4 de nov. de 2010

A língua

Um prisioneiro vivia há anos na solitária. Não via e nem falava com ninguém e suas refeições eram servidas por uma abertura na parede. Um dia, uma formiga entrou em sua cela. O homem a contemplava fascinado, enquanto ela rastejava pelo cômodo. Segurava-a na palma da sua mão para melhor observá-la, dava-lhe um ou dois grãos e, à noite, guardava-a sob sua caneca.
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Um dia, de repente, veio-lhe à mente que levara dez longos anos de prisão solitária para abrir os olhos à beleza de uma formiga. Quanto tempo vai nos custar para apreciar a grandeza de nossa língua? Nossa língua é o sentido do paladar e, também, o órgão da fala. Em nossa vida muita estressada, nossa língua sempre está trabalhando. Por isso a língua sempre fica muito grata quando nós relaxamos e ela pode descansar em nossa boca. Ganha alguns minutos de férias quando não estamos comendo e estamos em paz e silêncio.
A boca é o portão de entrada para os alimentos sólidos e líquidos, direcionando-os para o interior do sistema digestivo. Neste local, a língua, com seu apurado sentido do paladar, imediatamente entram em ação. Cada um dos centenas de sabores que experimentamos está baseado na combinação de quatro sabores fundamentais. São eles: doce, salgado, azedo e amargo. Quando nos alimentamos, essas estruturas enviam mensagens ao cérebro, que identifica o gosto. Nascemos com cerca de 10 mil botões gustativos, mas ao envelhecermos, metade deles morre. É por isso que o gosto de alguns alimentos é mais forte para as crianças do que para os adultos.
  A boca é o portão de nosso corpo, é o salão onde recebemos o mundo, é o trono de grandes negociações. É o órgão mais rico em sensações, mobilidade e versatilidade. Pelo fato de ter tantos nervos e tantas células diferentes, tanta mobilidade e tantas funções a língua é de importância excepcional e pode aliviar nossos estresses e trazer paz e tranqüilidade.
Há quem diga que quando a língua está relaxada nosso corpo fica calmo e as tensões nervosas desaparecem. Devemos tomar consciência de nossa língua e, assim, vivemos bem.
Quando um amigo visitou o pintor espanhol El Greco em sua casa, em uma adorável tarde de primavera, encontrou-o sentado na sala, com as cortinas completamente cerradas. --- “Venha para o sol”, disse o amigo. --- “Agora não”, retrucou El Greco. “Perturbaria a luz que está brilhando dentro de mim”.
Esquecemos da luz vital de nossa língua?

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