31 de out. de 2012

A BÊNÇÃO DE JACÓ

“Será José quem há de te fechar os olhos” (Gn 46,4).
Então uma boa consciência produzirá mais alegria do que uma sábia filosofia; o desprezo pelas riquezas terá mais peso do que todos os tesouros da terra; uma oração ardente produzirá mais consolação do que saborosas iguarias; terás mais alegria por ter guardado silêncio do que por ter jogado fora milhões de palavras. Ali as ações santas terão mais valor do que muitas belas frases. Então vida austera e rude penitência parecerão preferíveis a todo prazer terrestre.
José, amigo do Faraó, servidor dos planos de Deus, trouxe a família para umas boas terra de pastagens, na região entre o delta do Nilo e o deserto do Sinai. Deve ter sido um choque de alegria e de surpresa para o velho Pai reencontrar o amado filho vestido como um rico e poderoso egípcio, com seus guardas, criados e carro folheado a ouro, puxado por belos cavalos.
Jacó estava fortificado por uma consolação especial. O Senhor lhe tinha dito: “Não tenhas medo de descer ao Egito, pois ali farei de ti uma grande nação”. Deus, sendo pai nosso, ainda disse alguma coisa que foi mais direta ainda ao coração do velho pastor: “Será José quem há de te fechar os olhos” (Gn 46,4).
Podemos nos divertir perguntando como José levou Jacó e os irmãos a Tebas, para apresentá-los ao Faraó, e como terá sido a nova vida nas boas pastagens do país do rio Nilo. Mas o que tanto interessou a eles podemos deixar facilmente de lado, para ir ao que interessou a eles e a nós também: as benções de Jacó na sua última hora (Gn 49).
Com um pouco de imaginação, podemos visualizar os doze em redor dos tapetes e das almofadas em que o Patriarca José estava estendido, bem cuidado em sua bela tenda. Afinal, ele era o paizinho do Provedor do Egito, o rico José. “O cetro não sairá de Judá, nem o bastão de comando de suas mãos, até que venha Aquele a quem pertencem e a Este obedecerão os povos!”
As montanhas que circundam Jerusalém não representam apenas tua segurança. Elas também falam do amor que tenho pela cidade santa. Jerusalém está em meu coração, assim como tu, que considero minha Jerusalém espiritual, que tenho em meus braços protetores e cheios de amor; eu te rodeio, te protejo, te amo e te consolo dos ataques dos inimigos.
Quando cessam raciocínios e imagens e “entra” esse clima interior de presença de Deus, adoração, grande silêncio; quando se ouve uma “música silenciosa” e se torna uma espécie de “visão” tranquila e interior de uma luz imensamente serena... então é  momento de lembrar de que está cumprindo e vivendo a vontade de Deus.

30 de out. de 2012

INTERPRETOU OS SONHOS

“Então se verá a utilidade de toda provação sofrida com paciência, e toda iniqüidade fechará a boca” (Sl 106,42).
Então se verá que era sábio neste mundo aquele que havia aprendido a ser louco e desprezado por causa de Cristo (cf. 1Cor 4,10). Então se verá a utilidade de toda provação sofrida com paciência, e toda iniqüidade fechará a boca (Sl 106,42). Todo homem de oração se alegrará e se afligirá todo ímpio. E a natureza manifestará mais alegria pelo sofrimento suportado do que se tivesse sido sempre alimentada com delícias; um hábito grosseiro resplandecerá, enquanto uma roupa de gala perderá seu brilho; uma moradia pobre merecerá mais louvores do que um palácio dourado; uma paciência constante será mais útil do que todo o poder do  mundo. Uma simples obediência será mais gloriosa do que toda a astúcia do mundo.
Todos conhecemos quando José terminou auxiliar do chefe da prisão, como interpretou os sonhos de dois prisioneiros, servidores pessoais do Faraó, e acabou chamado ao palácio para interpretar um sonho que agoniava Sua Majestade, tornando-se o ministro, o provedor do Egito (Gn 40-41).
Tudo muito bonito! Linda história do pobre que sofre, aprende a ser humilde e sábio, e termina “coberto de ouro”. Contudo, o que faz José parecido com Cristo é um momento de sua vida de grande fidalgo da corte! Informado de que seus irmãos vinham buscar trigo no Egito, quando havia grande fome naquelas regiões, ele não se deu a conhecer, mas o provou, até ter certeza de que o pai vivia e que eles estavam mudados. Então se deu a conhecer, magnífico no perdão! Entre lágrimas se revelou, dizendo-lhes: “Eu sou José, vosso irmão, que vendestes para o Egito! Mas não fiqueis aflitos (...), pois foi para preservar vossas vidas que o Senhor me mandou para cá adiante a vós, para garantir-vos um resto na terra e vos guardar a vida para um grande Êxodo” (Gn 45,4-7). Deus sempre nos tira do mal e nos leva para o bem e a glória.
Lembrete:
Tenho feito grandes coisas por ti. Alegra-te. Dança na tua célula que possas dançar livremente à luz do dia. Que tua boca sorria e tua língua cante. Alegra-te no meio dos que querem te ver escravo, pois eu já te libertei. Que tua alegria seja motivo de espanto para teus inimigos. Quando não te alegras ficas seco como um curso de água nas regiões desérticas. Mas quando exprimes a alegria, teus rios transbordarão de águas e se tornarão correntes impetuosas que te abrirão a rota da liberdade.
Os montes rodeiam Jerusalém: assim o Senhor está em redor do seu povo desde agora e para sempre (Sl 125,1-2).
“O que sacia e satisfaz a alma não é o muito saber, mas o sentir e saborear ternamente”. “No ponto em que achar o que quero (por exemplo, paz, sentido de vida, consolação espiritual) vou deter-me, sem pressa de passar adiante”.

29 de out. de 2012

A HISTÓRIA DE JOSÉ

“Ele foi leal a seu amo, mas terminou entregue aos campos de trabalho forçado do Faraó” (Gn38-39).
É agora que deves preocupar-te com teus pecados e suportar os castigos que lhes são devidos, a fim de que no dia do julgamento estejas em segurança com os bem-aventurados. Então os justos se erguerão com grande firmeza, diante dos que os oprimiram e humilharam (Sb 5,1). Então estará de pé para o julgamento dos homens. Então o pobre e o humilde estarão cheios de confiança, ao passo que o orgulhoso será assaltado pelo medo, por todos os lados.
José era o filho mais velho de Raquel, a doce amada de Jacó, pela qual trabalhou 14 anos para enriquecer seu sogro, Labão, que lhe tinha imposto a filha mais velha, Lia, como esposa, antes de lhe dar a mão de Raquel. José cresceu filho preferido, porque a mãe morreu no parto de Benjamim, e Jacó o via como lembrança preciosa de sua querida. Essa predileção foi a desgraça de José, que cresceu petulante, delator dos irmãos, detestado por eles. Todos lembramos como eles, cada vez mais provocados e enciumados, acabaram por vendê-lo como escravo. O dono de José o levou ao Egito e o vendeu a casa rica, de Putifar, alto funcionário do Faraó. Prosperando a casa do egípcio, José viu o castelo de cartas de sua “grandeza” ruir, pois sua bela aparência despertou a paixão da patroa. Ele foi leal a seu amo, mas terminou entregue aos campos de trabalho forçado do Faraó (Gn38-39).
Os que escolhem o caminho do amor conhecem a própria fragilidade e, com esse humilde conhecimento, deixam o Espírito da Vida conduzi-los ao crescimento. Neste caminho, a realidade imediata é a disposição para a amizade e talvez também para a intimidade (até os muito reservados conhecem a intimidade). Os que escolhem o caminho do amor são muito ativos para formar e apreciar amizades. Eles vêm a saber um nível profundo que precisam morrer para os modos egoístas que frustram a amizade. Arriscam-se a ser vulneráveis, tendo crescer e mudar sob a influência dos amigos e colegas. A certa altura, ainda que sejam casados, reconhecem que têm de desistir de possuir o outro e deixá-lo ser ele mesmo. À medida que crescem no amor de Deus, vêem que algumas amizades concentram-se em fazer e realizar, mas outras relacionam-se quase exclusivamente com nossa humanidade. Os que seguem este caminho aprofundam-se continuamente na compaixão. Freqüentemente experimentam a impotência, sempre achando-a difícil e sempre encontrando a verdade na experiência. Alegram-se em apenas viver e trabalhar com os que Deus põe em suas vidas. Quando lhes pedem para assumir alguma autoridade, aceitam-na na convicção geral de que podem ajudar as pessoas, mais preocupados em servir e ajudar que em realizar alguma tarefa – ainda que sejam tremendamente eficientes.
Lembrete:
Isso vai em direção à distinção entre dois modos de vida? É importante distingui-los em você mesmo, à medida que faz as muitas escolhas que levam a essas duas estradas diferentes. Só uma delas é verdadeiramente o caminho de Cristo.

28 de out. de 2012

TAMAR

“Farei para ti milagres tão maravilhosos quanto os que fiz por Daniel e Paulo, pois não faço acepção de pessoas” (cf. Atos 10,34).
Nenhum vício deixará de ter seu próprio suplício. Os orgulhosos serão cobertos de confusão e os avaros conhecerão as aflições da miséria e da indigência. Lá, uma hora de castigo será mais atroz do que cem anos de amarga penitência neste mundo. Lá, não existe repouso, nenhuma consolação para os condenados: aqui neste mundo, de tempos a tempos, vemos o fim do sofrimento e encontramos prazer nas consolações dos amigos. 
Por causa do adultério de Rúben com a concubina do seu pai Jacó, a bênção viria a ser derramada sobre Judá, que, contudo, tinha seus pecados. Era um homem dado as mulheres. Teve filhos com uma cananeia. O mais velho, Er, foi dado em casamento a Tamar, também cananeia. Mas morreu sem lhe ter dado filhos. Judá obrigou o segundo filho, Onã, a desponá-la, para que “assegurasse uma descendência” ao irmão falecido, como era de costume. Onã, porém, agiu de má-fé com Tamar e o Senhor “o fez morrer também” (Gn 38,10).
Tamar, mulher decidida, resolveu, então, aproveitar-se do fraco de Judá por mulheres, disfarçou-se de prostituta e gerou um filho do seu sogro! Quando o clã quis apedrejá-la por ser mãe solteira, ela apresentou provas de que o pai de seu filho era o próprio Judá, que reconheceu: “Esta mulher é mais honesta do que eu, porque recusei a dar-lhe como esposo meu outro filho, Selá”. Tamar teve gêmeos. O primeiro que saiu de seu ventre se chamou “Farés” e seu irmão, Zara (Gn 38,29-30). Farés foi incluído por São Mateus na genealogia de Jesus, citado com seu gêmeo, Zara (Mt 1,3). Assim, Tamar entrou na galeria das mulheres de todos os tempos que não aceitavam um papel secundário e se tornam personalidades da história humana. Do mal Deus tira o bem.
Recorda os testemunhos dos santos antigos, e suas vitórias. Recorda as minhas promessas para ti e os prodígios já feitos. Recorda que te amo a ponto de ter enviado meu Filho para morrer em teu lugar. Nada deves temer porque eu não mudo. Farei para ti milagres tão maravilhosos quanto os que fiz por Daniel e Paulo, pois não faço acepção de pessoas (cf. Atos 10,34). Concedi a Cornélio, um gentio, o mesmo batismo de poder pelo Espírito Santo que os meus fiéis no dia de Pentecostes. A esposa de Cornélio experimentou a mesma glória que minha própria mãe, Maria.
Lembrete:
Quando o Senhor trouxe de volta os exilados de Sião, pensamos que era um sonho. Então nossa boca transbordava de sorrisos e nossa língua cantava de alegria. Então se comentava entre os povos: ‘O Senhor fez por eles maravilhas’. Maravilhas o Senhor fez por nós, encheu-nos de alegria (Sl 126,1-4).
Para confirmar o discernimento, verifique sempre se o começo, o meio e o fim do que se propõe é inteiramente bom! Como diz Inácio: “Devemos prestar muita atenção no decurso dos pensamentos. Se o principio, o meio e o fim deles forem todos bons, inteiramente inclinados para o bem, isto é, da vontade de Deus para mim.

