Precisamos de você!”.
Olhar simples é o de João Batista, pensando e dizendo a respeito de Jesus: “É preciso que Ele cresça e eu diminua” (Jo 3,30).
Olhar simples é um olhar como o de Jesus, expressando o fundo do próprio Coração: “É preciso que se cumpra toda a justiça do Pai” (Mt 3,15). A justiça do Pai é colocar Jesus bem pertinho de nós, na nossa fila de pecadores necessitados de conversão e penitência! Assim Ele se colocou na fila dos que procuravam o Batismo de Penitência de João.
São três simples olhares, os de Maria, João e Jesus, olhares sem malícia nem segundas intenções...
Senhor Jesus Cristo, tens desejado curar cada um de nós de todas as nossas mãos e nossos espíritos paralisados. Tu és o Senhor da vida, e onde vais há vida plena. Senhor, quero ir contigo, e quando eu temer por não saber aonde vais e não conhecer o caminho, cura-me e enche-me de coragem.
Lembrete:
Tu experimentarás uma tamanha libertação que teu coração exultará de alegria e ações de graças. Canta meus louvores e assim difundirás a minha luz ao teu redor, pois a unção do louvor produz luz. Quando me louvas, as trevas da tristeza, da confusão, da dor, da depressão, da acusação, da inquietação, de toda espécie de dor e de tentação perdem toda autoridade sobre ti, pois mal algum pode existir na luz de um coração puro e liberto, cheio de louvor e confiança.

20 de jun. de 2013

TRÊS GRAUS DE AMOR

“A mão direita do Senhor se levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas. Não morrerei, mas viverei para anunciar as obras do Senhor. O Senhor me provou duramente, mas não me entregou à morte.” (Sl 118,16-24)
Consideramos sobre os três graus de amor.
O exercício espiritual de “consideração” se faz num “indo e vindo”, durante o dia. Ele visa a testar a autenticidade do seu seguimento de Jesus. Trata-se de cada qual considerar, ponderar, avaliar, “medir a temperatura”, “o sabor” do seu amor afetivo pela pessoa de Jesus.
Alguns pontos:
Primeiro grau ou “sabor” é pensar, considerar até onde Deus é o “amor fundamental” da minha vida, de modo que a minha fidelidade a Ele não admita nada que possa romper esta relação: “Felizes os que ouvem a Palavra do Senhor! Felizes os que buscam a justiça e o amor!”
Segundo grau ou “sabor” é verificar até onde você tem a força de alimentar um “amor afetuoso” por Jesus, de tal modo que aquilo que mais o agrada se torne regra da sua vida, e você não admita fazer que nada que fira esta amizade: “Dá-nos um coração grande para amar! Dá-nos um coração forte para lutar!”.
Terceiro grau ou “sabor” é ponderar  até onde tenho avançado para um “amor de configuração”, amor de semelhança com Jesus, desejando parecer com ele também na sua pobreza, na sua humilhação e na sua entrega  (crucificação): “ Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo, quem nos separará?... Nem a morte, nem a vida, perigo ou espada, toda a perseguição!”; “A cruz é sinal do caminho que Deus por primeiro traçou!”.
Meditação:
Mt 8,23-27: Jesus dorme durante uma tempestade no lago. Os discípulos, de “pouca fé”, estão atemorizados e despertam Jesus. Ele acalma o vento e a água, e os deixa pensativos: “Quem é ele?”
Lc 5,17-26: Jesus fala em uma casa cheia de muitos líderes locais. Alguns amigos descem um paralitico através do telhado até junto de Jesus. Jesus cura-o como um sinal de que Ele tem poder para vencer o pecado.
Mt 14,22-23: Jesus despede as multidões, deixa os discípulos no barco, e vai rezar sozinho. Depois Ele os assusta, caminhando em direção a eles sobre a água. Pedro afunda tentando ir até Jesus, que o salva.

19 de jun. de 2013

O QUE QUERO?

