31 de ago. de 2013

FUGA PARA O EGITO (Mateus 2,13-18)

“Subistes às alturas conduzindo prisioneiros, recebeste homens como tributo, aqueles que se recusaram habitar o Senhor Deus”. (Sl 68,19)
Livra-me de todo o pecado, e não temerei nem a morte nem o inferno. Desde que não me rejeites para sempre (Sl 76,8) e que não me apagues do Livro da Vida (Ap 3,5), nenhuma provocação poderá prejudicar-me.
Depois que os visitantes se foram, a família descansou. O pequeno Jesus dormiu, se alimentou e começou a crescer.
Uma noite, José teve um sonho. Um anjo do Senhor apareceu-lhe e disse: “Levante-se. Pegue o menino e sua mãe e fuja para o Egito. Fique lá até que eu diga para voltarem. O rei Herodes vai procurar o menino, ele quer matá-lo”.
José levantou-se num pulo. Nos dias anteriores, tinha visto a mão de Deus em tudo o que estava acontecendo. Desde o encontro de um lugar para Maria dar à luz, até a visita dos três magos, parecia um milagre atrás do outro.
José acordou Maria e contou seu sonho. Rapidamente, eles juntaram suas coisas e as colocaram sobre o jumento. José levantou o pequeno Jesus com cuidado e o colocou nos braços de Maria. Puxou o burrico que os levava, e eles desapareceram na escuridão.
Lembrete:
Quando eu, teu advogado, defendo tua causa, nada tens a temer. Jamais perdi um processo. Então, nada de medo, mesmo quando teu adversário se levanta contra ti e parece te dominar. Te sentes quase vencido e pronto a abandonar tudo, mas não cedas. Traz-me teus problemas. Deixa eu tomar teu lugar diante de Deus, o todo-poderoso juiz da terra. Ele me ama. Eu sou seu Filho. Ele tem confiança em mim. Ele sabe que eu não minto. Eu garantirei tua defesa. Eu tomarei tua causa diante dele.
“Vi, então, o céu aberto. Eis que surgiu um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama ‘o Fiel’ e ‘o Verdadeiro’: ele julga e combate com justiça. Seus olhos são chamas de fogo. Porta, na cabeça, muitos diademas. Traz escrito um nome que ninguém conhece, a não ser ele. Veste um manto empapado de sangue, e o Nome com que é chamado é ‘verbo de Deus’. Os exércitos do céu seguiam-no em cavalos brancos, vestidos de alvo e resplandecente linho. De sua boca sai uma espada afiada para ferir, com ela, as nações. Ele é quem as apascenta com cetro de ferro. E é ele quem pisa o lagar da ira de Deus, o Todo-Poderoso. Um Nome está escrito sobre a sua coxa: ‘Rei dos Reis’ e ‘Senhor dos senhores’.” (Ap 19,1 