27 de out. de 2012

PROBLEMAS DE JACÓ

“Se o Senhor não construir a casa, é inútil o cansaço dos pedreiros. Se não é o Senhor que guarda a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127,1-5).
O homem paciente possui um salutar meio de purificação: acabrunhado pelas injúrias, desola-se mais com a maldade do outro do que com a injúria que lhe é feita; não hesita em orar pelos adversários e perdoa as faltas do fundo do coração; não tarda em pedir perdão aos outros; cede mais facilmente à misericórdia do que à cólera; sempre faz violência a si mesmo e se esforça em todas as coisas por submeter a carne ao espírito.
É melhor expiar agora os próprios pecados e eliminar o mal em si do que deixar a purificação para mais tarde. Na verdade, o amor desordenado que dedicamos à natureza nos prejudica a nós mesmos.
O povo diz, com muita razão: “Filhos criados, cuidados dobrados”. Jacó foi armar suas tendas perto da cidade de Siquém, num campo que comprou. Tudo parecia correr no melhor dos mundos, quando um príncipe local se encantou com a graciosidade de Dina  e a seduziu. Depois quis casar, mas o orgulho do clã de Jacó estava ferido. Simeão e Levi, irmãos de Dina por parte do pai, Jacó, e de Lia, a filha mais velha de Labão, decidiram se vingar. Foram excessivos na sua raiva. Fingiram aceitar o casamento com uma condição: os homens locais deveriam ser circuncidados. Ora, o corte da pele do prepúcio em adultos é muito dolorido e pode causar infecção e febre. Nessas circunstâncias, os dois irmãos conseguiram chaciná-los, com tanta ferocidade que espantou o pai Jacó. Ele lhes disse: “Colocastes-me em má situação! Tornastes-me odioso aos habitantes deste país! Tenho pouca gente e, se eles se unirem contra mim, serei destruído com toda minha família!”. E Jacó foi obrigado a levantar acampamento (Gn 34).
Outra tristeza do clã de Jacó foi quando Rúben, o mais velho, se apaixonou por Balá, concubina do pai, e dormiu com ela (Gn35,22). Eram dramas de uma família constituída na base da poligamia. Mais tarde, haveriam de se repetir também na história de Davi. Rúben perdeu o direito à bênção da família por causa disso: o Messias não nasceria de seu ramo! Assim é o resultado do pecado.
Sem mim teus esforços serão inúteis. Apenas eu posso velar tuas obras. Se minha bênção não repousar sobre o teu trabalho, todos os teus esforços serão em vão e tuas obras, sem valor.
No entanto, muita gente pensa poder ganhar meus favores me oferecendo sacrifícios e labores. Eles esqueceram esta palavra: “A obediência vale mais do que o sacrifício”. Eles me trazem sacrifícios custosos, mas não me obedecem na realização de tarefas fáceis que, de fato, possuem grande importância.

26 de out. de 2012

RAIVA

“Depois mentiram a Jacó, dizendo que o rapaz tinha sido devorado por uma fera... “(Gn 37,26).
Em todas as coisas, considera o fim: que atitude assumirás perante o rigor do juiz? Nada lhe és oculto, nenhum presente o dobra e não aceita desculpas, mas julga segundo a reta justiça. Miserável e louco pecador!, que responderás diante de Deus, que conhece todo o mal que fizeste, tu que tens medo de um homem encolerizado? Por que não precaver-te para o dia do julgamento? Naquela hora, ninguém poderá encontrar em outro desculpa nem defesa: cada qual será pesado fardo para si mesmo! É agora que teu labor produz frutos, que teus prantos podem ser aceitos, teus gemidos escutados, é agora que teu sofrimento pode compensar e purificar tua falta.
Jacó tinha muitos problemas, como sempre acontece nas nossas vidas. Contudo, Jacó começou a dar preferência excessiva a José, que lhe lembrava os tempos de amor feliz com sua querida Raquel.
José, vendo-se privilegiado, começou a delatar as falhas de seus irmãos de Pai, que não o desencorajou. Tudo indicava que Jacó queria fazer  a bênção do Altíssimo passar para José!
Ciúme e raiva se uniram nos corações dos irmãos, que quiseram matá-lo. Rúben, que já tinha suas dívidas com o Pai (Gn 35,21-22), manobrou para, afinal, conseguir que José fosse vendido como escravo por 20 moedas de prata. Depois mentiram a Jacó, dizendo que o rapaz tinha sido devorado por uma fera... (Gn 37,26-36). Todos nós temos problemas na vida. Temos que aceitar o que Deus promete ou o que Ele quer no seu Plano para nós. Assim andaremos felizes.
As pessoas raramente se sentem sós (a sensação desagradável de realmente sentir falta de uma pessoa concreta): a dor que costumam sentir é a solidão (a sensação irritante de isolamento, de alienação de não haver ninguém ali para mim). Contudo, os que optam pelo poder não enfrentam realmente seu ruptura interior; que eles são ao mesmo tempo pecaminosos e chamados por Cristo é verdade teológica à qual consentem, não verdade religiosa dentro e fora da qual vivem.
Quando vai, vai chorando, levando a semente para plantar; mas quando volta, volta alegre, trazendo seus feixes (Sl 126,5-6).
Meditação:
Eu sou o Pão da Vida... Este é o Pão que desce do céu, para que não pereça quem dele comer. Eu sou o Pão Vivo descido do céu para que não pereça quem dele comer. Quem comer deste Pão viverá eternamente. O Pão que eu darei é a minha Carne para a vida do mundo... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia... As palavras que vos disse são Espírito e vida...” (Jo 6,26-66)

25 de out. de 2012

PERDEU A AMADA

Muitas vezes, confundimos as coisas. Como filhos mimados, julgamos que uma benção de Deus nos coloca numa categoria especial de pessoas, que não precisam mais assumir a responsabilidade sobre seus sentimentos, pensamentos e decisões. Com Jacó aconteceu a mesma coisa! Ele acreditou que poderia decidir sozinho a quem passaria a benção, como se ela fosse propriedade dele, e não do Senhor! E o abençoado foi castigado!
Jacó brigou com o Anjo e se saiu bem. Apenas coxeando! Escapou de Esaú, encontrando um espírito generoso no irmão gêmeo. Escapou de Labão, que o perseguia. Seus rebanhos prosperavam, e suas mulheres e concubinas lhe deram um belo grupo de filhos! Como lhe poderia correr melhor a vida? Então começou a decidir sobre o futuro, como se o futuro não pertencesse a Deus!
Ele perdeu Raquel, a sua favorita, o amor de sua juventude, quando ela morreu no parto de Benjamim, nas proximidades de Belém Éfrata, isto é, Belém, a Fértil (Gn 35,16-20). Parece que Jacó nunca pôde aceitar esse golpe.
  Recorda minhas bondades para sempre: Cumpri a promessa feita a Eva, dando-lhe um filho (cf. Gênesis 4,1); Livrei Noé e sua família por causa da sua justiça; Visitei Abraão diversas vezes e o elevei porque ele me buscou e acreditou em mim; Salvei Jacó da cólera de seu irmão Esaú; Fiz sair do Egito todos os filhos de Israel à força de sinais e prodígios porque seu pai Abraão havia feito uma aliança comigo e guardado minha palavra em seu coração; Conduzi Josué de vitória em vitória em todas as suas batalhas; Preservei os três jovens intactos na fornalha ardente; Ungi homens e mulheres comuns para se realizassem grandes feitos e profetizassem em meu nome.
Fiz incontáveis coisas maravilhosas por meus filhos. Quando estás na angústia, tudo o que deves fazer é rezar e me invocar, e eu operarei as mesmas libertações para ti. O socorro virá quando te recordares de minha bondade, e quando repousares sobre ela. Minha palavra então te confortará. Que minhas promessas se mudem em cânticos no caminho da tua peregrinação, e encontrarás consolação.
Meditação:
O destino das cidadezinhas do tempo de Jesus. Jesus lamentou a incredulidade do povo daquelas cidadezinhas: “Então, começou a censurar aquelas cidades, onde fizera a maior parte de seus milagres, por não se terem arrependido: ‘Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro ou Sídon tivessem sido realizados os milagres que vós se realizaram, há muito se teriam arrependido, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas eu vos digo: no dia do Julgamento haverá menor rigor para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaum, por acaso te elevaste até os céus? Antes descerás até o inferno. Porque, se em Sodoma tivessem sido realizados os milagres que em ti se realizaram, ele teria permanecido até hoje. Mas eu vos digo que no dia do Julgamento haverá menos rigor para a terra de Sodoma do que para vós’” (Lc 10,13-15).

24 de out. de 2012

PAZ PELA ORAÇÃO
“Onde estava meu fogo, lá estava minha glória” (Dt 1,33).
No dia de Pentecostes meu fogo invadiu meus discípulos para significar que suas vidas haviam se tornado sacrifícios vivos (cf. Rm 12,1).
Que fragilidade a do homem, sempre levado ao mal! Hoje confessas teus pecados e amanhã recomeças a cometer o que havias confessado. Estás resolvido a evitá-lo e, uma hora mais tarde, ages como se nada tivesses decidido. Temos razão de nos humilhar e de jamais alimentar uma grande estima para com nós mesmos, tão frágeis e inconstantes somos. Por negligência, podemos perder rapidamente o que com muito trabalho havíamos adquirido por graça. 
Não teve, porém, uma noite de “paz pela oração” antes de encontrar Esaú. Pelo contrário! Foi uma noite de luta: “Jacó ficou só. Alguém lutou contra ele até o despontar da aurora. Vendo que não podia dominá-lo, tocou-lhe a articulação da coxa de Jacó se deslocou, enquanto lutava. Disse o personagem: ‘Larga-me, porque já desponta a aurora!’. Respondeu Jacó: ‘Não te largarei, se não me deres a benção!’. Ele perguntou: ‘Qual é o teu nome?’. Jacó respondeu: ‘Jacó’...”.
Até agora nos tinha sido apresentado um Jacó esperto, chegando a espertalhão, calculista e com medo diante das conseqüências de suas manobras da primeira juventude. Agora o narrador nos mostra uma conversão: ele tem uma experiência solitária de luta. Teve de se defender de um agressor desconhecido toda uma noite! Mas pressente que esta não é uma luta contra um assaltante comum. Havia algo de solene e espantoso naquela briga no escuro da noite, naquele momento de sua vida. Mais do que uma prova de força, pareceu-lhe ter vivido uma iniciação. Iniciação a quê? Ele não sabia, mas sua intuição o leva pedir a benção ao estranho... Recebeu a benção e fez amizade com o seu irmão Esaú.
Lembrete:
Os doutores da Palavra serão tratados com maior rigor do que simples fiéis (cf. Tiago 3,1), pois muitos deles ensinarão doutrinas errôneas àqueles que têm sede de ouvir coisas agradáveis e que preferem acreditar em mentiras. O mestre e o discípulo serão julgados de maneira severa mais estritamente quando tiverem se recusado conhecer a verdade oferecida a eles (cf. 2Tm 4,3-4).
Não permitas que o sentimento da multidão te influencie. Sê antes um exemplo para eles, um mestre, um chefe, um sacrificador que os conduz a Deus. Tu és como uma carta escrita no coração, que precisa ser lida por todos os homens (cf. 2Cor 3,2). E a lei inscrita em teu coração pelo Espírito Santo deve ser vivida de modo exemplar.

23 de out. de 2012

JACÓ VIRA ISRAEL!

