16 de mai. de 2012

GETSÊMANI

“A oração resulta da ação do Espírito do Pai que se une ao nosso espírito” (Rm 8,16).
Faço minha oração com o maior cuidado e a maior reverência, porque, por meus pecados, o Senhor vai à sua Agonia, à sua Paixão.
Acompanho Cristo Jesus, vindo do alto de Sião, a parte alta de Jerusalém, descendo a escadaria até o fundo do vale do Cedron e subindo a encosta do monte das Oliveiras até o Horto, onde permitiam-lhe acolher-se com os seus amados discípulos.
Ele deixa oito deles repousando na gruta do espremedor de azeitonas, o “Getsêmani”. Afasta-se com Simão Pedro, Tiago, e João. Posso ir, como Marcos, o rapaz envolto em um lençol, pelas sombras das oliveiras, e segui-los discretamente. Ele faz que paremos e se distancia como pelo alcance de uma pedrada. Então peço, aqui, a força imensa de “sentir dor com Cristo doloroso; abatimento com Cristo abatido; lágrimas e pena interior por tanta pena que o Senhor passou por mim”.
Olhos fixos em Jesus, penso como Ele ora intensamente e entra em agonia externa: “Pai, se é possível, afasta de mim este cálice”.
Refletindo sobre mim mesmo para tirar algum proveito espiritual, recordo o que Paulo vai nos dizer: “Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2,5). Ele nos amou até o extremo (Jo 13,1). Peço auxílio de saber como Ele aceita unir aos seus sentimentos nesta agonia os meus sentimentos de dor, angústia, pavor, tristeza. Empenho-me em obter o favor de condoer-me e entristecer-me com Ele, sofrendo pela minha humanidade egoísta e rebelde ao Amor-amor.
Meditação:
Tratarei de entrar nos acontecimentos da morte e sofrimentos de Jesus. Permitir-me-ei estar aí, talvez caminhando com Jesus pelo Horto das Oliveiras.
“Somos atribulados de todos os lados, mas não esmagados. Postos em extrema dificuldade, mas não vencidos pelos impasses. Perseguidos, mas não abandonados. Prostrados por terra, mas não aniquilados. Incessantemente e por toda a parte trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Com efeito, embora nós vivamos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida seja manifestada em nossa carne mortal” (2Cor 4,8-11).

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