30 de ago. de 2013

ATOS DOS APÓSTOLOS

“Antes de tudo, ficais sabendo: nenhuma profecia da Escritura é objeto de interpretação pessoal; porque nunca uma profecia foi proferida pela vontade humana, mas foram movidos pelo Espírito Santo que homens falaram da parte de Deus”.(2Pd 1,20-21).
Esse eletrizante relato das Primícias da vida pastoral e empreendimento missionário é a segunda parte do trabalho de dois volumes do Doutor Lucas (1,1; veja Lc 1,1-4). O livro relembra seus leitores que o Espírito Santo dá poder à vida dos indivíduos e comunidades crentes, os preparando para ensinar, evangelizar, cuidados corporativos e serviço social. A figura de Pedro domina a primeira metade do livro (capítulos 1-12), enquanto Paulo ocupa a outra parte (capítulos 13-26).
Quatro temas predominantes são claramente introduzidos nessa primeira parte principal do livro:
“Espera” – A devoção religiosa da comunidade cristã inicial é demonstrada no começo. O Senhor Jesus, através do Espírito Santo, transmite suas instruções para todos (1,2), mas a Igreja precisa orar para distinguir o que estas ordens significam em resposta prática. “Espere” é a palavra chave aqui (1,4; veja Lucas 24,49). Este excitante livro começa com passividade, não atividade, se apresenta a nós com um parâmetro para o serviço cristão.
“Testemunho” – O Espírito manifesta sua presença de uma maneira memorável, permitindo uma enorme multidão de diversas congregações raciais a ouvir o Evangelho na sua própria língua. É uma reversão clara de Babel (veja Gn 11,1-9). O homem, agora, não procura a exaltar ele mesmo (Gn 11,4); deseja a exaltar apenas o seu Deus. Não é o seu próprio nome que importa (Gn 11,4), mas o de Cristo (3,6; 16; 4,10; 5,41). Perceba, porém, que o tema do seu testemunho não são suas próprias idéias, nem mesmo suas experiências, mas os atos magníficos de Deus. A mensagem de Pedro é:
A mensagem de Pedro é:
Cristológica (2,22-36) / Convincente (“Quem você crucificou?” 23,36-37) / Suplicante – (38-40) / Eficaz (41)
 “Trabalho” – Para que nós não devamos imaginar  que o Senhor está preocupado apenas com a conversão de multidões (2,41), nós logo somos lembrados da natureza pessoal do nosso trabalho para Ele. É o “amor para os sem amor demonstrado, para que amáveis eles possam ser” (3, 2-10). Toda pessoa é importante.
Paulo tem muitas mensagens e cartas. Pedro e Paulo deram as suas vidas em martírio.

29 de ago. de 2013

TEMPO TRANQÜILO

“Desejei ardentemente comer esta Páscoa com Vocês antes de sofrer, porque eu lhes digo: já não a comerei até que ela se realize no Reino de Deus” (Lc 22,15.16).
Você sabe que “tempo tranqüilo” é um tempo de calmaria, quando os ventos não sopram, você não percebe nem consolação, nem desolação a respeito de um assunto a decidir num certo momento da vida. Mas você tem certeza, na Fé, de que precisa perceber a vontade de Deus para acertar. Você reconhece, na Fé, que Ele lhe deixou o uso das faculdades naturais: memória, inteligência e vontade. Há um modo de escolher o rumo a tomar, com várias possibilidades. Contudo, uma regra básica precisa ser levada a sério.
É esta a regra fundamental: “Que o amor que me move e faz escolher desça do alto, do amor de Deus. Assim, quem escolhe sinta primeiro em si como o amor maior ou menor ao que elegeu e seja motivado apenas pelo seu Criador e Senhor”.
Tente só estar com Jesus.
Tente focalizar o melhor que possa a experiência de Jesus. O que Ele sentiu? Entre nos medos de Jesus, em seus desgostos, seu vazio e angústia. Jesus não foi um “corpo”, mas sim uma Pessoa, com todos os afetos e emoções humanas.
O que quero: Peço ao Senhor sentir pena por tudo o que Jesus passou, e mesmo angústia e lágrimas. E humilhação, vendo o que Jesus teve de suportar por mim.
Meditação:
Este amor que desce do alto recorda-nos o Salmo (17[18],17.20): “Lá do alto Ele estendeu a mão e das águas profundas me retirou... Ele me libertou porque me ama”. Esta foi a experiência de Pedro quando Jesus o tirou das águas (Mt 14,24-33). Somente a vivência deste amor que acode e liberta pode nos garantir clima para uma decisão acertada, segundo a sabedoria da Cruz (cf. 1Cor 1,18-30), tão fora do nosso modo de pensar!
Neste ambiente interior, em Cristo, sabedoria de Deus, podemos pensar no conselho que daríamos a alguém que não é nosso conhecido (uma pessoa que encontramos, por exemplo, durante uma viagem e nos pergunta o que fazer). O que eu lhe diria, para a maior glória de Deus e a maior perfeição daquela pessoa? “Então, agir como lhe proporia”.
Senhor Jesus Cristo, eu sabia que quebraria meu coração de desgosto por Ti. De todas as pessoas do mundo, Tu eras a que menos deveria ter sofrido. Estou triste por tudo o que Te fizemos enquanto quebravas Teu coração de dor por mim. 