“Mandas teu espírito, são criados, e assim a face da terra” (Sl 104,16-35).
Não percas a esperança de avançar na vida espiritual, irmão: ainda tens tempo. Por que deixar a resolução para amanhã? De pé! Começa logo e dize a ti mesmo: “Agora é o momento de agir, o momento de combater, o bom momento de corrigir-me”. Quando tudo vai mal e sofres provação, então é o momento meritório. É preciso que passes pelo fogo e pela água (Sl 65,12) antes de chegar ao refrigério.
Tendo progredido, dono de seus próprios rebanhos, com duas esposas e mais concubinas e também um pequeno e promissor “rebanho” de filhos, Jacó se despediu de Labão, de volta para junto das tendas de Isaac. Estava preocupado com a vingança de Esaú e lhes enviou recados: “Eis a mensagem de teu servo Jacó: ‘Fui hóspede na casa de Labão e lá morei até agora. Adquiri bois e jumentos, rebanhos, servos e servas. Quis mandar notícia disto a meu senhor para obter sua benevolência”’ (Gn 32,4-5).
Jacó, porém, teve toda razão de se assustar quando soube que Esaú vinha de seus acampamentos nas montanhas de Edom com 400 homens a seu encontro: “Jacó teve grande medo, e a angústia o assaltou”. Tomou algumas providências práticas, e, em particular, rezou: “Deus de meu pai Abraão d de meu pai Isaac, Senhor, que me ordenaste: ‘Volta para o teu país, a tua pátria, que eu te serei favorável’. Sou indigno de todos os favores e de toda a bondade que mostraste a este teu servo. Não tinha nada além do meu bastão, ao atravessar o Jordão, e eis que torno com dois acampamentos. Salva-me das mãos de Esaú...” (Gn 32,9-11).
No dia seguinte, Jacó separou um bom presente de animais enviando um rico donativo ao irmão. E, de noite, fez sua família atravessar o rio Jaboc, afluente do Jordão pela margem esquerda. Ficou sozinho, talvez querendo rezar. Afinal teria a consciência pesada por ter enganado seu pai Isaac, aceitando a tramóia de sua decidida mãe, Rebeca.
Lembrete:
As conseqüências interiores dessa opção pelo poder vêm constantemente à tona. Os que procuram o controle tendem a falar muito pouco a respeito de si mesmos. Só fazem o que querem e raramente são abertos e francos com os outros, até mesmo com os cônjuges. Afinal de contas, a franqueza ameaça o controle de nós mesmos e dos outros. Eles se apegam às próprias opiniões e tendem a não ouvir realmente as opiniões dos outros. Em geral, têm dificuldade com a autoridade e talvez critiquem e ignorem os superiores ou sejam subservientes e os manipulem. Mesmo os que não querem exercer autoridade tendem a pensar que poderiam ter um melhor controle das coisas do que estão no poder. Acima de tudo, mostram sua escolha de poder da maneira como vivem as amizades. Não se permitem ser vulneráveis aos outros. Podem ficar muito felizes em ajudar os outros quando precisam, mas querem escolher que ajuda dar e quando dá-la.

22 de out. de 2012

LABÃO

“E ele se tornou riquíssimo, e teve rebanhos em quantidade, servos e servas, camelos e jumentos” (Gn 30,42-43).
Corações insensatos e infiéis, tão mergulhados nos bens terrestres que só sentem gosto pelas coisas materiais! Infelizes deles! No fim, sentirão pesar sobre eles a abjeção e o nada daquilo que amaram!
Ao santos de Deus e os fervorosos amigos de Cristo não deram atenção ao que agrada à natureza nem ao que corresponde à moda. Toda a sua esperança e todo o seu ímpeto aspiravam aos bens eternos. Todo o seu desejo estava voltado para o alto, para o durável e invisível, para evitar que o amor do visível não os mergulhasse na insignificância.
Jacó fez que ia embora, de volta às tendas de Isaac... Labão teve receio de perder a colaboração de tão prestativo genro e, além disso, tão despretensioso, porque pediu como pagamento por um novo período de serviço apenas as crias malhadas dos rebanhos de ovelhas e cabras do amigo sogro! Eram exceções, raridades quase! Conta a Bíblia – e não sei se os zoólogos concordam – que Jacó, bom observador da natureza, teria colocado varas habilmente descascadas, de modo que ficassem listradas diante dos olhos das cabras e ovelhas prenhes, e elas davam um número extra de crias malhadas! E só colocava as varas diante dos animais robustos: “Deste modo, as crias débeis ficavam para Labão e as robustas para Jacó. E ele se tornou riquíssimo, e teve rebanhos em quantidade, servos e servas, camelos e jumentos” (Gn 30,42-43).
Se houvesse um brasileiro por lá, naqueles dias tão distantes, talvez se lembrasse de um ditado que diz: “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”!
Nós nos vemos cercados de indivíduos que fizeram essa escolha fundamental. Eles não se dividem  entre os amargos e descontentes e os alegres vivendo as duas escolhas. Também encontramos pessoas de todas as vocações vivendo as duas escolhas. Cada um de nós  tem de escolher por si mesmo.
Lembrete:
Os que procuram o poder querem, antes de tudo, controlar suas vidas. Podem querer escolher que tipo de trabalho fazer e se recusar a deixar as necessidades alheias influenciarem sua decisão. Podem arrastar suas famílias pelo país afora por causa de promoções no trabalho, por exemplo, ou simplesmente se recusarem a dedicar esse tempo à educação dos filhos porque trabalham doze ou quatorze horas por dia. Querem ter controle de suas atitudes e opiniões e se recusam a deixar as convicções dos amigos realmente os influenciarem, ou se afastam da doutrina de Deus.
Se quiser uma oração de “repetição”: desejando repetir a oração, o que sempre faz muito bem, pode retomar os pontos que lhe deram consolação, ou insistir nos pontos em que ficou frio ou inquieto, desolado... Pode, também, tomar os pontos que apresenta grande simplicidade.

21 de out. de 2012

TAL MODO AMAVA

“De minhas necessidades da vida vem retirar-me, Senhor” (Sl 24,17).
Pode ajudar considerar que neste episódio temos que caminhar juntos, a acolhida, o apelo à conversão, a memória do texto bíblico, sua interpretação, a despedida e a missão. Procure reler o texto recolhendo esses elementos que se resumem a dois, isto é, a “mesa” da Palavra é a mesa de Amor.
Muito pesadas são para o homem interior as necessidades corporais neste mundo. Também o profeta pede para ser libertado delas na medida do possível: “De minhas necessidades da vida vem retirar-me, Senhor” (Sl 24,17). Mas infeliz de quem ignora sua miséria. Mais infeliz ainda é aquele que ama esta vida miserável e perecível. Há os que a ela se apegam de tal modo (embora ganhem apenas o suficiente com o seu trabalho ou sua mendicidade) que se pudessem viveriam aqui para sempre, sem preocupação alguma com o Reino de Deus.
Há famílias de médicos e famílias de lavradores ou de comerciantes. E há famílias de gente esperta! Assim era a família da espertíssima Rebeca! Quando aquele rapaz, coberto de poeira, sozinho, sem presentes finos, chegou como parente pobre para pedir uma de suas filhas em casamento, o esperto Labão não o mandou de volta. Calculou que poderia aproveitar a mão de um sujeito jovem e forte, que mostrara coragem e habilidade ao percorrer meio Oriente, desde Bersabé, nos limites do deserto de Sinai, até o norte do país dos dois rios, a Mesopotâmia, região que hoje é província setentrional do Iraque. Ainda mais que Jacó se mostrava visivelmente encantado com os graciosos olhos e a magnífica silhueta de Raquel, sua filha mais moça. Fizeram um contrato: por sete anos o rapaz trabalharia como pastor. E diz o narrador bíblico: “Jacó serviu sete anos por Raquel, a estes lhe pareceram poucos dias, de tal modo a amava!” (Gn 29,20).
Chegou o dia feliz do “casório”! No entanto, o esperto Labão entregou para a noite de núpcias, devidamente velada no escuro de tenda, a filha mais velha, Lia, a de olhos sem graça! Se Jacó quisesse também Raquel, no fim de uma semana, teria de ajustar mais sete anos de trabalho! Jacó conformou-se, recebeu Raquel como esposa depois da semana de “lua de mel” com Lia e ainda ganhou um bônus: a concubina Bala.
Quando chegamos a juventude, confirmamos uma escolha básica que vimos fazendo há bastante tempo. Vou procurar ter poder ou vou me abrir para o amor? Vou lutar pelo controle de minha vida ou me entregar às exigências do amor? Posso seguir qualquer desses caminhos e ainda contar com a misericórdia divina, mas não tenho dúvidas quanto ao caminho que o Espírito de Deus me convida a seguir.
“Jacó serviu sete anos por Raquel, a estes lhe pareceram poucos dias, de tal modo a amava!” (Gn 29,20).

20 de out. de 2012

ESTAREI CONTIGO

Muitas pessoas fracas e negligentes dizem: “Vê que boa vida leve este homem? Como é rico, grande, poderoso e célebre!”
Presta atenção aos bens celestes e verás que todos esses bens materiais nada são; são muitos incertos e aumentam o nosso fardo, pois jamais são possuídos sem cuidado nem temor. Não é abundância material que constitui a felicidade do homem: basta-lhe uma justa medida. É uma verdadeira miséria viver sobre a terra! Quanto mais alguém se torna espiritual, mais a vida presente se torna amarga, porque se sente melhor e vê-se mais claramente a fragilidade e a degradação humanas. Comer, beber, vigiar, dormir, repousa, trabalhar, submeter-se a outras necessidades da natureza, tudo isto é uma grande miséria que aflige o homem ardoroso em seu desejo de ser libertado de todo pecado.
Jacó foi sozinho, para procurar uma esposa, ficou tão desprovido que teve que usar uma pedra como travesseiro! Mas benção é benção, e ele sonhou com uma escada maravilhosa, por onde anjos subiam e desciam. E o mesmo Senhor Deus o abençoou: “Sou o Senhor, Deus de Abraão e de Isaac. Darei  a ti e a tua posteridade a terra sobre a qual estás deitado. Tua posteridade será como o pó da terra. Vai se dilatar para o Ocidente e o Oriente, o Norte e o Sul, e nela serão abençoadas todas as nações. E eis que Eu estarei contigo, e te guardarei onde quer que tu vás. E te reconduzirei a este país, porque não te abandonarei até cumprir tudo o que prometi” (Gn 28,10-15).
 Nós somos destes povos do Norte e do Sul, do Ocidente e do Oriente, herdeiros dessa benção e filhos desse sonho! E o lugar do sonho e da benção se chama “Betel”, “Casa de Deus”, com o nome que lhe deu o jovem Jacó, até os dias de hoje! Somos filhos da clã do povo de Deus. 
Meditação:
Eu sou Iahweh-proverá (cf. Gênesis 22,14), pois proverei a todas as tuas necessidades, quer se trate de garantir tua alimentação, um meio de transporte, um teto, roupas, ou um caminho de salvação e libertação.
Eu sou Iahweh-Nissi, pois a bandeira de Iahweh está em mãos (cf. Êxodo 17,15). Jamais serás derrotado se me deixares conduzir tuas batalhas.
Eu sou Iahweh-é-paz, o Senhor da paz (cf. Juízes 6,24),. Trarei paz a cada turbulência da tua vida.
Eu sou Iahweh-presente, o Senhor que está aqui (cf. Ezequiel 48,35). Não te disse eu: “eis que estou convosco todos os dias...”? (Mt 28,20).
Tenho muitos nomes e títulos, e cada um deles será honrado. Não duvides. Vem a mim e mostrarei a minha glória, simplesmente por causa do meu nome.

19 de out. de 2012

O JOVEM JACÓ

“Que Deus te abençoe, te faça fecundo e numeroso, de modo que te tornes uma multidão de povos...” (Gn 28,1-3).
Pensando em indicações para um exercício mais pessoal. Releia o texto de Lucas 24,13-35.
Repouse o corpo e o espírito: ou do modo como foi dito acima, ou de outro modo que mais ajude a você entrar tranquilo em clima de oração.
Dizer o nome de Jesus no coração, conforme o ritmo e o compasso do ar que você vai sentindo passar pelas narinas, é um meio excelente. Este é um modo de orar que chama de “oração pelo ritmo”.
Ponho-me na presença de Deus, sinto seu olhar amoroso, e ofereço-me inteiramente a Ele.
És miserável onde estejas e para onde quer que te voltes, a não ser que te voltes para Deus. Por que perturbar-te quando as coisas não andam como queres e desejas? Quem é que pode ter tudo à sua disposição? Nem tu nem eu nem ninguém sobre a terra. Neste mundo ninguém está livre de provação e dificuldade, seja ele rei, seja papa. Quem está em melhores condições? Sem dúvida, quem é capaz de sofrer um pouco por Deus.
Esaú tinha vendido, por um prato de lentilhas quentinhas e saborosas, seu direito de filho mais velho à benção do Pai Isaac. Mas – vocês sabem como essas coisas são – quando soube que Rebeca e Jacó tinham se aproveitado da situação e da cegueira do Patriarca Isaac para “lhe passarem a perna” ficou furioso. Rebeca,  a admirável, para evitar alguma coisa pior, mandou Jacó para a casa do irmão dela, Labão, no distante Haran. Não foi nada fácil para ela enviar o jovem por um percurso perigoso, em caminhos ameaçados por assaltos e combates de bandos. E não foi nada fácil também para Jacó, acostumado com a segurança em sua tribo. É verdade que seu pai foi convencido a deixá-la partir para encontrar uma mulher do clã para esposa: “Não tomes mulher dentre as filhas de Canaã, mas vai à casa de Batuel, pai de tua mãe, e toma lá uma mulher dentre as filhas de Labão, irmão de tua mãe. Que Deus te abençoe, te faça fecundo e numeroso, de modo que te tornes uma multidão de povos...” (Gn 28,1-3).
Lembrete:
Penso por um momento que vou pensar sobre a história sagrada. Relembro como o Evangelho de São João repete continuamente como as trevas lutam contra a luz, a mentira contra a verdade, e a morte contra a vida. E mais importante ainda, Jesus fala claramente de dois reinos lutando até a morte. Seus ensinamentos é que há duas forças titânicas agindo no mundo, ambas conduzidas pelo desejo interno de domínio de ira, de desejo de ira, de desejo de destruir, de ódio profundo à vida. Agora imagine que esse interior sai para o exterior: Que aspecto terá a pessoa? Como mudará seu rosto? As mãos? Os olhos e a boca? Pois bem, o mentiroso é assim, se você realmente o vê.
O fato de que teus desejos sejam realizados não significam que tuas escolhas tenham sido as melhores para tua vida. É muito importante que teus desejos estejam de acordo com minha vontade. Então, Senhor, socorre-me!