“É melhor refugiar-se no Senhor que confiar no ser humano. É melhor refugiar-se no Senhor que confiar nos poderosos.” (Sl 118, 8-15)
“Eleição”: para minha vida é coisa séria! O que quero na vida? Tanto as eleições podem mudar a face de um país, quanto aquela “eleição” interior de se deixar tocar pela vontade de Deus a “meu respeito”.
“Fazer eleição” espiritual, o plano de Deus para mim, é exatamente isto: deixar-se escolher por Deus e ter a graça da lucidez sobre o que Deus quer que façamos pelo Reino.
Para que eu afeiçoe à verdadeira doutrina de Cristo... é de muito proveito considerar atentamente: os três seguintes graus de amor...
O primeiro grau ou nível é o de um tal amor e de uma tal humildade que eu aceite e queira estar todo submisso e obediente à lei de Deus. Não faço pecado mortal, pois é sério. Este nível é necessário para a salvação.
O segundo é que eu esteja tão afetado e ligado a nosso Senhor e seu amor e serviço que esteja indiferente e desapegado às coisas nas quais sou livre de decidir ou às coisas que a vida traz. Por exemplo: abundância ou carência de Bem, prestígio ou desprestígio, vida longa ou vida breve. O foco das minhas escolhas estará não em mim ou na minha família ou nas coisas, mas no que for de mais serviço e amor a Ele!
O terceiro e melhor nível é necessário para fazer uma boa e sadia escolha (eleição) de estado e rumo de vida no Espírito de Jesus. São tamanhos amor, Fé e Esperança por Ele, n’Ele e com o poder de sua consolação que eu queira em tudo obedecer aos seus mandamentos, evitando todo o pecado, inclusive o “leve” ou venial.
Este é o amor de “seguimento”: se Jesus está lá, eu também quero estar, nem que isto me custe todos os meus bens, a minha fama, a incompreensão dos meus entes queridos, a perseguição e me leve até a honra e o dom maior do martírio! Tento não ter imperfeições.
Meditação:
Senhor Jesus, anseias ir até teus amigos em qualquer tipo de tempo – tempo para ensinar, tempo para amar, tempo de tempestade e calmaria. Algumas vezes me assustas quando chegas, porque imagino tolamente que me pedirás o que não posso dar, ou o que me faria infeliz. A respeito de Ti, quero acreditar no seguinte: qualquer coisa que queiras, aprendestes a querer do Deus e Criador de toda vida. E quero querer o que queres, se Teu Espírito me disser como.

