13 de abr. de 2012

A VIDA DE CRISTO

“Enquanto contemplamos a vida de Cristo, investigando e perguntando em que vida ou estado sua divina Majestade quer se servir de nós. Nosso Deus é amor” (1Jo 4,8).
O Amor se importa, se comunica, se dá. Não fica calado, mas se revela, fala! Jesus é a Palavra total de amor do Pai para nós: a Palavra definitiva, que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14; Hb 1,1-2). A sua encarnação, a sua chegada na nossa carne, a sua Vida, a sua Paixão e Morte e a sua Ressurreição traçam um horizonte para situarmos as nossas vidas. Ele é nosso Oriente ou Sol Nascente (Lc 1,78), dando-nos perspectiva e direção para nos localizarmos e definirmos – responsáveis diante de tanto amor – os nossos passos.
Os Evangelhos nos trazem os gestos e as palavras de Jesus, a Palavra. Esta Palavra se exprime em palavras que nos estimulam e interpelam, em gestos que nos entram pelos olhos até o coração. Contemplar, é deixar-se tocar por estes gestos e mover por estas palavras. É situar-se diante do Horizonte, Cristo, para seguirmos como Caminho, Verdade e Vida, e segui-lo “Vem e vê!” (Jo 1,39).
Sem pressa de ir adiante, vá olhando as pessoas e discípulos que participam de uma vida com Jesus. O rosto sereno, resoluto, grave do Mestre... Sua posição acolhedora, amiga, sem artificialismo... Como ele saúda, sorri: “Shalom! A Paz!”... Como ele se põe a mesa, recita a venerável e amada fórmula da bênção do seu povo... Seus gestos tranqüilos, sem afetação... Sua afabilidade... Sua firmeza...
Caia na conta do que você sente... Reze a partir do que sente... ou adorando, ou louvando, ou suplicando, ou confidenciando, ou silenciando, ou insistindo...
Veja os Apóstolos, os Doze... Não se preocupe de vê-los com seu olhar comum, “externo”. Tome emprestado o olhar de um cego. O cego não vê o exterior de uma pessoa, mas capta o seu interior, se a pessoa está triste ou alegre, apreensiva ou acolhedora, agitada ou pacífica...
Meditação:
João parece pensativo. Repara. Observa. Volta muitas vezes o olhar para o Mestre, Jesus... Pedro se mostra tenso, agitado, pouco à vontade... Tiago, o outro que com Pedro e João foi convidado à Transfiguração e vai logo ser convidado, com eles, à oração de Jesus no Horto das Oliveiras... Como está ele?... Tomé revela apreensão e um humor sombrio. Afinal foi o que exclamou: “Vamos também com ele para morrer em Jerusalém!” (Jo 11,16)...
Jesus é bem aquela Palavra do Pai que não volta sem produzir efeito: “Como a chuva e a neve descem do céu e não voltam para lá, mas empapam a terra, a fecundam e a fazem germinar, para que dê semente para o plantio e pão para o alimento, assim será a minha Palavra, que sai da minha boca: não voltará vazia para mim, mas realizará a minha vontade e cumprirá a minha determinação” (Is 55,10-11).

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