18 de out. de 2012

A BENÇÃO

“Tu, ó nossa irmã, multiplica-te mil vezes mil!” (Gn 24-60).
Se pensasses com mais freqüência na morte do que na duração da vida, não há dúvida de  que porias mais empenho em corrigir-te. Se levasses a sério as penas futuras do inferno ou do purgatório, creio que preferirias suportar trabalho e sofrimento, sem temer rigor algum. Mas, visto que isto não atinge o nosso coração e permanecemos sensíveis às lisonjas, continuamos frios e preguiçosos.
É a indigência espiritual que freqüentemente inicia nosso pobre corpo a queixar-se por tão pouco. Pede, pois, ao Senhor com humildade que te dê o espírito de humilde contrição.  Dize com o profeta: “Alimenta-me, Senhor, com o pão das lágrimas e dá-me de beber sem medida” (Sl 79,6).
Na despedida, os familiares de Rebeca a abençoaram com palavras convencionais, mais ou menos como nossos votos de boa viagem a alguém: “Tu, ó nossa irmã, multiplica-te mil vezes mil!” (Gn 24-60). Nem por sombras lhe passou pela cabeça que mais de cem versículos da Bíblia tratariam da formosa parenta! E não só formosa, mas independente e decidida! Vocês sabem que Rebeca teve gêmeos com Isaac: Esaú e Jacó. Esaú, corajoso, amigo de andar pelos lugares selvagens caçando, capaz de trocar seus direitos de primeiro nascido por uma fumegante sopa de lentilhas (Gn 25,29-34! Rebeca achou que a família e seu futuro não podiam ser confiados ao filho que saíra primeiro do seu ventre, com o irmãozinho agarrado no seu pé (Gn 25,26). Com uma “cuca fresca” daquelas, ele não seria responsável pela benção do Senhor Deus. Então, na hora certa, no momento exato, ela resolveu desafiar a tradição e mudar a história: levou Jacó a enganar o velho e quase cego Isaac e apoderar-se da benção (Gn 27,1-29), que já era sua desde o episódio da sopa de lentilhas. Esaú também ganhou uma benção (Gn 27,30-41). Mas aquela benção da promessa, a benção de “uma descendência mais numerosa do que as estrelas do céu e os grãos de areia das praias do mar” (Gn 22,15-18), a benção que chegou até nós, passou por Jacó, que viria a ser chamado de “Israel”!
Lembrete:
Para honrar meu nome, Jesus, ouço as orações e respondo. Minha reputação fica em jogo diante de ti e do mundo. É por isso que manifesto minha glória e meu poder aos olhos de todos os que me invocam. Eu devo honrar o meu nome. Tenho diversos títulos (ou nomes) e cada um deles é poderoso. Eu sou Iahweh aquele-que-te-restaura. Devo honrar meu nome neste aspecto de toda doença (cf. Êxodo 15,26).
Caia na conta do que sente, sem pressa de ir adiante, refletindo sobre si para tirar algum fruto.
A partir desse cair na conta do que te era dado sentir e perceber, detendo-te para refletir sobre si mesmo, sem pressa de ir adiante, suplicando que o Senhor confirmasse o que te parecia se a vontade divina.

17 de out. de 2012

REBECA, A ADMIRÁVEL!

“Propicia-me um encontro e agracia meu amo, Abraão!” (Gn 24,12).
Saibas que és indigno da consolação divina. Mereces antes muitas provações. Para alguém firme na humilde contrição, o mundo inteiro se torna um fardo amargo. Aquele que está no bom caminho encontra sempre muitos motivos para sofrer e chorar. Quer examine a si mesmo, quer examine seu próximo, sabe que ninguém aqui na terra vive ao abrigo das provações. E quanto mais severamente se examina mais se desola. Nossos pecados e o mal em nós dão-nos matéria para um justo sofrimento e para a humilde contrição do coração. Ele nos aprisiona de tal forma que nos deixam pouco tempo para a contemplação celeste.
Abraão, como todo bom pai até pouco tempo, devia encontrar uma boa esposa para o Filho da Promessa, Isaac. Encarregou um servidor de confiança a encontrar, com auxílio de Deus, uma jovem para casar com seu filho único. Podemos vê-la, com os olhos da imaginação, esbelta e forte como uma palmeira, tirando água para dar de beber ao rebanho, tão hospitaleira e decidida, dando de beber ao viajante e seus animais. O servidor do Patriarca Abraão achou que aquela jovem era a pessoa indicada para os grandes propósitos do patrão. Ficou confirmado quando soube que ela era filha de Nacor, da parentela do próprio Abraão, da família do Abençoado! Se estivéssemos lá poderíamos dizer: “O mundo é pequeno, não?”. Ou então exclamar: “Que coincidência!”. Mas, pensando bem, não foi coincidência, obra do acaso, mas providência, obra do Senhor! Foi resposta à esperança de Abraão e à oração de seu servidor: “Senhor, Deus de meu amo, Abraão, propicia-me um encontro e agracia meu amo, Abraão!” (Gn 24,12). Deus providencia tudo para nós.
Compondo-me nesse mundo imerso em guerra. Imagino a Jesus Cristo e SUS seguidores num esplêndido campo verde, com vestimentas de cores maravilhosas e bandeiras reluzentes, sacudidas pela suave brisa. Então imagino o mentiroso com seus seguidores num desfiladeiro, grisalho, sombrio, parado. Não devo deixar, porem, que esta geografia imaginária obscureça a real que molda os altos e baixos de meu próprio coração, onde ainda lutam a escuridão e a luz, o mal e o bem.
Meditação:
Peço a Deus que me dê coragem, para ver claramente a face do mal e a face do bem. Peço-lhe que me ajude a entender internamente como funciona a mente de Cristo – e também como as pessoas que escolheram esta vida tomam suas decisões e valorizam as coisas.
Concedeu-lhes o que pediam, satisfez-lhes a sua gula (Sl 106,13-31).
Reze, sinceramente, o que você encontra em seu interior: ausência? Frio? Dúvida? Descrença? ...ou presença? Calor? Confiança? Fé? Como rezar? Com pedidos, súplicas... ou escuta, silêncio... ou adoração, gratidão... ou sentindo e saboreando, intimamente, paz e revelação.

16 de out. de 2012

PELA FÉ

“Isaac aparece como um reflexo do Pai eterno que nos deu seu único Filho, pregado na cruz por seu amor até o fim” (Jo 13,1)!
O “ciclo” de Isaac é “fraco”. Suas lembranças ou estão ligadas ainda ao grande vulto de Abraão, ou estão já misturadas às histórias de Jacó, ou parecem apenas reflexos de narrativas do “tempo de Abraão” (Gn 26). Os redatores do Livro de Gênesis só contaram com memórias fugidas para tratar do patriarca. Muito mais tarde, o autor do Eclesiástico, num poema em que faz o elogio dos antepassados, apenas menciona Issac (Eclo 44,22). Já São Paulo vê em Isaac, descendente biólogo de Abraão, e “filho da promessa” divina, uma imagem anunciando o povo de Deus pela fé entre os “gentios”, os não judeus. Na Carta aos Hebreus, lemos: “Pela fé, (Abraão) morou debaixo de tendas com Isaac e Jacó, herdeiros da mesma promessa de Deus... Foi também pela fé que Sara, embora estéril, recebeu o poder de ter um filho... Foi pela fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac em sacrifício. Era seu filho único, oferecia aquele que era o depositário da promessa. Deus lhe havia dito: “É pela linha de Isaac que terás uma descendência. Pensava, na verdade, que Deus tem o poder até de ressuscitar alguém dos mortos. Por isso é que ele recuperou seu filho, o que é um fato simbólico” (Hb 11,9-19). Assim o “apagado” Isaac aparece como um reflexo do Pai eterno que nos deu seu único Filho, pregado na cruz por seu amor até o fim (Jo 13,1)!
Vejamos bem que as normas de ação e os valores de julgar de Jesus Cristo são tão diferentes dos demais, que estes parecem ser iguais entre si ao compará-los com os dele. Assim, ponha-se a trabalhar, com ajuda de Deus, perguntando-se que valores movem o mundo ao seu redor, que normas utiliza para julgar e que valores e normas Jesus utiliza.
Imagine Jesus guiando seus amigos. Qual é sua maneira de mandar? Diz a verdade para eles? Que gestos usa quando envia alguém para uma missão? Que tom de voz? Ele declara ser Rei. Que classe de Rei?
Eu vim glorificar meu Pai e fazer a sua vontade. Nasceste de novo no reino com o mesmo fim. És a semente da minha vida, morte e ressurreição. Eu não tive filhos naturais, mas pela atividade de minha alma eu te fiz nascer e tu me pertences. És parte, nesta geração, da posteridade de Abraão, pois eu te enxertei nela para um novo nascimento.
Eu te chamo agora a declarar a tua geração aquilo que eu fiz, para que uma nova geração possa Me louvar, Me adorar e se levantar para Me servir.
Lembrete:
Observe que ele explícita e publicamente diz aos seus discípulos que eles irão pelo mundo anunciando a Boa Nova. Terão de ajudar sempre aos desprezados, aos pobres, aos encarcerados. Eles haverão de curar e alimentar, vestir e dar abrigo. Eles terão de falar abertamente e convidar a todos a crer e a arrepender-se.
Não exterminaram os povos, como o Senhor lhes tinha mandado. Misturaram-se às nações e aprenderam a agir do modo delas. Serviram a seus ídolos, que se tornaram um laço para eles (Sl 106,34-48).

15 de out. de 2012

CIÚME

“O nome de “Ismael”, seu irmão por parte de pai, é mais bonito! Significaria “Deus escuta” (Gn 17,17 e 21).
Nossa frivolidade e nossa negligência em nos corrigir nos impedem de sentir os sofrimentos espirituais. Às vezes rimos desbragadamente quando na realidade deveríamos chorar.
Isaac não surge a nossos olhos de leitores da Bíblia como uma grande personalidade. Tudo indica que foi um pastor pacífico, em contraste com a vida aventurosa que o Livro do Gênesis parece atribuir a seu pai. Digo “parece” porque os antigos, para facilitar a memória dos narradores em torno da fogueira nas noites calmas, atribuíam a um personagem toda uma série de acontecimentos. Assim procedem ainda muitos povos de nossos dias, que não têm cultura escrita. Podemos dizer que “Abraão”, além de ser uma pessoa, pai de um povo, se tornou o nome de um ciclo histórico. As lembranças daquele tempo foram como que “classificadas” sob o seu nome.
 Nos relatos sobre Isaac, há um fato entristecedor: por causa dos ciúmes de Sara, a concubina Agar foi mandada embora com o pequeno Ismael, também filho de Abraão! A Providência socorreu, como socorre tanta mãe solteira de todos os tempos, e Ismael se tornou o antepassado dos povos da Arábia. Ismael deixou fama de bom caçador e hábil no arco e flecha. O nome de “Issac” provavelmente significa “ele ri”. Lembraria o riso de Sara (Gn 18,11-15)... O nome de “Ismael”, seu irmão por parte de pai, é mais bonito! Significaria “Deus escuta”. Os relatos (Gn 16, 17 e 21) mostram que os antigos narradores de Israel reconheciam um laço de família com os nômades do deserto, às vezes assaltantes, como os que compraram José, filho de Jacó, como escravo (Gn 37,25-28 e 39,1).
Sempre em meditação seja uma parte do fato.
Lembrete:
Você não é espectador. Participa realmente dessas atividades. Em Belém, por exemplo, você deixa Maria entregar-lhe o Menino para segurar. Você fala com as pessoas, com Jesus ou José e deixa-os falar com você. Imagina que os toca o eles tocam. No cenáculo, aceita o Pão consagrado; abraça as pernas frias de Jesus enquanto Seus amigos descem Seu corpo do cadafalso.
O resultado deste tipo de oração ultrapassa a compreensão. A oração em si é uma experiência, muito real e tão memorável quanto qualquer outro acontecimento real. Entretanto, isso refresca seus afetos e aprofunda seu amor. Em geral, você guarda por muito tempo a lembrança de um gesto ou de uma cena cheia de vida. Com bastante freqüência, você sai da contemplação com uma idéia ou um afeto para anotar, embora isso pareça um resumo desesperadamente insatisfatório do que você experimentou.
Apesar de tudo isso, você sempre sabe que o que contempla tem ligações decisivas e fortes com sua vida cotidiana.