28 de ago. de 2013

SENHOR, SALVE-ME

“Na sua aflição, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou de angústias. Alegraram-se com a bonança e Ele os conduziu ao porto desejado” (Sl 107)
Começando, preparo meu “santuário” exterior e interior (corpo e alma em oração).
Com os olhos da imaginação, ensinados pela fé, chego junto ao lago, forte, agitado, o mar da Galiléia, onde Jesus acalmou o mar. Aqui, neste lugar sagrado, peço a graça de me confiar e entregar totalmente a Jesus. Ele, que domina os elementos cósmicos – vento e ondas, saberá acalmar os mares agitados na minha vida, ajudar-me a cruzar as horas difíceis e chegar à outra margem, vencendo o medo com a fé.
Depois a tempestade acalma no resto da viagem, vou recordando tudo que se passou. O que se move lá dentro de mim, neste recordar intenso, diante das atitudes minhas, dos discípulos e, sobretudo, de Jesus?
Nas tempestades da minha vida, tenho gritado: “Senhor, salva-me! Estou em perigo!”? Tenho ouvido as admoestações de Jesus: “Por que tanto medo, meu amigo, minha amiga, de fé tão fraca?”
Então rezo. Falo destas coisas com Jesus como um amigo fala com o seu amigo. Pode ser um bom momento para adiantar-me e dizer-lhe: “Sim, creio em ti, sei que és o Senhor de todas as coisas e também da minha vida. Toma, dirige a minha vida. Mostra-me o que queres de mim e firma a minha vontade no teu seguimento, no que me propões!”.
Poderei finalizar este exercício apelando para o Espírito de Jesus: que Ele me ajude a retomar os momentos de susto ou de luzes, de bloqueios e de chamados, num colóquio amoroso de coração e agradecido.
Vá repetindo o nome de Jesus. “O nome de Jesus é doce.” No compasso da respiração. “Provai e vede como o Senhor é bom.” Preste atenção ao que vai sentindo. Reze a partir do que sente... pare... adore... peça... louve. Fiel ao que sente... Reze até o sentimento de vazio, se houver. Até o seu ateísmo, se o descobrir... Agradeça e detenha-se saboreando sua paz e alegria, quando a sentir. Louve a Presença em sua vida... Reze a sua verdade, se lhe for dado vislumbrá-la, mesmo que ela lhe pareça de pouco ou nenhum valor.
Não deixarei de rever a oração e anotar alguma coisa. Será que não conviria fazer oração de repetição, voltando aos pontos consoladores e aos pontos de desolação? 