18 de jun. de 2013

TRÊS PERSONAGENS

“Oh! Como é bom, como é agradável os irmãos morarem juntos! É como óleo precioso sobre a cabeça, que escorre pela barba, pela barba de Aarão, e desce sobre a gola do seu manto. É como o orgulho de Hermon, descendo sobre os montes de Sião. Pois é lá que o Senhor dá as bênçãos e a vida para sempre.” (Sl 133,1-3)
Preparo-me. Convido todo o meu corpo para participar deste momento de oração pessoal. Sinto a quietude e o silêncio do corpo inteiro. Paro. Volto um olhar amigo para o Autor e Criador do meu ser. Sem me apressar, pausadamente, recordarei os relatos de três personagens dos Evangelhos que querem seguir Jesus.
 O jovem rico (Mc 10,17,31) que procura Jesus. Quando Jesus lhe propõe o seguimento, ele foge de dar o seu “sim” pronto e generoso. Está apegado aos seus bens. Retira-se triste. Jesus comenta com os seus: “Como é difícil para os que têm riquezas entrar no Reino de Deus”.
O segundo tipo de pessoas pode ser representado por aqueles que se dispõem a seguir Jesus, mas impõem condições para responder ao convite dele (Lc 9,57-62). Apegados a negócios, a trabalhos, a projetos, à família ou a si próprios, querem manter-se no meio termo, servindo-se e servindo a Jesus. Não podemos servir a dois mestres.
O terceiro tipo de pessoas pode ser representador por Zaqueu (Lc 19,1-10). Como Maria, os apóstolos e tantos santos e santas, de todos os tempos e lugares, ele toma a atitude, ele se dispõe e dispõe dos seus bens para o serviço do Reino, oferecendo-se como todo o coração.
Vou pedindo ao Senhor o dom de poder, agora, olhar para dentro de mim e reconhecer se estes tipos de pessoas também estão representadas em mim. Qual?
Confia mais profundamente em Deus? Encara a si mesmo com maior clareza e esperança? Aceita a alegria do amor de Deus – e se desapega da felicidade da criança nas coisas belas? Esses são sinais de consolações.
Siga toda inclinação para anotar palavras especiais da Bíblia. O que quero agora: quero conhecer melhor Jesus, amá-lo mais e segui-lo de todo o coração.
Lembrete:
É tempo de abrir as portas para que milhões de almas recebam a salvação. Faze-as entrar pelo teu amor, tuas orações, teus apelos. Multidões devem vir a mim agora. Tu deves te servir da medida  da Fé  que eu te dei. Se plantares esse grão de fé, ela se tornará uma grande árvore. Se tuas mãos estão limpas e teu coração puro, obterás minhas bênçãos. Nada te faltará. Eu te amo. Acredita e caminha na Fé. Vive segundo que és: um filho de Rei.

17 de jun. de 2013

HUMILDADE

“Que tua mão direita não saiba o que faz a tua esquerda” (Mt 6,3)
Ouço a proposta de vida de Jesus: não são os reinos deste mundo, nem as suas honras e o seu orgulho que garantem a Paz. A Paz é dom d’Ele, que escolhe estar no meio dos fracos e pequeninos, aberto aos pecadores e excluídos, como os sofredores da lepra! A Paz é dom d’Ele, que não tinha aonde repousar a cabeça (Mt 8,20). Afirma: “Quem quiser ser o primeiro, se faça o último” (Mc 9,35).
Reflito para tirar algum proveito. Estou livre do espírito deste mundo: ambição, cobiça, drogas vontade de aparecer? Quero deixar-me libertar por Jesus e abraçar a pobreza evangélica, ouvindo, afinal, o Sermão da Montanha?
Quero aprender, então, com a Sua proposta de vida verdadeira, vida filial, vida fraterna. É oposta claramente às mentiras, que incitam a possuir dinheiro para adquirir prestígio e influência, “ser e aparecer”, estar “na sua”, em “segurança”. Jesus é diferente! Ele nos chama a imitar a simplicidade e a entrega das crianças. Ele apela para vivermos solidariedade, sem discriminações: “Que tua mão direita não saiba o que faz a tua esquerda” (Mt 6,3).
Com quem eu quero ir? Que proposta o meu coração me impele a adotar?
No momento do silêncio, procurarei verificar se alcancei os desejos. Anotarei o que for mais importante para aproveitar no discernimento dos rumos da minha vida, segundo as inspirações do Senhor.
Meditação:
Jesus sacia a fome do povo. Eles tentam fazê-lo rei. Ele não permite e retira-se. (Jo 6,1-15)
Jesus pergunta a seus amigos o que o povo pensa dele. Depois pede-lhes sua opinião. Pedro fala em nome de todos: “Tu és o Cristo”. (Mt 8,27-30).
“Jesus conta o que Ele pode prever e o que foi profetizado sobre seus sofrimentos. Pedro protesta. Jesus repreende-o”. (Mc 8,31-33).
Lembrete:
Disse Jesus: Quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus (...) quem não renascer da água do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne; o que nasceu do Espírito é espírito (Jo 3,3.5). Pedro inaugurou a pregação apostólica no dia de Pentecostes dizendo ao povo: Arrependei-vos: que cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados (At 2,38).