14 de out. de 2012

HOLOCAUSTO

“Deus providenciará o cordeiro, meu filho” (Gn 22,8).
Se queres fazer algum progresso, permanece no temor de Deus, se muita independência. Submete todos os teus sentimentos à disciplina e não te entregues a alegrias despropositadas. Entrega-te à humilde contrição do coração e encontrarás o fervor espiritual. A humilde contrição traz numerosos benefícios que a tibieza logo põe em risco.
Corremos sempre o risco de achar que o dado é nosso e não cria nenhum laço de lealdade com o doador que é Deus! É o risco da ingratidão. Para educar nossa alma no reconhecimento da verdade, formando em nós corações gratos e contentes, Deus nos experimenta: “Purificarei como se purifica o ouro e a prata” (Zc 13,9). Por isso, O Senhor chama Abraão para que lhe ofereça Isaac em sacrifício total (holocausto) no Monte Moriá (Gn 22,1). Abraão tem o coração apertado e confuso. Prepara tudo conforme os usos do seu tempo: não exigiam os ídolos dos povos vizinhos, os cananeus, que se queimassem vivos os primeiros nascidos? Mas seu coração também pressente que “oferecer um holocausto ao Senhor” será muito diferente. Por isso, na subida do monte, dá uma resposta inspirada ao filho, que lhe pergunta: “Pai, aqui estão fogo e lenha, mas onde se acha o cordeiro para o holocausto?”. E Abraão responde, com fé somente na escuridão em que se move, quando o amor de Deus parece ter desaparecido: “Deus providenciará o cordeiro, meu filho” (Gn 22,8). E assim é nossa vida. Deus providencia tudo.
Hoje, o dinheiro, o petróleo, a água, a terra, o poder exigem opressão e guerras! São ídolos! Mas nós, filhos de Abraão, cremos no Deus da vida! Cremos em Jesus, o filho único e amado, verdadeiro cordeiro de Deus, sacrificado no Monte Calvário!
Lembrete:
Várias maneiras de contemplar os fatos da Bíblia
Você entra na experiência interior de pessoas reais. Sente a imobilidade do paralitico enquanto Jesus estende a mão para tocá-lo. Sente a tristeza no coração de Maria, Nossa Senhora, quando Jesus sai de Nazaré pela última vez. Sente a alegria de Jesus quando as criancinhas sobem ao Seu colo.
Você também experimenta a dinâmica do acontecimento, a “intimidade” do pensamento, do sentimento e da decisão. Em Caná, percebe a tensão por causa do vinho que acabou – então o espanto dos servos, o prazer de Maria, a surpresa do anfitrião – e o deleite dos convidados por mais vinho ser servido, e um vinho tão bom! No Pretório, você sente a loucura que toma conta da multidão, o cinismo esgotado de Pilatos, o ódio de alguns inimigos de Jesus, a tranqüila segurança de Jesus.  

13 de out. de 2012

ISAAC

“Parai! Sabei que eu sou Deus!” (Sl 46,11).
Peça na oração que o Senhor lhe dê a graça de permanecer voltando-se para Ele com tudo o que você é e tem (corpo, sensibilidade, inteligência, memória) neste tempo que você separou para Ele. Quanto depender de você proponha-se a não diminuir nada do tempo combinado com Ele. Sentindo-se tentado a fazê-lo, comprometa-se, ao invés, a prolongar por trinta segundos de oração.
Que podes ver, não importa onde, que possa durar por muito tempo sob o sol (Ecl 2,11)? Crês acaso que poderás saciar-te? Não os conseguirás. Se tudo se apresentasse diante de teus olhos, seria isto mais do que um vão espetáculo?
Eleva os olhos a Deus lá no alto e implora por teus pecados e tuas negligências. Deixa as vaidades para as pessoas vãs. Quanto a ti, aplica-te aos preceitos de Deus. Fecha a porta atrás de ti (2Rs 4,5; cf. Mt 6,6) e chama teu Jesus, teu Bem-amado. Fica com Elena cela, pois não encontrarás em outro lugar semelhante paz. Se não saísses e não ouvisses nada dos rumores do mundo, permanecerias em paz ainda maior. Mas, visto que às vezes gosta de ouvir as últimas notícias, é necessário que sofras a perturbação do coração.
“O Senhor visitou Sara – esposa de Abraão – e cumpriu o que prometera” (Gn 21,1). Isaac nasceu como dom muito especial de Deus para aqueles pais cansados de esperar um filho próprio, “para cumprir o prometido”. O nascimento prodigioso é marca da intervenção livre e fecundada do Altíssimo: “Portanto, a herança provém da fé. Comprova-se, então, que é por um dom gratuito que a promessa está garantida para toda a descendência” (Rm 4,16).
Em cada dia de nossas vidas, vemos o sol nascer e se pôr, as plantas florescem e frutificarem... Então, podemos nos esquecer que Deus ou até dizer que o mundo é o mundo e Deus não faz falta... As coisas acontecem porque acontecem. Assim, quando a desesperança toma conta de nossos corações, o inesperado acontece: nasce uma criança de um ventre velho, ou... de uma Virgem! Como na casa de Maria. E – maravilha! – olhamos tudo com outros olhos e nossos corações acreditam de novo e vibram de esperança, agradecidos por tanto amor: “Abraão não se deixou levar pela incredulidade. Mas, fortalecido pela fé, deu glória a Deus, convicto de que Ele é poderoso também para cumprir o prometido” (Rm 4,20-21).
Lembrete:
Existe um modo de contemplar que você desenvolve sozinho, com dádivas de fé, esperança e amor. Pratica – com o uso da memória, da imaginação e do livre arbítrio para evocar imagens e sentimentos e aprová-los ou rejeitá-los. Você usa a imaginação para conhecer um acontecimento real da vida de Jesus. Para você o acontecimento esta no passado, mas todas as coisas estão presentes em Deus, por isso, em Deus, você entra no acontecimento. Está simplesmente ali e ouve, vê e sente. Você toma parte no que acontece – e permite que Jesus lhe lave os pés, por exemplo, ou ajuda André a distribuir os pães multiplicados.
Reze o colóquio com fervor. O colóquio se faz, propriamente, falando como uma amigo fala a seu amigo. Exponha-se, então, a nosso Senhor Jesus Cristo, amigo fiel e verdadeiro. Siga o seu coração... Encerre com o Pai Nosso

12 de out. de 2012

A PROMESSA

“A Deus nada é impossível!” (Lc 1,37).
Por que desejas ver o que não tens direito de possuir? Passam o mundo e suas cobiças. Os desejos dos sentidos nos atiram em todas as direções. Mas, passado este momento, qual o resultado, a não ser uma consciência carregada e um coração disperso? Uma alegre saída com freqüência provoca um triste retorno. Uma alegre e tardia vigília produz tristes manhãs. Todo prazer natural se introduz pelo aspecto sedutor, mas ao final das contas não passa de remorso e morte. Que podes ver em outra parte que não vejas aqui? Olha: ali estão o céu, a terra e os elementos dos quais tudo é feito!
Abraão confiou que ia ter um filho. No ano seguinte, Sara se alegria com o nascimento de Isaac (Gn 21,1-7). Como viria a dizer o Arcanjo Gabriel a Maria, filha de Abraão: “A Deus nada é impossível!” (Lc 1,37).
No texto do capítulo 18 de Gênesis, no primeiro versículo, está escrito: “O Senhor apareceu a Abraão...”. No versículo seguinte lemos: “(Abraão), tendo levantado os olhos, viu três homens” que chamam Sara, para que ela também ouvisse a promessa. Contudo, logo é dito: “O Senhor disse a Abraão...”. Então, o texto usa ou Um por Três ou Três por Um! Por isso, muitos leitores cristãos, através dos séculos, têm visto aqui um anúncio da revelação, por Cristo, do Ministério da Trindade: Deus é um só em três Pessoas! “Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” somos todos batizados!
Quando medita, você se lembra de um acontecimento real, imaginando como aconteceu, talvez com muitos detalhes e na seqüência exata. Talvez você não entre inteiramente nele e se torne parte da ação; em vez disso, você se assemelha mais à maquina que fotografa a ação e grava o som. Mesmo se entra realmente nele, a ponto de se sentir e perceber completamente parte do que aconteceu, você não pára ali quando medita. Ao contrário, raciocina consigo mesmo sobre o que aconteceu e tenta entender melhor as pessoas envolvidas e os acontecimentos em si. Assim, além de imagens e sentimentos, você aprende orar e amar verdadeiramente.
Meditação:
Na igreja Primitiva o Caminho era o nome dos primeiros cristãos. Como Paulo quisesse partir para Acaia [Grécia], animaram-no os irmãos e escreveram aos discípulos para que o acolhessem. Tendo lá chegado [em Corinto], muito ajudou, por efeito da graça, aos que tinham abraçado a fé. Refutava vigorosamente e em público os argumentos dos judeus, demonstrando, pelas Escrituras, que Jesus é o Cristo [o Messias]...” (At 18,24-27).

11 de out. de 2012

A RISADA DE SARA

“A tua palavra, Senhor, é eterna, estável como o céu. Tua fidelidade dura por todas as gerações; fundaste a terra e ela está firme. Tudo subsiste até hoje conforme tuas normas, pois tudo está a teu serviço” (Sl 119,89-96).
No silêncio e na calma, o discípulo progride e penetra o segredo das Escrituras. Encontra a fonte das lágrimas onde se purifica a cada noite: sua familiaridade com o Criador aumenta à medida que ele se afasta de todo tumulto do mundo. Deus se aproxima com seus santos anjos daquele que se afasta dos amigos e conhecidos. Mais vale ficar oculto de si que fazer milagres andando ao sabor das circunstâncias. Merece louvor o religioso que sai raramente, que se recusa a aparecer em público e evita o convívio dos homens. 
Era a hora mais quente do dia, naquele país, à beira de grandes desertos! O chefe dos pastores, Abraão, repousava diante de sua tenda, à sombra de um grande carvalho (ver Gn 18,1-15). Quando viu três viajantes chegando a pé, foi ao encontro deles e ofereceu-lhes hospitalidade! Mandou Sara preparar bolos, escolheu um bezerro para um bom assado. E os serviu com coalhada e leite fresco.
O casal Sara e Abraão já ultrapassara a idade de ter filhos. Abraão tivera filhos com algumas concubinas, mas Sara parecia definitivamente estéril. Os três hóspedes, agradecidos, já de partida, chamaram Sara e disseram aos dois que dentro de um ano lhes nasceria um filho. Sara não conteve uma risada, pois como seria possível que “depois de idosa” viesse a “sentir prazer”? Com essa risada de ironia, falta de esperança e fé, Sara representa nossa humanidade descrente, que se acha muito “realista” quando acredita que “o mundo não tem jeito mesmo”, ou que “o povo de Deus, está chegando ao fim”, ou que “chegamos a um beco sem saída”.
“Mas o Senhor disse a Abraão: “Existe coisa por demais maravilhosa para o Deus? Voltarei a ti no próximo ano, por este tempo, e Sara terá, então, um filho”.
Lembrete:
Ou pode se imaginar descobrindo um espelho em um campo primaveril que reflete a luz do sol de volta para ele – da mesma maneira que cada um de nós reflete o conhecimento e o amor de Deus de volta para Ele. Ou pode fantasiar um lugar terrível, desolado, devastado pela guerra atômica, sentir a intensa radiação e ouvir os ecos de milhares de gritos de horror – e reconhecer o cenário do pecado.
Sempre comece a fantasia suavemente. Em geral, você volta a si com algumas intuições.
Enquanto eles amaldiçoam, tu abençoas (Sl 109,21-31).