26 de ago. de 2013

DESAPEGO

“Pai! Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Compondo o lugar interior da minha escuta, da minha contemplação, empenho-me em ver Jesus na encosta da montanha das Bem-Aventuranças. Encontro um lugar entre as pessoas.
Peço a sabedoria de entender de coração os ensinamentos de Jesus; a graça de amá-lo e segui-lo mesmo quando este seguimento apresentar exigências inesperadas.
“Eu, porém, vos digo: ameis os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos detestam” (Lc 6,27) – este é o auge da proposta da felicidade e das exigências da fé cristã. A vida do Mestre  testemunha este valor no alto da Cruz: “Pai! Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Olhos e ouvidos atentos a Jesus, poderei ir percebendo como as exigentes riquezas da fé cristã estão em escala crescente nestes pontos destacados, gerando a sinfonia forte da nova vida. Vale a pena deter-se aqui e pedir o dom da luz interior para avançar mais no rumo que a palavra e a presença de Jesus me mostram.
Direi o que quiser ao Senhor, respondendo ao que me foi tocando e iluminando internamente. Em profundo silêncio, unindo-me ao meu Mestre, peço que Ele me reafirme na vontade de segui-lo. Sozinho(a) não consigo nada. Mas a Deus nada é impossível. Ele vê e provê.
Observo o que me parece mais significativo, de acordo com a graça pedida. Anoto e guardo o que sobrou para que não se perca.
Lembrete:
“Se repartires teu pão com medo, sem confiança, sem audácia, em dois tempos teu pão se acabará... Experimenta parti-lo sem previsão, sem cálculo, sem poupança, como o filho do Dono de todos os trigais do mundo...”
Ora, Jesus é o Filho do Pai, rico de misericórdia, que partilhou a sua vida, deu de si até com seres a nosso ver insignificantes e desprezíveis, com “o que não é” (1Cor 1,28). Haverá maior partilha “sem cálculo nem poupança”? Haverá outro “pão vivo descido do céu”?
 

25 de ago. de 2013

LOUVOR

“Jesus vai ao Templo e vê os ricos que depositam dinheiro no cofre de esmolas. Chega uma viúva pobre e deposita duas moedinhas. Jesus diz: “Esta viúva pobre depositou mais do que todos os outros” (Lc 21,1-4).
“Tempo tranqüilo” é quando você não experimenta agitação de pensamentos, alternância de consolação e desolação, podendo usar suas faculdades livre e serenamente. Pode ser ocasião de acertar com a Vontade do Pai e do Filho, no Espírito, como qualquer outra.
A Sabedoria divina, instruindo a vida humana no Sermão da Montanha, talvez já tenha sido suficiente para que você colocasse, diante de Deus, o que lhe pareceu melhor e pedisse que Ele o confirmasse com o selo da paz e da alegria internas.
Contudo, se precisar, sugiro um “primeiro modo de fazer sadia e bom plano de vida”.
Veja bem: você está atravessando o mar da vida, tem de tomar uma decisão importante, quer acertar com a vontade de Deus, e não seguir apenas a sua cabeça, o seu sentimento ou algum conselho. Mas o Mestre da Vida parece ausente, como parecia aos discípulos quando ele os fez embarcar e foi dormir profundamente (ver Mt 8,23-27).
Então, pondo-se em oração, considere bem qual é a decisão a tomar: “Aceito ou não esta proposta?”. Claro! Tem de ser de coisa na qual um Cristão decente tenha liberdade de escolha e não fira compromissos de vida já assumidos com honra.
O que quero agora: quero conhecer melhor Jesus, para amá-lo e segui-lo de todo coração.
Meditação:
Jesus vai ao Templo e vê os ricos que depositam dinheiro no cofre de esmolas. Chega uma viúva pobre e deposita duas moedinhas. Jesus diz: “Esta viúva pobre depositou mais do que todos os outros” (Lc 21,1-4).
Domingo de Ramos. Jesus manda buscar um jumentinho. Jesus monta no animal e faz uma entrada triunfal. O povo alinha-se em seu caminho e clama. “Hosana! Bendito seja Ele!” (Mc 11,1-11).
Jesus vai com Lázaro jantar em casa de Simão, o leproso. A irmã de Lázaro derrama um perfume sobre a cabeça de Jesus. Os discípulos levam esse gesto a mal e Jesus os corrige (Mt 26,6-13).
Então comece pondo os olhos no fim para o qual você é criado, ganhando o dom da vida: louvar a Deus e salvar-se. Este é o primeiro ponto, o mais fundamental. Empenhe-se em se sentir livre, e desapegado diante da decisão, ficando como árbitro isento, pronto para abraçar o que sentir ser para maior glória e louvor de Deus nosso Senhor e minha salvação.

