23 de out. de 2012

JACÓ VIRA ISRAEL!

“Mandas teu espírito, são criados, e assim a face da terra” (Sl 104,16-35).
Não percas a esperança de avançar na vida espiritual, irmão: ainda tens tempo. Por que deixar a resolução para amanhã? De pé! Começa logo e dize a ti mesmo: “Agora é o momento de agir, o momento de combater, o bom momento de corrigir-me”. Quando tudo vai mal e sofres provação, então é o momento meritório. É preciso que passes pelo fogo e pela água (Sl 65,12) antes de chegar ao refrigério.
Tendo progredido, dono de seus próprios rebanhos, com duas esposas e mais concubinas e também um pequeno e promissor “rebanho” de filhos, Jacó se despediu de Labão, de volta para junto das tendas de Isaac. Estava preocupado com a vingança de Esaú e lhes enviou recados: “Eis a mensagem de teu servo Jacó: ‘Fui hóspede na casa de Labão e lá morei até agora. Adquiri bois e jumentos, rebanhos, servos e servas. Quis mandar notícia disto a meu senhor para obter sua benevolência”’ (Gn 32,4-5).
Jacó, porém, teve toda razão de se assustar quando soube que Esaú vinha de seus acampamentos nas montanhas de Edom com 400 homens a seu encontro: “Jacó teve grande medo, e a angústia o assaltou”. Tomou algumas providências práticas, e, em particular, rezou: “Deus de meu pai Abraão d de meu pai Isaac, Senhor, que me ordenaste: ‘Volta para o teu país, a tua pátria, que eu te serei favorável’. Sou indigno de todos os favores e de toda a bondade que mostraste a este teu servo. Não tinha nada além do meu bastão, ao atravessar o Jordão, e eis que torno com dois acampamentos. Salva-me das mãos de Esaú...” (Gn 32,9-11).
No dia seguinte, Jacó separou um bom presente de animais enviando um rico donativo ao irmão. E, de noite, fez sua família atravessar o rio Jaboc, afluente do Jordão pela margem esquerda. Ficou sozinho, talvez querendo rezar. Afinal teria a consciência pesada por ter enganado seu pai Isaac, aceitando a tramóia de sua decidida mãe, Rebeca.
Lembrete:
As conseqüências interiores dessa opção pelo poder vêm constantemente à tona. Os que procuram o controle tendem a falar muito pouco a respeito de si mesmos. Só fazem o que querem e raramente são abertos e francos com os outros, até mesmo com os cônjuges. Afinal de contas, a franqueza ameaça o controle de nós mesmos e dos outros. Eles se apegam às próprias opiniões e tendem a não ouvir realmente as opiniões dos outros. Em geral, têm dificuldade com a autoridade e talvez critiquem e ignorem os superiores ou sejam subservientes e os manipulem. Mesmo os que não querem exercer autoridade tendem a pensar que poderiam ter um melhor controle das coisas do que estão no poder. Acima de tudo, mostram sua escolha de poder da maneira como vivem as amizades. Não se permitem ser vulneráveis aos outros. Podem ficar muito felizes em ajudar os outros quando precisam, mas querem escolher que ajuda dar e quando dá-la.

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