10 de out. de 2012

DIAS DE CASTIGO

“Tu és meu refugio e meu escudo, espero na tua palavra” (Sl 119,113-120)
O curioso é que essa história da mulher de Lot tornar-se em sal era tida mais como “estória”, metáfora ou lenda, até que os arqueólogos descobriram a biblioteca do rei de Ebla enterrada nas areias do deserto da Síria. Essa “biblioteca” era mais um arquivo comercial. Ora, nela foram encontrados os nomes das cidades pecadoras, como parceiras comerciais! Assim, vários pesquisadores conservam a mente aberta para a possibilidade de que a catástrofe vulcânica que engoliu as cidades tenha sido um episódio histórico.
Costumamos interpretar os fenômenos naturais como “coisas que acontecem”, e achamos o autor bíblico muito “antiquado” por tratar como castigo de Deus um episódio vulcânico. Mas, na verdade, quem constrói sua casa sobre a areia terá um dia de vê-la desabando. Quem mora numa região sujeita a terremotos e erupção, sendo muito apegado à seus bens, e muito ocupado para reparar nos “sinais dos tempos”, sem dúvida terá grandes desgostos e até perderá a própria vida. Também temos o caso famoso da cidade romana de Pompéia, quando os avisos do vulcão Vesúvio foram ignorados por dias. Desse modo, a erupção principal aniquilou a cidade. Se nossos corações se prendessem aos bens materiais, poderemos nos entregar a um otimismo perigoso, que fecha nossos olhos.
Jesus nos fala: “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que chegou o tempo de sua ruína. Os que estiverem na Judéia refugiem-se nas montanhas. Os que estiverem na cidade afastem-se dela. Os que estiverem nos campos não voltem para casa. Porque esses dias serão de castigo, em que tudo quanto foi escrito deve se cumprir...” (Lc 21,20). Não é prudente imitar a mulher de Lot e ficar olhando para nossos bens materiais, ignorando os sinais dos tempos! Peçamos a graça de usarmos os bens deste mundo sem nos grudarmos a eles!
Recorre á razão e ao entendimento. Você faz na oração exatamente as mesmas coisas que faz quando procura entender por que alguém fez o testamento que fez ou o que realmente está por trás das graves discordâncias no corpo docente de uma escola.
Depois de pedir ao Senhor Deus para mantê-lo consciente da presença divina e que o ajude a compreender e determinar, faça perguntas começadas com que, o que, onde, quando, por que, como. Que fez isso? Como isso aconteceu? O que significa? Tem alguma coisa a ver com minha vida? Com a vida daqueles que Deus me deu?
Meditação:
Os profetas erguiam frequentemente as mãos ao céu, onde está meu trono, e ganhavam grandes vitórias (cf. Gn 14,22; Ex 7,11; Sl 63; Ne 8,6).
Os apóstolos e os santos da Igreja Primitiva elevavam sua mãos para o céu (cf. Tm 2,8; Hb 12,12).
Muitas vezes os mártires morriam com as mãos elevadas e ganharam a vida eterna.

9 de out. de 2012

PROBLEMAS DE LOT

“E o pacífico pastor Abraão teve de armar sua gente para ir libertar o sobrinho” (Gn 14,13-16).
Depois de preparar o texto bíblico e então começar o tempo da oração como sempre o faço, leio o texto movendo somente os lábios, ou suavemente em voz alta.
Ninguém é digno de consolação no céu, a não ser que cuidadosamente se tenha exercitado na humilde contrição. Se queres que a humilde contrição te preencha o coração, entra em teu quarto, afasta o tumulto do mundo, como está escrito: Em vossos leitos, chorai vossas faltas” (Sl 4,5).
Vamos olhar de perto algumas dificuldades muito duras pelas quais passou Lot, o sobrinho de Abraão. Ele também é chamado de seu “irmão”, no sentido de “membro do mesmo clã”, isto é: membros da mesma grande família de migrantes de Haran, descendentes de Terá (Gn 11,31). Pequenos reinos se concentraram num vale fértil, “Sidim”, no sul do atual Mar Morto, e seus “reis” não passavam de pequenos senhores que costumavam ir à guerra contra cidades e povos mais fracos para enriquecer com a pilhagem.
Lot talvez tivesse escolhido acampar nos arredores de Sodoma, para atender sua mulher, que gostava de estar perto de uma cidade, do mercado, da vida mais ativa e colorida. Quando Sodoma e Gomorra e as outras cidades do fértil vale foram engolidas por um tremendo cataclismo, que a bíblia atribuiu ao castigo de Deus, por causa de seus muitos e graves pecados, Lot teve a oportunidade de escapar. Mas a mulher, possivelmente saudosa das coisas que tinha deixado durante a fuga, demorou-se olhando para trás, foi pega pela maré de enxofre e cinza e transformada em “estátua de sal” (ver Gn 19).
Você vai encontrar nomes diferentes usados em outra parte, o que não tem importância. O que importa é que recorremos a todos os nossos poderes a fim de melhor amar a Deus: memória , entendimento, aplicação dos sentidos, imaginação. juízo, decisão. Com esses poderes, pensamos em Deus como o “Ele” a quem é bom orar; e falamos com Deus como “Vós “ a quem é bom orar. Todos somos capazes de orar tanto quanto de respirar, pois Deus nos faz orar.
Meditação:
Em Cristo todos os problemas estão resolvidos.
“Também por um homem vem a ressurreição dos mortos. Pois, assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida. Cada qual, porém, por sua vez: como primícias, o Cristo; depois, os que pertencem a Cristo... O último inimigo a ser destruído será a morte, pois Ele [o Pai] tudo colocou aos pés dele [Cristo]. Mas, quando Ele [o Pai] disser: ‘Tudo está submetido!’, evidentemente será excluído Aquele [Cristo] que tudo lhe submeteu”.
E, quando todas as coisas lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho se submeterá Àquele que tudo lhe submeteu (o Pai), para que Deus seja tudo em todos” (1Cor 15,21-28).

8 de out. de 2012

ESTRELAS DO CÉU

“Lâmpada para meus passos é tua palavra e luz no meu caminho” (Sl 119,105-112).
Ninguém está seguro quando rejubila, se não tem o testemunho de uma boa consciência. A segurança dos santos sempre foi produzida pelo temor de Deus: eles não foram menos aplicados sem menos humildes pelo fato de terem brilhado por grandes virtudes e grandes graças.
A segurança dos maus tem sua fonte no orgulho e na presunção, e no fim acaba voltando-se contra eles.
Jamais te prometas a segurança nesta vida, por mais que pareças um bom monge ou piedoso eremita. 
A maioria de nós nunca viu a nascente do rio Amazonas, mas ninguém duvida que ela existe, como o rio mar existe! Não estávamos lá, no momento do encontro de Abrão com o Senhor; mas que aconteceu, aconteceu! Abrão, depois, teria o nome trocado para Abraão (Gn 17,5) e é uma benção para judeus, cristãos e muçulmanos: é o pai dos crentes! A benção vai se espraiando, até que sejamos tão numerosos “como as estrelas do céu e os grãos de areia nas praias do mar” (Gn 22,17). Sarai também teve o nome trocado por Deus: ficou sendo Sara (Gn 17,15). Deus lhes dava uma nova vocação e lhes trocava os nomes. Nós, batizados, já temos um “nome novo”: nosso nome de batismo, nosso nome cristão.
Quando Nosso Senhor chama e dá um nome novo, isso é uma benção! Hoje, como filhos de Abraão, cada um de nós é chamado a ser benção para os demais...
Sou mais sábio que todos os meus mestres, porque medito teus testemunhos. Entendo mais que os anciãos, porque observo teus preceitos (Sl 119,97-104).
Sim, e verdade, minha Palavra é a luz que ilumina teu caminho. Mas esta luz apenas brilha quando cumpres minha vontade. É por isso que é muito importante estar certo de ter recebido minha Palavra antes de agir.
Uma vez que minha Palavra tiver sido dada, a luz inundará teus caminhos, e o Espírito Santo te conduzirá segundo os planos que fiz pra ti.
Minha palavra sempre traz luz: “A revelação das tuas palavras ilumina” (v. 130). Portanto, é grande importância que medites sobre minhas palavras. Não saberás qual o caminho certo sem antes conhecer a minha vontade.
Lembrete:
“Defensor”: o “Goel” do Antigo Testamento, o que assume a defesa dos necessitados e desvalidos, conforta-os e consola-os, advoga sua causa. No NT o termo foi traduzido pelo grego “Paráclito” é vertido para o português como “Advogado”, ou, com conotação mais afetiva, como “Consolador”, O Senhor Javé consolou Abrão no espírito, prometendo uma linha mais numerosa do que as estrelas do céu.

7 de out. de 2012

ABRÃO VIRA ABRAÃO

“Chegando ao país de Haran, aí se estabeleceram” (Gn 11,27,-31).
Alguém disse: “Sempre que estive entre os homens, menos homem voltei”. É com freqüência o resultado das longas conversas. É mais fácil guardar silêncio do que evitar os excessos da linguagem. É mais fácil permanecer oculto em casa do que tomar preservar-se fora dela. Quem tem por esta meta chegar a uma vida interior e espiritual deve, com Jesus, afastar-se da multidão (Jo 5,13). Ninguém está seguro quando fala, se não gosta de guardar silêncio. Ninguém está seguro quando preside, se não gosta de submeter-se. Ninguém está seguro quando manda, se não aprendeu a amar a obediência.
Há muito tempo viveu no Oriente um homem chamado Terá. Ele teve três filhos: Abrão, Nacor e Haran. Eram naturais de Ur, a cidade dos caldeus, onde hoje é o Iraque. Talvez tenha havido alguma carestia na velha cidade, porque “Terá tomou consigo seu filho Abrão, seu neto Lot, filho de Haran, sua nora Sarai, mulher do seu filho Abrão, e emigrou com eles... Chegando ao país de Haran, aí se estabeleceram” (cf. Gn 11,27-31).
 Na memória dos seus descendentes, o vigor da vida dos seus veneráveis antepassados era expresso em números, que eram letras e significavam qualidades, como sabedoria, generosidade, honradez, prosperidade... Por exemplo: “Os anos de vida de Terá foram 205. Terá morreu em Haran” (Gn 11,32). Isto é: Terá, sem dúvida, foi um chefe de família muito abençoado!
Deus entra e sai como em casa própria na vida e no coração das pessoas, suas amadas criaturas. O escritor Bíblico, por isso mesmo, não faz rodeio para contar, sem introdução: “E Deus disse a Abrão: “Parte para longe de tua pátria, de teus parentes e da casa do teu pai, e dirige-te ao país que eu te indicar. Pois de ti farei uma grande nação. Vou abençoar e engrandecer o teu nome: sejas tu uma benção! Abençoarei os que te abençoarem. Em ti serão abençoadas todas as famílias da terra”. Abrão se pôs a caminho conforme lhe dissera o Senhor, e Lot o acompanhou” (Gn 12,1-4). Nós também desejamos segurar a palavra de Deus.
Lembrete:
Orar com a imaginação. Devanear é fantasiar. Alguém assume os controles de um veículo lunar e guia pela superfície dela; está fantasiando. O mergulhador fica de pé no trampolim e, em pensamento, pratica o mergulho que está prestes a executar; está fantasiando.
Ao orar com fantasia, você contempla o olhar de Deus e pede o que quer. Então imaginam coisas que na verdade não aconteceram e talvez nem possam acontecer. Talvez você tenha ouvido falar na fantasia de imaginar que cai no sol, não se machuca e chega ao centro e ali imagina que na verdade caiu dentro da Pessoa de Deus.

