22 de abr. de 2012

GOZAR AQUELE MOMENTO

“...É Ele o resplendor de sua glória, a expressão de sua substância” (Hb 1,1-2).
Pedro, Tiago e João tiveram, diante do esplendor manifestado pelo Cristo, na Transfiguração no Monte Tabor, uma reação de medo e susto (Mt 17,6). Mas susto que se converteu logo em entusiasmo. Pedro queria gozar Aquele momento único. Precipitou-se em propor a Jesus fazer três tendas para abrigá-lo e a seus ilustres visitantes: Moisés e Elias.
Corremos o risco de propor a primeira coisa que venha a nossas cabeças, sem sabedoria nem discernimento da vontade de Deus. Podemos agir como crianças gulosas, tão felizes com o brinquedo novo que não querem saber de escovar os dentes e ir para a caminha.
“Quem está consolado procure humilhar-se e abaixar-se o quanto puder, pensando como pode no tempo da desolação, sem tanto amor ou consolação. Pelo contrário, quem está na desolação, pense que muito pode – com força divina suficiente para resistir a todos os seus inimigos – tomando forças no seu Criador e Senhor”.
A impetuosidade de Pedro não impediu que a graciosa benção do Pai se manifestasse, como Nuvem que agasalha e refresca, trazendo em seu bojo a Água Viva, o Espírito. A voz do Pai se fez ouvir. Podemos, com o dom do Espírito, Pedro e seus sucessores, aprender para nossa vida contemplando o Mistério da Transfiguração: “Nestes dias, [o Pai] falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual fez os séculos. É Ele o resplendor de sua glória, a expressão de sua substância” (Hb 1,1-2).
Meditação:
Se tem tempo, recito o Salmo 139. Mas recordo que Deus não me fez de uma vez, já há muito tempo, quando fui concebido ou nasci. Recordo que Deus continua me fazendo, tem esperanças em relação a mim e deseja que eu continue crescendo no amor até o ponto em que ame tão completamente como Deus ama.
O lírio não escolhe o campo em que vai estar. Quando cresce a partir da semente ou do estolho, encontra-se nesse campo com a argila dura ou a lama mole. Assim, encontro-me em um “campo” – o século XXI, um país, um estado, uma cidade, um bairro, uma vizinhança. Quanto do mundo em que vivo é criação minha; quanto é Deus?

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