30 de mai. de 2012

POR MEUS PECADOS

“Em seguida partiu os pães, que deu a seus discípulos (...)” (Mt 14,19-20).
Lembramos o que São Mateus escreveu. Os padecimentos de Jesus são centrais nos relatos das aflições de José, na morte dos Inocentes, na fuga para o Egito, na volta para Nazaré porque Arquelau governava a Judéia (e era mais maligno que o pai, Herodes). Também o natal de São João, seu belíssimo prólogo, menciona como “os seus não o compreenderam”, não o aceitaram...
Estamos convidados a olhar e considerar o que fazem [Maria e José] no natal de Jesus, como caminham e trabalham para que o Senhor nasça na maior pobreza, e, depois de tantos trabalhos, passando fome, sede, calor, frio, injúrias e afrontas, morra na cruz, e tudo isto por mim. Depois, refletir sobre mim mesmo para tirar algum proveito espiritual”.
Na Paixão, mais uma vez colocamos a pista para que nos demos conta da realidade de que o Bom Pastor dá a vida pela multidão humana, porque somos uma multidão os que precisamos dele. Mas, Bom Pastor, dá a vida “por mim”, porque sua palavra é séria e honesta, palavra nascida “do lado esquerdo do peito”, dita com toda a sua verdade, com todo o seu ser: Ele é o Bom Pastor que deixa as 99 ovelhas bem guardadas e vai, pelas quebradas do mundo, em busca de uma só ovelha perdida. Para isto Ele nasceu de Maria Virgem em tanta penúria.
A oração é impulso do coração, é um simples olhar lançado para o céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria”. Esta expressão pode ser comentada com a evocação de passagens bíblicas:
O olhar lançado para o céu evoca o costume, também de Jesus, de olhar para o alto, quando rezava: E, tendo mandado o povo se acomodar sobre a relva, tomou os cinco pães e dois peixes, levantou seu olhar para o céu, e recitou a fórmula de benção. Em seguida partiu os pães, que deu a seus discípulos (...) (Mt 14,19-20).
Meditação:
A solidão no Calvário.
Decerto, naquele dia tremendo da Crucifixão, houve personagens do drama do Calvário que cearam em boa paz, seguiram os ritos previstos pela longa tradição e entraram até aliviados e contentes no sábado “de grande solenidade” (Jo 19,31).
Mas houve quem (e, em primeiro lugar, a Mãe) vivesse o Ministério da Solidão, a dor do sepultamento, a tristeza da importância diante do irremediável, da vida arrancada, do tormento e da morte do Inocente.

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