6 de out. de 2012

ABRÃO

“Agora trago a ti, meu Deus, as primícias dos produtos do solo que me deste” (Dt 26,5-10).
Quando Abrão já era conhecido como Abraão, e sua família já era um povo, Israel, Moisés quis lembrar a todos essas origens dignas e humildes, para que fossem sempre agradecidos a Deus Libertador. Abrão nasceu em Ur de Caldeus e viajava muito para levar seu rebanho de ovelhas para pastar. Por isso, ensinou que, quando um israelita fosse apresentar uma oferenda ao Senhor, devia dizer, diante do sacerdote: “Meu pai era um arameu errante. Ele desceu ao Egito com poucas pessoas, e ali viveu como estrangeiro (...) e o Senhor Deus nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido (...); conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde mana leite e mel. Agora trago a ti, meu Deus, as primícias dos produtos do solo que me deste” (cf. Dt 26,5-10).
Bonito ser agradecido! Todos os bens vêm do nosso Criador!
A segunda parte usa a imaginação, mas uma imaginação que se enraíza na realidade. Vou aplicar a minha imaginação a Jesus Cristo.
Se um líder carismático deste mundo pode exigir lealdade (alguns, muito menos excelentes, conseguem uma lealdade inquestionável de seus amigos), que posso pensar de Jesus Cristo, a quem Deus constituiu Rei e Senhor Eterno?
Dou asas á minha fantasia. Imagino Jesus rodeado pelos seus setenta e dois discípulos. Todos eles estão sentados sobre uma colina. Jesus lhes fala, dizendo algo assim: “É meu desejo ganhar toda a humanidade. Nenhum inimigo poderá derrotar-me ou interferir em meu reino. Vou atrair todos para mim. Estarei com meus amigos, trabalharei e lutarei, vigiarei e rezarei com eles. Ninguém terá de fazer nada daquilo que eu não estiver fazendo também. Quem quer que trabalhe e sofra comigo, também terá parte na glória do Reino comigo. Eu lhe asseguro, verei meu projeto coroado de êxito”. Depois de sentir quão atraente é o convite de Jesus, termine suavemente a imaginação.
Lembrete:
Então considero que quem quer que seja, com ao menos um pouco de juízo, seguirá Jesus Cristo. Considero assim: alguém quereria caminha mais próximo de Jesus Cristo nesta empresa, mesmo que não consiga explicar este desejo. Se você se sente inclinado a fazê-lo, formalmente reze esta oração: Eterno Senhor de todas as coisas. Sinto teu olhar sobre mim. Sinto que tua mãe está de pé aqui observando-me e que contigo estão todos os grandes seres do céu – anjos, potências, mártires e santos. Senhor Jesus, penso que puseste um desejo em mim. Se me ajudas, gostaria de fazer meu oferecimento: Quero que seja meu desejo e minha escolha com a única condição que tu também o queiras. Senhor Te Amo!

5 de out. de 2012

O PAI DE ABRAHAM, TERÁ

“Foi nessa região que Terá morreu, e foi lá que Abrão ouviu a voz de Deus e seguiu adiante” (Gn 11,27).
Volta teu olhar a ti mesmo, evita julgar o que fazem os outros: julgando os demais, perde-se tempo, corre-se o risco de erro e surgem possibilidades de pecar. Julgando a si mesmo com lucidez, trabalha-se sempre com fruto. Não raro julgamos as coisas com nosso interesse, pois o amor-próprio facilmente desvia o julgamento. Se Deus fosse sempre o único objeto do nosso desejo, não ficaríamos tão facilmente perturbados quando encontramos resistência ao nosso modo de pensar.
Há muito tempo, há cerca de 1.800 anos antes de Nosso Senhor Jesus Cristo nascer, em Ur dos Caldeus (onde hoje é o Iraque) havia uma família. Eram três irmãos, conhecidos como “os filhos de Terá”: Abrão (ganhou um “a” mais tarde!), Nacor e Arã. A bíblia nos conta que Terá quis sair de Ur. Talvez a vida lá estivesse passando por uma fase de carestia. Ele pensava em ir para o país de Canaã, mais perto do Mediterrâneo e do grande Egito dos faraós. Mas achou bom lugar no meio do caminho: no norte, vizinho as montanhas, o país chamado Haran.  Foi nessa região que Terá morreu, e foi lá que Abrão ouviu a voz de Deus e seguiu adiante (Gn 11,27-12,1).
Nada de extraordinário! Até hoje brasileiros emigram, buscando vida melhor na Europa ou nos Estados Unidos. E todo dia chega gente ao Brasil, procurando trabalho e sustento. Os migrantes, em geral, são gente de família. Quando ganham um dinheirinho, mandam parte para os velhos pais, ou para a esposa e os filhos que não puderam vir ainda. Às vezes, é a família inteira que migra. Hoje em dia, mulheres “puxam” a migração também, como, na Bíblia, Naomi e Rute (essa história fica para mais tarde!). Dessas origens humildes é bom lembrar. As pessoas humildes têm mais facilidade em reconhecer a Divina Providência guiando a história de suas vidas. As pessoas bem sucedidas têm, muitas vezes, o engano de acreditar que tudo devem as suas qualidades e esperteza. Esquecem facilmente que todos os bens vêm da Mãe do Pai... Vamos Viver o Plano de Deus.
Lembrete:
Sou teu seguro refúgio, e deves aprender a busca refúgio em mim, nesses tempos em que as provações, as dificuldades e os perigos ainda não são tão grandes quanto o serão em breve.
Sou a Rocha sólida que sofreu os terríveis golpes da rejeição e da crucificação. Quando o véu do templo se rasgou, eu, o Rochedo dos séculos, fui “rasgado” em dois para que pudesses encontrar refúgio em mim.
Eu ofereço maior segurança do que um rochedo em montanha firme. Quando a grande tribulação vier, os homens fugirão buscando as cavernas das montanhas para abrigo e uma proteção longe da minha cólera. Eles gritarão para as cavernas das montanhas: “Cobri-nos!”

4 de out. de 2012

ORGULHO

“Só restou poeira e uns versículos na Bíblia” (Gn 11.1-9).
No nosso tempo construímos “arranha-céus“ por todo o lado. Não faz muito tempo, dois aviões bateram contra duas dessas poderosas torres e elas vieram abaixo em horrendos minutos! Os pilotos queriam destruição. Conseguiram. Ninguém imaginava que fosse possível tamanho desastre!
Nos dias antigos da torre de Babel, não passava pela cabeça de ninguém que a orgulhosa Babilônia, senhora de meio mundo, dona dos povos, cuja escrita era usada pelos comerciantes em suas listas e tabelas, pudesse sumir com suas orgulhosas torres na maquina de moer das guerras. Mas o orgulho humano sempre termina em desastre. Muita gente pensou em conquistar a terr. Dessa gente só ficam umas páginas nos livros: Assurbanipal, Nabucodonosor, Dario, Alexandre, César, Átila, Gengis Khan, Napoleão, Hitler... Quem mais? Nem dá para lembrar! Passaram! Só criaram confusão!
Assim aconteceu com a torre de Babel. Seus construtores se desentenderam. O Senhor simplesmente confundiu suas línguas. Já não era um só povo bem alimentado e feliz! Da pretensão deles só restou poeira e uns versículos na Bíblia (cf. Gn 11,1-9).
Quanto ás penitências, observe que alguns períodos e ocasiões as exigem e outras as tornam impróprias. Sensatamente fazemos dieta durante a Quaresma; temos um comportamento esquisito quando resolutamente jejuamos na ceia de Natal.
Muitos de nós achamos as penitências bastante apropriadas quando o tema de nossas orações é o pecado a desordem e o sofrimento.
Quanto ás práticas  penitenciais em si. Considerando tudo, devemos fazer as coisas que verdadeiramente influenciem nosso modo usual de agir e nossos desejos reais, para verdadeiramente expressarmos nossa miséria. Deixar de lado algum tempo o álcool ou a cafeína são verdadeiras penitências para os viciados. Caminhar com disposição durante determinado período  diário é verdadeira penitência para os preguiçosos.
Lembrete:
Provavelmente devemos suspeitar de nossa motivação, se iniciarmos penitências que nos causam danos físicos, ou que nos transformam em uma espécie de espetáculo. O que acontece quando alguém come de um jeito tal que parece sofrer de bulimia? Ou quando alguém apara o cabelo para parecer rebelde? É melhor manter a moderação e privacidade em nossas penitências.
Lembre-se que práticas positivas, fazer boas coisas em lugar de coisas menos boas, são excelentes penitências.
Peça a graça para alegrar-se e sentir intenso gozo, por tanta glória e gozo na vida humilde e humana de Jesus.

3 de out. de 2012

A TORRE DE BABEL

“Sente dificuldade em viver e deseja que a morte venha, para poder ir e estar com Cristo” (Fl 1,23).
Deveríamos fixar-nos em Deus de modo que não tivéssemos necessidade de recorrer tanto às consolações humanas. Quando um homem de boa vontade está em provação ou na tentação, quando é afligido por pensamentos maus, então compreende melhor que Deus lhe é necessário e que sem ele nada pode. Ele se entristece, geme, implora por causa das misérias que sofre. Sente dificuldade em viver e deseja que a morte venha, para poder ir e estar com Cristo (Fl 1,23). Então se dá conta também de que neste mundo não pode habitar perfeitamente em segurança e em plena paz.
Parece que é costume velho tentar fazer torres que cheguem ao céu! Há pessoas que pensam que assim, mostram poder, mostram que nem precisam de Deus. Bobagem! O céu de Deus é uma dimensão enorme de amor e vida, que não dá pra ninguém imaginar (cf. 1Cor 2,9)! No passado, tentaram fazer uma torre assim, e dela ninguém se esquece: a torre de Babel! Foi na bela planície de Senaar, entre os rios Eufrates e Tigre. Todos estavam de acordo. Todos falavam uma mesma língua. A terra era boa, e havia comida à vontade. Com argila da melhor qualidade e muita árvore para derrubar e fazer carvão, logo começaram a fabricar muitos tijolos, inventaram até um carrinho muito útil para carregar o material: com só uma roda na frente, uma plataforma para a carga e dois braços para o carregador segurar empurrar. O carrinho de mão fez tanto sucesso que é usado até hoje. Beleza!
Lembrete:
E começou a grande obra!Ia ser um espanto! Ia chegar até o céu! Seria o centro mais famoso, que todos pensavam em espalhar, ocupando a terra toda. Ali estaria a marca do orgulho e da capacidade deles, como “capital” para a humanidade dona do mundo! Nós falamos “Eu vivo, não eu, Cristo vive dentro de mim”.
Usando minha imaginação, considero que estou morrendo num hospital. Qual é meu nível de consciência? Deixei em ordem minhas coisas, ou bagunçadas e sem terminar? Quantos anos tenho, quem dos meus amigos e parentes encontra-se ao meu lado? Então pergunto-me: O que gostaria de ter feito antes deste momento? O que teria feito e o que gostaria de deixar de fazer? Que atitudes me dão medo agora nesta cama? O que acho valioso em minha vida, agora que estou nesta cama? O que parece verdadeiramente bobagem em minha vida? Depois de considerar tudo isso, rezo com sinceridade a Jesus crucificado para mim.

2 de out. de 2012

UM MUNDO BONITO

“Confio no Senhor! Como podeis dizer-me: ‘Voa para um monte como um pássaro” (Sl 11,1-7).
Deus viu toda a água que cobria o mundo e resolveu criar animais para viver no mar. Ele fez os peixes grandes e os pequenos e muitas plantas subaquáticas. Algumas eram pequenas demais para se ver, outras iam do fundo do mar até a superfície.
Quando Deus terminou de criar os animais, as árvores, os pássaros e os peixes, olhou para tudo o que havia feito. E Deus viu que era bom. Mesmo assim, ainda havia mais o que fazer.
Sentados na cadeira (sala de aula). Deitados no chão (jardim). Pés apoiados no chão. Mãos sobre as coxas. Coluna reta. Inspire e expire, colocando toda a atenção na temperatura do ar. Sinta o seu toque, quando inspira e o seu toque, quando expira. Qual a temperatura do ar ao entrar pelas narinas, e qual a temperatura do ar ao sair das narinas? Torne-se consciente do calor ou frio do ar: frio quando entra, calor quando sai (o educando é que deve notar isso).
Levar o educando a respirar calmamente, sem forçar e em silêncio, chamando sempre a sua atenção para a temperatura do ar.
O tempo indicado é o mínimo necessário para que tenham uma noção do valor do exercício. Ir aumentado gradativamente, uma vez atingindo o progresso e a prática nesse exercício.
Que confiança terá no momento da morte aquele que não conserva afeição alguma neste mundo! Guardar, assim, o próprio coração livre de tudo, é algo que um espírito doente ainda não pode compreender, como também o homem reduzido à natureza não conhece a liberdade do homem interior (Rm 7,22).
Lembrete:
Se quiser ser verdadeiramente espiritual, é necessário que renuncie a tudo, próximo ou distante, e desconfie mais de si mesmo do que de qualquer outra pessoa. Se venceres perfeitamente a ti mesmo, terás menos dificuldade para dominar o resto. Não há vitória mais perfeita do que triunfar sobre si mesmo. Quem possui o domínio de si, a ponto de sua sensibilidade obedecer à razão e de sua razão me obedecer em tudo, esse conhece a verdadeira vitória sobre si e é senhor do mundo. 
Finalmente, é bom não esquecer que: “É necessário que todas as coisas sobre as quais podemos tomar decisão [“fazer eleição espiritual”], sejam em si mesmas indiferentes ou boas, e que não sejam más e opostas ao desapego correto e honesto.