16 de jun. de 2013

VIDA VERDADEIRA

“Ouve, ó Deus, o meu grito, fica atento à minha oração. Dos confins da terra eu te invoco, enquanto meu coração desfalece. Põe-me sobre um rochedo inacessível, pois tu és para mim um refúgio, torre firme diante do adversário. Vou morar na tua tenda para sempre, à sombra de tuas asas encontrar abrigo.” (Sl 61,1-5)
Preparo-me:lugar e tempo que favoreçam o recolhimento. Acolho-me na Presença Divina. Escuto os ruídos que me chegam: sinfonia da Criação... Rezo minha oração preparatória: sem a Sua força Divina não posso fazer nada, muito menos rezar!
Considero porque a história da salvação que é que Jesus quer atrais todos a Si (Jo 12,32)
Com os olhos da experiência de vida, da imaginação e da fé, contemplo a humanidade dividida entre as seduções do mal e as drogas e álcool e a Boa Nova de Jesus, as inspirações do Espírito, os apelos do Pai das Luzes!
Peço aqui o Poder Divino do conhecimento interno da verdadeira vida, oferecida por Jesus, com a proposta do Pai e o dom do Espírito: “Vim para que tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10,10).
Entrando mais na oração, quero contemplar Jesus, o verdadeiro Rei, Rei Humilde, Rei dos Pequenos. Está num campo ameno e gracioso, onde nos diz: “Olhai os lírios do campo, as avezinhas do céu” (Lc 12,27). Ele envia os seus discípulos e discípulas a toda a parte do mundo (Mt 28,19) anunciar a Boa Nova, ensinar o Sermão da Montanha (Mt 5-7), vencendo o mal com o bem (Rm 12,21).
Vou fixar os olhos em Jesus, “o Chefe de nossa fé” (Hb 12,1). Manso e humilde de Coração (Mt 11,29), Ele fala a nós, os seus amigos!
Meditação:
Senhor Jesus, Tu parece sempre perguntar: o que você quer? Senhor, faze com que eu possa descobrir em meu próprio espírito o querer conhecer-Te como os amigos conhecem, conhecer-Te conhecendo-me, amando-me. Faze com que meu desejo de estar curado de todo pecado seja tão grande quanto o Teu de curar-me, assim como Tu curaste o Geraseno. Senhor, faze com que eu descubra em meu espírito o querer subir em árvores para ver-Te, já que sou tão pequeno para fazê-lo no meio da multidão. Oh! Senhor, digo com todo o meu coração: vendo ou não, mancando ou pulando, irei aonde estiveres, se me chamares.

15 de jun. de 2013

AMIZADE

“Servi ao Senhor com reverência e prestai-lhe homenagem com temor para que não se irrite e pereçais pelo caminho, pois sua ira se inflama de repente. Felizes os que nele se abrigam!”(Sl 2,9-12).
Este exercício de oração nos coloca diante da necessidade do poder do Bom Mestre da Vida, a fim de que, pela ação do Seu Espírito, possamos nos dar conta do ponto fraco da nossa humanidade, onde se “engancham” as tentações e se insinuam as seduções e os enganos.
Ora, se não pudermos viver como irmãos, rezaremos o Pai nosso com falsidade no coração!
Pedimos a ajuda de crer e confiar na bondade do Pai, na eficácia do seu cuidado por nós, na Sua Divina Providência é a necessidade da virtude da pobreza evangélica. A liberdade que esta virtude dá ao coração, porque é uma vivência do Amor-amor. Dá aos Cristãos clareza na hora de decidir pelo melhor na hora da escolha entre os bens deste mundo, sem perigo de se deixar levar por impulsos e afetos desordenados.
O Cristão libertado no Amor Maior, na confiança filial, na amizade sincera é livre diante dos bens deste mundo. Ele os usa e administra como seu senhor, em conformidade com a Sabedoria do Criador e a sabedoria da Criação. Mas não se deixa possuir por eles, não se apodera deles, porque são de Deus, são sagrados. Estão a serviço.
Vem, com tuas alegrias e frustrações, com tuas invejas e tuas inquietudes. Vem, não importa como tu estejas, e receberás uma ajuda eficaz para teu coração ferido e confuso, mas que me é precioso. Coloca toda tua confiança em mim, pois eu não te deixarei nem te abandonarei jamais. Eu te darei socorro em todas as circunstâncias. Eu não te ajudarei somente amanhã, mas em todos os problemas de hoje, contanto que venhas a mim.
Estes dons, a serviço, constroem pontes, criam relacionamentos, pois são dons para todos, para os demais como para mim! Os outros, os demais, são meus irmãos. Serei, então, um filho à semelhança do Pai, que faz cair Sua chuva ou brilhar Seu sol sobre bons e maus (Mt 5,45). Sendo assim, o Cristão pode rezar o Pai nosso de coração livre, bonito e sereno, coração de filho(a), em tudo semelhante ao Coração de Cristo.
Meditação:
O Verbo de Deus, a Palavra viva que exprime ação criadora e salvífica, este é o dom de Deus:
“O Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória como do Filho Único do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1,14)

