29 de abr. de 2012

A CEIA EM BETÂNIA

“Pelos frutos conhece a árvore” (Mt 7,19).
Preparo-me como de costume. Entro no meu santuário. Invoco o Santo Espírito, acolhendo a sua Presença amorosa. Permaneço em grande silêncio, pacificando-me. A seguir, recordo a matéria do exercício, relendo as passagens indicadas. Procuro guardá-las no coração.
Com os olhos da imaginação, acompanho Jesus pela estrada que vai à Betânia, povoado perto de Jerusalém. Hoje, ele vai a uma ceia. Faltam seis dias para a festa de Páscoa dos judeus. É a sua última subida à Jerusalém, antes de sua Paixão e Morte.
Peço a fonte divina de conhecer Jesus, nas suas palavras e atitudes, cheias de sabedoria: e também Maria de Betânia, com suas delicadas atitudes para Ele nesta ceia.
 Vou também a esta ceia que o evangelho me oferece. Lá está Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro ela derrama perfume nos cabelos de Jesus. Contemplo este gesto tão afetuoso que, sem ela saber, antecipa a unção do corpo morto do Senhor. Assim ela expressa a intensidade do seu amor com um presente de qualidade, coisa rara. O bom odor se difunde por toda a casa, a partir da cabeça do Senhor. Paro, admiro e, conforme o meu coração, entro em diálogo amoroso com Jesus.
Todas as criaturas têm um propósito original. Existo para viver entre coisas criadas, para conseguir meu próprio fim, usando ou não usando, desfrutando ou não desfrutando de outras, dependendo se me ajudam ou não para exprimir o meu propósito original.
Escuto o que diz Judas: “Por que não venderam este perfume por uma boa quantia, para dar o dinheiro aos pobres?” Será que o gesto de Maria é esbanjamento? Que impressão me fica da intervenção de Judas? Reflito sobre mim mesmo (a), para tirar algum proveito espiritual.
Meditação:
Para ver quem é Jesus vamos meditar também sobre seu Poder: “Quem é este a quem até os ventos e o mar obedecem?” (Mt 8,26-27).
Esses momentos questionaram profundamente os apóstolos e foram decisivos para que, afinal, confessassem:
“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!” (Mt 14,33).
Nós todos, que temos o dom de sermos cristãos, geração após geração temos nos deixado questionar e confirmar em nossas crises pessoais e históricas pela visão evangélica de Jesus caminhando sobre as ondas revoltas, salvando Pedro, acalmando a tempestade, oferecendo aos amigos pescas milagrosas... dessas experiências de vida se alimenta e renova nossa fé.

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