24 de ago. de 2013

MAIOR GLÓRIA

“Com Deus faremos prodígios” (Sl 108,14).
Para alcançar uma decisão sábia da Sabedoria de Deus, nada como pedir a Deus nosso Senhor que queira mover a sua vontade e dispô-lo(a) ao que deve fazer em relação à coisa proposta, conforme seu maior louvor e glória. Reflita bem e fielmente, escolhendo conforme sua santíssima e bondosa vontade. Deus é bom. Só Ele é bom. Escolhendo em sintonia com Ele, você não pode “dar com os burros n’água”! Mas reflita fielmente, isto é, de acordo com a sabedoria do Sermão da Montanha.
Se não ficar esclarecido, passe para empenhar-se em fazer uma lista das vantagens de dizer “sim” à proposta, olhando unicamente para o louvor e nossa glória de Deus nosso Senhor e sua salvação. Considerar também as desvantagens e os riscos que há. As vantagens e os riscos têm de ser vistos sempre segundo a Sabedoria do Evangelho, e não pelo ângulo, por exemplo, do salário maior e de menos horas de trabalho, ou crescimento da carreira. No passo seguinte, empenhe-se em considerar dizer “não”: vantagens? Riscos? Num discernimento comunitário ou familiar, este empenho, no mínimo, ajudará a compreender os pontos de vista diferentes.
Percebo que a decisão que tomei era a decisão que me dispus a tomar. Por exemplo, pode ter esperado decidir por uma mudança de carreira e depois ter percebido que Deus o chamava para uma profunda metanóia (mudança ou conversão) em meu emprego. Assim, ele partiu para a inspirada eleição de continuar a desenvolver uma vida interior séria.
Sua intenção é ver o que é mais razoável segundo a sabedoria do Pai, o Evangelho de Jesus, o Sermão da Montanha?
Pois então, só resta apresentar o resultado com muito empenho a Deus nosso Senhor em oração – isto é, insistir com Ele para que tome o lugar do comandante da sua barca, para levá-la à outra margem. Oferecer-lhe o pensamento feito, “para que sua divina Majestade a queira receber e confirmar, sendo para seu maior serviço, louvor e glória”.
Meditação:
Senhor Jesus, procuraste com todas as Tuas forças ajudar os outros a entender o ensinamento do Espírito. Tu te afligiste porque eles queriam que Tu, ou alguém a responsabilidade que tinham por suas vidas. Quando Te elogiaram, não confiaste nisso. Seguiste Teu caminho, ungido pelo amor de amigos fiéis, ungido pelo amor de amigos fiéis, ungindo por Tua morte. 

23 de ago. de 2013

A BARCA AÇOITADA DE CARFANAUM

 “Esta palavra é dura, quem a pode ouvir!”, murmuram “muitos” dos seus discípulos” (Jo 6,60).
Preparo-me para o encontro com o Senhor. Estou diante de Alguém... Acolho com amor e fé a Sua presença. Faço minha oração.
Composição vendo o lugar: quer dizer as águas agitadas do lago de Cafarnaum, a barca açoitada pelo vento. Meu espírito também, muitas vezes, tem ficado assim diante de uma decisão importante para o rumo da minha vida, em horas angustiantes da minha travessia. Em nome de quem eu posso optar?
Peço aqui o favor divino de deixar-me mover por um amor que venha do “alto” nas escolhas decisivas. É pelos renascimentos constantes do dia a dia que se concretiza a eleição maior: “Senhor, vosso amor é mais alto que os céus!” (Sl 56,11).
Jesus convida os seus para entrar na barca. Convida a mim também, discípulo(a) como os demais. Ele despede o povo, que queria fazê-lo rei no estilo dos outros “salvadores da pátria”. Retira-se para rezar a sós com o Pai.
Usando a imaginação e a Fé, faço-me presente a este momento. Empenho-me em ver o povo, as águas, a barca, os companheiros, Jesus... Para ouvir o que dizem ou poderiam dizer... Para sentir o balanço das ondas... Para sentir o cheiro do mar...
Lembrete:
A América Latina se encontra ante o desafio de construir um modelo de sociedade economicamente desenvolvida, socialmente justa, politicamente respeitadora dos direitos das pessoas e dos grupos. É necessário sair da situação marcada pela miséria, a exploração, o enorme contraste entre ricos e pobres, os governos autoritários, as torturas e as violações dos direitos humanos.
Seguindo uma longa tradição bíblica, Deus nunca condenou em forma absoluta as riquezas ou canonizou a pobreza, como a situação ideal do homem. As riquezas podem ser sinal das bênçãos de Deus (cf. 1Cor 29,12, Dt 28,11) e a pobreza como sinal de castigo (Sl 37,25; Pd 21,17). Mas as riquezas também podem converter-se em ídolos e levar ao pecado. Por isso os profetas são inequivocamente claros em denunciar os abusos dos ricos, o comércio fraudulento (Os 12,8; Am 8,5), as graves injustiças salariais (Jer 22,13-17). 