PAZ NA BOA TERRA

“Pensamentos dos homens não são os pensamentos de Deus” (Ls 55.8).
Às vezes é bom que encontremos obstáculos e contrariedades: sempre reconduzem o homem ao próprio interior. Assim ele fica sabendo que está no exílio e não coloca sua esperança em nada neste mundo. É bom que às vezes soframos contradições, que tenham de nós má opinião, que sejamos julgados imperfeitos, ainda que nossas intenções e atos sejam bons: isto favorece a humildade e nos protege da Vanglória. Procuramos mais facilmente o testemunho interior de Deus quando somos desprezados externamente pelos homens e quando a opinião a nosso respeito não é boa.
O relato bíblico sobre Noé nos mostra Deus abençoando, a pomba com o ramo de oliveira, Noé e sua gente, sã e salva, plantando e cuidando da bicharada. A realidade nos mostra rios e mares sujos, onde a vida se extingue ou já acabou. O ar está ficando imundo e doentio. Mesmo as feras e os animais dos matos já não encontram um lugar seguro. É tempo de tomar juízo: nosso bom Criador não volta atrás em sua palavra de vida. Ele é fiel! Mas nós – parece – preferimos a morte. O pecado e o desejo sem limites de consumir e ter e gastar podem acabar conosco! Que tal pedir a graça de imitarmos Noé e salvarmos a vida nesta boa terra?
Para compensar em toda a nossa pessoa as desordens e afrontas de nossos pecados diante de Deus. É fazer penitência por nossos pecados. Para dar os passos que ponham equilíbrio em nossos atos e desejos, de modo a não nos deixarmos levar por hábitos negligentes ou desejos determinados pela cultura. Isso significa autodomínio e autodisciplina. Fazemos penitência como um modo de rezar e pedir a Deus o que queremos com todo o nosso ser, não apenas com a mente ou os lábios. Isso expressa nossa miséria e leva Deus a nos socorrer.
Meditação:
Paulo alegrou-se com o bom trabalho de Apolo que metaforicamente representa Noé nas cartas de Paulo.
“Eu plantei. Apolo regou. Mas era Deus quem fazia crescer...” (1Cor 3,6).
Contudo, acendeu-se entre os fies de Corinto um espírito de partidarismos:
“Quando alguém declara: ‘Eu sou de Apolo? Quem é de Paulo? Eles são apenas servidores, pelos quais fostes levados à fé, cada qual agindo com os dons que Deus lhe concedeu... Nós somos cooperadores de Deus. Vós sois a plantação de Deus, o edifício de Deus... lancei o fundamento: outro constrói por cima. Quanto ao fundamento, ninguém pode colocar outro senão o que foi posto: Jesus Cristo!” (1Cor 3,4-11).
“Pensamentos dos homens não são os pensamentos de Deus” (Ls 55.8).
Às vezes é bom que encontremos obstáculos e contrariedades: sempre reconduzem o homem ao próprio interior. Assim ele fica sabendo que está no exílio e não coloca sua esperança em nada neste mundo. É bom que às vezes soframos contradições, que tenham de nós má opinião, que sejamos julgados imperfeitos, ainda que nossas intenções e atos sejam bons: isto favorece a humildade e nos protege da Vanglória. Procuramos mais facilmente o testemunho interior de Deus quando somos desprezados externamente pelos homens e quando a opinião a nosso respeito não é boa.
O relato bíblico sobre Noé nos mostra Deus abençoando, a pomba com o ramo de oliveira, Noé e sua gente, sã e salva, plantando e cuidando da bicharada. A realidade nos mostra rios e mares sujos, onde a vida se extingue ou já acabou. O ar está ficando imundo e doentio. Mesmo as feras e os animais dos matos já não encontram um lugar seguro. É tempo de tomar juízo: nosso bom Criador não volta atrás em sua palavra de vida. Ele é fiel! Mas nós – parece – preferimos a morte. O pecado e o desejo sem limites de consumir e ter e gastar podem acabar conosco! Que tal pedir a graça de imitarmos Noé e salvarmos a vida nesta boa terra?
Para compensar em toda a nossa pessoa as desordens e afrontas de nossos pecados diante de Deus. É fazer penitência por nossos pecados. Para dar os passos que ponham equilíbrio em nossos atos e desejos, de modo a não nos deixarmos levar por hábitos negligentes ou desejos determinados pela cultura. Isso significa autodomínio e autodisciplina. Fazemos penitência como um modo de rezar e pedir a Deus o que queremos com todo o nosso ser, não apenas com a mente ou os lábios. Isso expressa nossa miséria e leva Deus a nos socorrer.
Meditação:
Paulo alegrou-se com o bom trabalho de Apolo que metaforicamente representa Noé nas cartas de Paulo.
“Eu plantei. Apolo regou. Mas era Deus quem fazia crescer...” (1Cor 3,6).
Contudo, acendeu-se entre os fies de Corinto um espírito de partidarismos:
“Quando alguém declara: ‘Eu sou de Apolo? Quem é de Paulo? Eles são apenas servidores, pelos quais fostes levados à fé, cada qual agindo com os dons que Deus lhe concedeu... Nós somos cooperadores de Deus. Vós sois a plantação de Deus, o edifício de Deus... lancei o fundamento: outro constrói por cima. Quanto ao fundamento, ninguém pode colocar outro senão o que foi posto: Jesus Cristo!” (1Cor 3,4-11).

1 de out. de 2012

OUTUBRO

“Assim, pois aquele que pensa estar de pé tome cuidado para não cair”  (1Cor 10,12)
O 10º Princípio Básico do  Amor- Exigente é: Cooperador
A essência da família repousa na cooperação, não só na convivência.
Devemos participar de trabalhos na família e na comunidade facilitando a cooperação e a solidariedade entre as pessoas. Isso nos dá a oportunidade de nos valorizar, de melhorar nossa auto-estima, e fazer parte das mudanças de uma época, assumindo a responsabilidade social que nos cabe.
Princípios Éticos Institucionais de Amor-Exigente
10º - Promover a espiritualidade nos grupos de Amor-Exigente respeitando a crença de cada um.
10º Passo de Alcoólicos Anônimos (Narcóticos Anônimos)
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10ª Tradição de Alcoólicos Anônimos
Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de A.A. jamais deverá aparecer em controvérsias públicas

PERDER UM HÁBITO

“Nunca mais hei de amaldiçoar a terra por causa dos homens” (Gn 8).
É difícil perder um hábito. Ainda mais difícil é ir contra a própria vontade. Se não és vitorioso em pequenos e fáceis combates, quando terás êxito nos mais difíceis? Resiste desde o início à tua inclinação e desprende os maus hábitos, do contrário eles te levarão, aos poucos, as grandes dificuldades. Oh! Se soubesses que a paz haveria para ti e que alegria para os outros se te conduzisses bem, creio que te preocuparias mais com o progresso espiritual!
 A pombinha voou, voou e não “encontrou onde pousar os pés” (Gn 8,9). E voltou, pousando na mão amiga de Noé. Mais uns dias, o Patriarca a enviou de novo. A pombinha voltou com um raminho de oliveira no bico. Noé reconheceu que a terra estava enxuta e que ele podia sair da arca com sua gente e bicharada. E a humanidade ganhou um símbolo: a pombinha com o ramo de oliveira  no bico ficou sendo um sinal de paz na terra.
Saíram todos da Arca, pisaram em terra e ganharam a benção de Deus: “Sejam fecundos e se multipliquem sobre a terra” (Gn 8;17). A benção lá do princípio vencia, novamente, a maldade e a irresponsabilidade humanas. Também no começo, o criador dera a benção bonita da fecundidade: “Sede fecundos e multiplicai-vos! Enchei a terra!” ( Gn 1,28).
E o senhor também disse: “Nunca mais hei de amaldiçoar a terra por causas dos homens. Pois os pensamentos do coração do homem são maus desde sua juventude. Nunca mais hei de castigar os seres vivos como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite, nunca mais cessarão!” (Gn 8,21-22).
Todo esforço humano sério exige autodomínio e abnegação. Os cientistas ficam sem lazer e até alimentos para se manterem concentrados. Os atletas se submetem a um regime férreo, ano após ano. Os músicos praticam com determinação horas a fio todos os dias. De modo parecido, os que iniciam seriamente a busca da integridade espiritual, do conhecimento maduro de Deus e do amor por Ele, praticam o autodomínio e a abnegação.
A tradição do povo de Deus remonta á vida de Jesus e até antes dela, ao povo de Deus. Jejuar, manter longos silêncios, abster-se de diversões, participar de orações comunitárias, evitar este ou aquele alimento ou bebida – todas essas práticas nos vêm do povo de Deus, milhares de anos atrás, atestadas por Jesus em sua vida.
Posso imaginar que sou Lázaro esperando por Jesus que não chega, permanecendo sobre uma fria pedra com todos os meus medos congelados – e então escuto sua voz preenchendo-me de calorosa vida. Será que Lázaro poderá sentir alguma outra vez medo da morte? Será que poderá ver o seu mundo, os seus valores como ele os via antes?


“Nunca mais hei de amaldiçoar a terra por causa dos homens” (Gn 8).
É difícil perder um hábito. Ainda mais difícil é ir contra a própria vontade. Se não és vitorioso em pequenos e fáceis combates, quando terás êxito nos mais difíceis? Resiste desde o início à tua inclinação e desprende os maus hábitos, do contrário eles te levarão, aos poucos, as grandes dificuldades. Oh! Se soubesses que a paz haveria para ti e que alegria para os outros se te conduzisses bem, creio que te preocuparias mais com o progresso espiritual!
 A pombinha voou, voou e não “encontrou onde pousar os pés” (Gn 8,9). E voltou, pousando na mão amiga de Noé. Mais uns dias, o Patriarca a enviou de novo. A pombinha voltou com um raminho de oliveira no bico. Noé reconheceu que a terra estava enxuta e que ele podia sair da arca com sua gente e bicharada. E a humanidade ganhou um símbolo: a pombinha com o ramo de oliveira  no bico ficou sendo um sinal de paz na terra.
Saíram todos da Arca, pisaram em terra e ganharam a benção de Deus: “Sejam fecundos e se multipliquem sobre a terra” (Gn 8;17). A benção lá do princípio vencia, novamente, a maldade e a irresponsabilidade humanas. Também no começo, o criador dera a benção bonita da fecundidade: “Sede fecundos e multiplicai-vos! Enchei a terra!” ( Gn 1,28).
E o senhor também disse: “Nunca mais hei de amaldiçoar a terra por causas dos homens. Pois os pensamentos do coração do homem são maus desde sua juventude. Nunca mais hei de castigar os seres vivos como fiz. Enquanto a terra durar, sementeira e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite, nunca mais cessarão!” (Gn 8,21-22).
Todo esforço humano sério exige autodomínio e abnegação. Os cientistas ficam sem lazer e até alimentos para se manterem concentrados. Os atletas se submetem a um regime férreo, ano após ano. Os músicos praticam com determinação horas a fio todos os dias. De modo parecido, os que iniciam seriamente a busca da integridade espiritual, do conhecimento maduro de Deus e do amor por Ele, praticam o autodomínio e a abnegação.
A tradição do povo de Deus remonta á vida de Jesus e até antes dela, ao povo de Deus. Jejuar, manter longos silêncios, abster-se de diversões, participar de orações comunitárias, evitar este ou aquele alimento ou bebida – todas essas práticas nos vêm do povo de Deus, milhares de anos atrás, atestadas por Jesus em sua vida.
Posso imaginar que sou Lázaro esperando por Jesus que não chega, permanecendo sobre uma fria pedra com todos os meus medos congelados – e então escuto sua voz preenchendo-me de calorosa vida. Será que Lázaro poderá sentir alguma outra vez medo da morte? Será que poderá ver o seu mundo, os seus valores como ele os via antes?