Na Índia antiga dava-se muito valor aos ritos védicos, considerados tão científicos que quando os sábios rezavam para chover nunca fazia seca. Foi assim que um homem pôs-se a rezar, conforme esses ritos, à deusa da riqueza, Lakshimi, implorando-lhe que o fizesse rico.
Rezou sem resultado durante dez longos anos, depois dos quais, percebeu de repente, a natureza ilusória da riqueza e abraçou a vida de um desprendido no Himalaia.
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Lakshimi falou a ele que dada a natureza daqueles ritos que ele realizava com tanta fidelidade, mereceria plenamente a riqueza. Mas, em seu amor por ela e seu desejo pelo próprio bem estar, não a dispensou. Se tivesse escolha, o que escolheria? A concessão de seu pedido ou a graça de estar em paz e viver correto internamente?
Somos responsáveis por nossa própria felicidade ou pela sua ausência, pois a felicidade não depende de causas cegas e independentes de nós mesmos, mas consciente ou inconscientemente, somos nós que preparamos, cultivamos e elaboramos nossos próprios estados de felicidade ou de descontentamento.
Descobri que a felicidade não é algo que acontece. Não é o resultado da boa sorte ou do azar. Não é algo que possa ser comprado com dinheiro ou com poder. Parece não depender dos acontecimentos externos, porém, muito mais, da maneira como os interpretamos. A moral é, de fato, uma condição vital que cada pessoa deve preparar, cultivar e defender individualmente. As pessoas que sabem controlar sua experiência interna são capazes de determinar a qualidade de suas vidas e, isso, representa o ponto mais próximo de ser felizes a que podemos chegar.
Depois de haver confrontado cem mil informações obtidas eletronicamente, com intervalos feitos ao acaso, oito vezes ao dia, de pessoas diversas em diferentes circunstâncias firmamos que “as pessoas que sabem controlar sua experiência internamente são capazes de determinar a qualidade de sua vida”. Dito com humildade e delicadeza, já que nos encontramos no santuário íntimo de nossa individualidade e na responsabilidade indeclinável de nosso próprio bem-estar, esse veredicto é verdadeiro em sua avaliação e proveitoso no caminho que nos abre para a melhoria de nossas vidas. Controlar nossa experiência interna é o desafio determinante no que se refere a dar ênfase à alegria em nossa vida para poder comunicá-la aos outros, em conformidade com nossa abençoada missão no mundo. Convém pensar nisto para estimular-nos ao desempenho dessa tarefa fundamental em nossa vida, encontrando maneiras de atualizar, na prática, esse melhor controle de nossa experiência interna, a fim de suavizar nossas reações e dirigir nossas emoções. Tudo isso favorece nossa felicidade e a dos outros.
Não é bom ter a resposta à nossas orações se esta não for favorável ao nosso bem estar.
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