22 de ago. de 2013

CAMINHAR SOBRE AS ÁGUAS

“Toda Escritura é divinamente inspirada” (2Tm 3,16).
É Deus mesmo quem move e inspira os autores humanos: Nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal, porque jamais uma profecia se proferiu por vontade humana, mas foi pelo impulso do Espírito Santo que homens falaram por parte de Deus (2Pd 1,20.21). Pois toda Escritura é divinamente inspirada (2Tm 3,16).
Preparo-me para o encontro com o Senhor. Estou diante de Alguém... Acolho com amor e fé a Sua presença. Faço a oração preparatória.
Imagino o lugar: as águas agitadas do mar da Galiléia, a barca açoitada pelo vento. Meu espírito também, muitas vezes, tem ficado assim diante de uma decisão importante para o rumo da minha vida, em horas angustiantes da minha travessia. Em nome de quem eu posso optar?
Penso em Jesus: os seus cuidados com o povo, o seu costume de buscar oração, momentos longos para ficar a sós com o Pai... Reflito sobre mim mesmo(a) para tirar algum proveito espiritual.
Discípulo (a), estou na barca de Pedro, combatida por fortes ondas. Tenho medo? O que tenho sentido nas passagens arriscadas da vida?
E Jesus vem caminhando sobre as águas! Você crê? Percebe como o Senhor se faz próximo nas horas das provações? O que tem me movido a ficar fiel à sua opção fundamental? Pedir fortaleza nos vendavais no percurso da vida.
Meditação:
Ouço o que ele diz: “Confiai! Sou eu! Não tenhais medo!”. Ele anima Simão Pedro a caminhar sobre as fortes, a confiar: “Vem!”. Pedro vai, mas desconfia, cede ao medo, começa a afundar e grita: “Salva-me, Senhor!”. Vejo! Jesus pega a mão de Pedro, tira-o das águas.
Quero sentir também a mão de Jesus pegando a minha mão. Não terá sido assim naqueles apertos passados? Sinto-me agora, forte com ele? Amanhã vou lutar contra a desconfiança? Ouço o que Jesus me diz: “Gente fraca na fé. Por que duvida?”.
O vento e o mar se acalmam, obedecendo a Jesus. Com ele podemos fazer a travessia, superar as provações da vida. Todos na barca confessam: “Tu és o filho de Deus!” 

21 de ago. de 2013

POR QUE TEM MEDO?