14 de jun. de 2013

EXERCÍCIO DE LUCIDEZ INTERIOR

“O Pai celeste bem sabe que deles precisamos” (Mt 6,32).
Este exercício de oração nos coloca diante da necessidade do poder divino do Bom Mestre da Vida, a fim de que, pela ação do Seu Espírito, possamos nos dar conta do ponto fraco da nossa humanidade, onde se “engancham” as tentações e se insinuam as seduções e os enganos.
O ponto fraco é a necessidade com que somos criados dos bens deste mundo. O Pai celeste bem sabe que deles precisamos (Mt 6,32). Ele nos deu estes bens para que os usemos para ajudar aos outros e viver de maneira feliz a santa eternidade.
Desejos naturais e legítimos se corrompem em anseios desordenados, ganância, avidez, avareza. Já não são os nossos desejos, porque nos tornamos possuídos por eles. Os bens, os dons do Pai, se convertem em ídolos, maiores ou menores, mas sempre ídolos falsos e assassinos da nossa humanidade.
Estes ídolos nos levam a rivalidades, competições, rixas, ódios, ressentimentos. Vale a pena reler o capítulo 5 da carta aos Gálatas. Em resumo: vai se tornando impossível sermos irmãos! A dura conseqüência dessa desordem e desse pecado é que ficamos aprisionados como que num corpo corruptível, todo o nosso ser desterrado entre animais ferozes.
Pedimos conhecimento dos enganos e ajuda para deles me defender. E o conhecimento da vida verdadeira, que mostra o supremo e verdadeiro Chefe, com a graça de imitá-lo.
“Cantai salmos ao Senhor que habita em Sião, anunciai entre as nações as suas obras” (Sl 9,1-12).
Quando cantas meus louvores, participas dos coros celestes. Nada aproxima mais meu povo do céu do que os louvores que ele me canta com um coração cheio de reconhecimento e amor. Podes dar ao mundo inteiro uma dimensão completamente diferente ao me celebrares. Existe muita maldição, reclamação e blasfêmia na boca dos homens, e por isso atrai forte atividade ruim e muitos males sobre os habitantes da terra. E essas maldições recaem sobre eles.
Meditação:
“Sua ira dura um instante, a sua bondade, por toda a vida!
Se de tarde sobrevém o pranto, de manhã vem a alegria...
Mudaste em dança meu lamento, minha veste de luto em roupa de festa, para que meu coração cante sem cessar.
Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre”. (Sl 30.1-12)
“Tende coragem e um coração firme, vós todos que esperais no Senhor”. (Sl 31,17-25)

