O interesse que o Novo Testamento demonstra por José parece estar relacionando à sua importância à ancestralidade de Jesus. De acordo com as profecias do Antigo Testamento, o Messias, além de nascer em Belém, também tinha de ser descendente de Davi. No entanto, o retrato de José nos Evangelhos permanece ambíguo. O Evangelho de Mateus aponta José como o futuro marido de Maria; ao mesmo tempo, a origem divina de Jesus precisa ser estabelecida. Assim, Mateus interrompe a árvore genealógica de Jesus, já que sua concepção foi feita pelo Espírito Santo. “E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril” (Lc 1, 36). Posteriormente, José volta a aparecer no papel de pai legítimo, quando dá a Jesus seu nome. “ pôs-lhe o nome de Jesus” (Mt 1, 25). Assim, por razões teológicas, o reconhecimento legal de Jesus como suposto filho de José no Novo Testamento parece ter mais importância do que sua origem biológica.
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