“Meu coração está pronto, ó Deus! Meu coração está pronto. Quero cantar, a ti louvar” (Sl 108,1-13).
Começando, preparo meu “santuário” exterior e interior (corpo e alma em oração).
Com os olhos da imaginação, ensinados pela fé, chego junto ao lago, forte, agitado, o mar da Galiléia, onde Jesus dormiu no barco.  Aqui, neste lugar sagrado, peço a graça de me confiar e entregar totalmente a Jesus. Ele, que domina os elementos cósmicos – vento e ondas -- , saberá acalmar os mares agitados na minha vida, ajudar-me a cruzar as horas difíceis e chegar à outra margem, vencendo o medo com a fé.
- O Evangelho é para mim também. Empenho-me em me sentir convidado(a) a ver, ouvir e observar tudo o que ele me traz. Assim, não tenho dificuldade de entrar na barca. Observo. Jesus dorme, o mar se agita, ondas varrem a barca, ventos fortes a jogam de cima para baixo, de um lado para o outro... Reparo em mim e nos outros nesta hora. Ouço o que dizem: ordens, contra ordens, gritos, silêncios de pavor, e finalmente: “Senhor! Salva-nos! Nós vamos morrer!”.
- No meio deste tumulto, escuto a voz que consola, mas também adverte: “Por que tanto medo, gente fraca na fé?”. Observo meu coração. Observo as reações dos demais. E olho para Jesus, reparo bem na sua atitude: de pé, dá ordens às ondas e aos ventos.
Talvez seja bom observar que somos capazes de deliberadamente lembrar acontecimentos passados e de renovar os sentimentos que os cercam. Podemos realmente fazer o que Iñigo sugere: “Procurarei antes a dor, a tristeza, a aflição, recordando muitas vezes as penas, as fadigas e dores que Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu, desde o seu nascimento até o mistério da Paixão, em que agora me encontro”
Lembrete:
- Faz-se a calma. Já vi isto na minha vida? Já vivenciei coisa assim? E os corações dos discípulos se curvam de espanto diante do tamanho poder: “Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?”. E o meu coração também se curva?
Deus nosso Criador e Senhor, peço-Te para que eu possa ser um amigo para Teu Filho e assumir os sofrimentos que Ele  abraçou por todos que trouxeste à vida e por mim.

20 de ago. de 2013

REFORMA DE VIDA

“Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, terra inteira” (Sl 96,1-9).
Estamos destinados para nos sentirmos levados, no Espírito, a vencer a nós mesmos e ordenar nossas próprias vidas, sem se determinar por nenhuma afeição desordenada. Em outras palavras: dar meios de nos preparar e dispor para “tirar de si todas as afeições desordenadas”. E, depois de tirá-las, “buscar e encontrar a vontade de Deus em todas as coisas”.
Você reconhecerá que qualquer divisão da história do sofrimento de Jesus é artificial. Confie, deixando que o Espírito Santo o conduza àquelas partes da experiência de Jesus onde você encontrará o bem maior.
O que quero: pedir dor com Jesus doloroso, angústia com Jesus angustiado, lágrimas e profunda dor pela grande aflição que Jesus suporta por mim.
Isto é: nossas orações, como toda a oração autêntica, ajudam para que o orante, na força do amor divino, possa “em tudo amar e servir à sua divina Majestade”. Um dos principais meios para isto é a contemplação da vida de Cristo, deixando-se afeiçoar mais e mais a Ele e à obra da redenção do gênero humano. Por isso, quem se exercita chega a um momento de se oferecer para ser escolhido. Escolhido para quê? “Para chegar a perfeição em qualquer estado ou vida que Deus nosso Senhor nos der a escolher [eleger]”.
Não há razão alguma para ficarmos parados na vida. Siga o exemplo dos primeiros discípulos, que primeiramente escreveram e viveram a narrativa da Bíblia. Simplesmente recordaram a história passo a passo.
Meditação:
O que quero: peço a Deus tristeza com Jesus triste, angústia com Jesus angustiado, lágrimas e profunda aflição pela grande aflição que Jesus sofreu por mim.
Há momentos de grande decisões, quando a vida e a vocação interiormente percebidas nos dão ocasião de escolher (eleger). Há momentos em que os compromissos lealmente assumidos não deixam espaço pra grandes decisões. Imaginemos uma pessoa casada, com filhos... Esta responsabilidade restringe a sua capacidade de optar. Ou melhor, ela já fez uma grande opção abençoada pelo Pai do céu.