13 de jun. de 2013

ESTANDARTE DE CRISTO

“Jesus começa a pregar. Com o poder do Espírito n’Ele, Jesus volta para a Galiléia. Em Nazaré, lê o rolo, “o espírito do Senhor está sobre mim...” Então lhes fala que o texto está sendo cumprido naquele mesmo dia” (Lc 4,14-22).
Preparo-me, prevendo o lugar e o tempo do exercício de oração, cuidando da posição corporal. Procuro harmonizar-me, acolhendo a presença de Deus e fazendo com carinho a minha oração: “Senhor, que todos os meus pensamentos, atitudes, desejos, a minha afetividade inteira sejam puramente integrados para o maior serviço Teu e dos Teus filhos, meus irmãos!”.
Preparo-me, medito, “mastigo” com a inteligência estas verdades que me são mostradas, deixando o meu coração se afetar e mudar pelo que lhe for dado perceber, com a força do Pai das luzes (Tg 1,17). Procuro perceber onde a cobiça e ambição, o apego aos bens deste mundo, o medo de perder, de ficar por baixo, me enganaram, empurrando-me para o desamor, o pecado, a desconfiança...
Vou empenhar-me, com muita humildade, em responder ao que me foi dado perceber no exercício. Fui apresentado ao poder da astúcia do mal. Ele trabalha a partir das nossas necessidades, e da nossa dependência, para nos afastar de Deus Amor, Deus Providência carinhosa. Ele quer nos desorientar com o seu hábil discurso.
Suplicarei ao Filho que me receba sob o seu Estandarte da Cruz rezando com Cristo. Insistirei junto ao Pai para que me ponha com o Seu Filho amado, rezando o Pai nosso.
Não posso deixar de examinar como fui no exercício: alcancei a sabedoria de lucidez pedida? Preciso repeti-lo, batendo às “portas fechadas”, aproveitando os caminhos abertos? Noto e anoto o mais significativo que lucrei nesta oração.
Meditação:
Senhor Jesus, Tu Te humilhaste partilhando com amigos o que pensavas, sentias e desejavas. Senhor, assim como lhes deste o dom de conhecer-Te e sentir Teu grande amor por eles, deixa-me vir a conhecer-Te também, mesmo estando muito longe, em outro país e em outro tempo. Se ao menos eu pudesse sentir Teu amor por mim, então eu O amaria, e todo o meu coração estaria em harmonia com o que pensas, sentes e desejas. Isto é o que eu quero, se for do Teu agrado, Senhor.

12 de jun. de 2013

LUZ E TREVAS

“No campo de pai de família há boa e má semente, trigo e joio” (Mt 13,25 ss.).
Preparo-me, prevendo o lugar e o tempo do exercício, cuidando da posição corporal. Procuro harmonizar-me, acolhendo a presença de Deus e fazendo com carinho a minha oração: “Senhor, que todos os meus pensamentos, atitudes, desejos, a minha afetividade inteira sejam puramente integrados para o maior serviço Teu e dos Teus filhos, meus irmãos!”.
Vou dar-me conta de que já há um combate espiritual, travado no coração de cada um de nós, entre o desejo do bem e a esperteza do mal, misturados na vida e na história, joio e trigo, crescendo simultaneamente em cada ser humano e na sociedade.
Com os olhos da imaginação, vejo os dois campos opostos: o dos bons chefiados por Jesus Cristo, em lugar ameno e espaçoso; e o dos maus, , lugar de orgulho, dureza, violência...
Aqui peço o poder de seguir Jesus no caminho estreito (Mt 7,13) da vida verdadeira. Peço também a sabedoria divina da lucidez espiritual para reconhecer e rejeitar os enganos do mal.
Entrando no exercício, penso no mal do inimigo disfarçado. Medito como ele, camuflado numa nuvem de fumaça e fogo, de onde envia os seus agentes para executar o seu propósito de dominar todos os seres humanos, e estabelecer o seu poder sobre “todos os reinos da terra” (cf. Lc 4,5-6).
A luta espiritual se manifesta numa divisão interior: carne x espírito (Gl 5,24-25); luz x trevas (Ef 5,8 ss.); criatura nova x criatura velha (Ef 4,17 ss.). A história é uma realidade única na qual a verdadeira vida é cercada por enganos. No campo de pai de família há boa e má semente, trigo e joio (Mt 13,25 ss.). Existe a arte cristã de bem viver é a sabedoria de bem discernir. Preciso da inteligência do discernimento espiritual, da lucidez interior, da liberdade de coração, da indiferença e desapego diante das alternativas que me são dadas para escolher conforme o Coração de Deus.
Senhor Jesus, desde o princípio convidas pessoas comuns para viver onde Tu vives. Quando chegam, Tu as acolhes e as chamas para trabalhar e alegrar-se contigo. Tu és o mais belo entre os homens, e eu quase não acredito que me queiras para Teu amigo. Tu és poderoso, Senhor! Atrai-me mais e mais para Tua amizade e conduze-me pelo caminho que trilhaste com Teus amigos.

