19 de set. de 2012

O LIVRO DO GÊNESIS

“Sua descendência te esmagará a cabeça” (Gn 3,15).
O autor divino da Bíblia é o Divino Espírito. Assim o diz São Paulo: “Toda Escritura inspirada por Deus é útil para ensinar, convencer, corrigir e educar na justiça, de modo que o homem de Deus seja perfeito, capacitado para qualquer boa obra” (2Tm 3,16). O autor humano do Livro do Gênesis nem sonhava em contar fofocas da família humana. Seu interesse nos relatos do passado era revelar, nos acontecimentos que envolvem nossa família, o que educasse na justiça e nos capacitasse para as boas obras.
Portanto, é inútil ler o Gênesis procurando coisas como com quem teria casado Caim ou Abel, pois Eva, sua mãe seria a única mulher da terra! Adão e Eva são representativos do ser humano, como Caim e Abel.
Aprendendo com essas coisas da Bíblia, lemos a estória que Eva foi tentada e caiu. E pôs a culpa na serpente, símbolo da Tentação. E que Adão pôs culpa de tudo no próprio Criador: “A mulher que me deste por companheira foi quem me deu do fruto da árvore, e eu comi” (Gn 1,12).
Esta é a tendência comum na nossa família humana: arranjar desculpas de nossos malfeitos, pôr culpa em alguém ou em alguma coisa.
O bonito é acolher a Revelação de Deus: diante da culpa de Eva, ele não culpabiliza a mulher. Pelo contrário, ele a exalta. Diz à serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Sua descendência te esmagará a cabeça (GN 3,15).
Lembro de alguns ditadores do século XX que mataram um grande número de pessoas pela ganância de poder pessoal sobre os outros. Onde estão agora? Lembro que muitos ricos gastam suas vidas inteiramente armazenando dinheiro; durante este tempo não fazem nada pelo pobre e o sofredor, que estão á sua frente.
Então penso em mim mesmo. Venho procurando alguma coisa, destruindo-me a mim mesmo? Por que minhas atitudes estúpidas não têm causado as misérias que outros têm causado? Será que eu quero correr o risco de terminar absolutamente só, para sempre só, sem amar a nenhuma pessoa  fora de mim mesmo?
Então faço o meu colóquio com Jesus crucificado, deixando aflorar em mim estas três pergunta: Que tenho feito por Cristo? Que faço por Cristo? O que devo fazer por Cristo?
Lembrete:
Consideramos as “Escrituras” quando estudamos com certo detalhe a maneira como se aplicam ao mundo em que vivemos e a nós mesmos. Consideramos, por exemplo, que o lírio não escolhe onde crescer e nós também não. O lírio não decide em que tipo de solo vai ser plantado; nós são decidimos em que cultura vamos crescer, que língua vamos falar e em que Deus vamos crer. O lírio não escolhe sua cor; nem nós a nossa – fisicamente e na personalidade. E assim por diante: como Deus cria o lírio e o faz mais esplêndido que um rei em seu manto majestoso, também me cria e me faz esplêndido. A Palavra de Deus é palavra viva e nos fala, desde que queiramos ouvir.

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