11 de jun. de 2013

REINO DO PAI

“Tu o colocaste à frente das obras de tuas mãos. Tudo puseste sob os seus pés” (Sl 8,1-10).
Quero conhecer os enganos do mal, pedindo ajuda para Deus me defender, bem como conhecimento da vida verdadeira de Cristo, nosso Rei, e a força divina de imitá-lo.
Vejamos “o exemplo que Cristo nosso Senhor nos deu para a observância dos mandamentos, vivendo em obediência a seus pais na sua vida oculta”. “Vimos também o exemplo da perfeição evangélica, quando permaneceu no Templo... para dedicar-se ao puro serviço do Rei Eterno”.
Claro está que a perfeição consiste em seguir a vocação divina, o que pode nos dar tanto na vida do solteiro, como na do casado, por causa do Reino. “Começaremos agora, enquanto contemplamos a sua vida, a investigar e perguntar em que vida ou estado sua divina Majestade quer servir-nos”.
Desejamos ter clareza a respeito da intenção de Cristo para nós, e também para aprendermos “como nos devemos dispor para chegar à perfeição em qualquer estado ou vida que Deus, nosso Senhor, nos der a escolher”.
Se você pergunta a Jesus o que ele quer que você faça, se você o quer ter como guia e chefe da sua vida, você está se decidindo a viver como ele viveu, trabalhar como ele trabalhou, inclusive, em comunhão, aceitando até “acotovelar-se” com pecadores! Enfim, você deseja entrar na militância do Reino d’Ele, Reino do Pai.
Lembrete:
Enquanto João batiza no Jordão, aponta para Jesus – “o Cordeiro de Deus”. Dois discípulos O seguem, Ele lhes pergunta o que querem. Vão para onde Ele está vivendo e ficam o resto do dia com Ele (Jo 1,35-42).
Jesus caminha ao longo do mar da Galiléia e vê os irmãos pescadores. Ele os chama para trabalhar consigo. Eles deixam o que estavam fazendo e O seguem (Mc 1,16-20).
Jesus leva seus discípulos para uma festa de casamento em Caná. Sua mãe lhe diz que eles estão sem vinho e dá instruções aos servos para fazerem tudo o que Jesus disser. Jesus transforma a água no melhor vinho que eles já tomaram (Jo 2,1-11).
Meditação:
“É preciso obedecer a Deus do que os homens. O Deus de nossos Pais ressuscitou Jesus, a quem vós mataste, suspendendo-o no madeiro. Deus, porém, o exaltou com a sua direita, fazendo-o príncipe e salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados...” (At 5,29-31).
Esta é a boa notícia do Cristo Jesus, o “evangelho”, a “boa nova”, pela qual Pedro e João foram condenados às trinta e nove varadas (At 5,40), e a qual nem por isso deixaram de proclamar:
“Quanto a eles, saíram da presença do sinédrio regozijando-se, por terem sido dignos de sofrer afrontas pelo Nome”.