Embora o coração humano anseie pela Verdade, o único meio para encontrar o desprendimento e o prazer, a primeira reação dos seres humanos à Verdade, é a de hostilidade e medo. Repito que, desse modo os Mestres espirituais da humanidade, como Jesus e Buda, criaram um estratagema para vencer a oposição dos ouvintes: a estória. Eles sabiam que as palavras mais fascinantes da linguagem são: “Era uma vez...” e que é comum opor-se à verdade, mas impossível resistir a uma estória. Há quem diga que se uma pessoa ouvir atentamente uma estória, nunca mais será a mesma.
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Vamos observar pequenas estórias; elas podem nos ajudar.
O Mestre disse: “Esta terra é minha, estes são meus filhos” – são palavras do tolo que não entende que nem de si mesmo ele é dono. Nunca, na verdade, possuímos as coisas. Apenas as retemos por algum tempo. Se formos incapazes de nos desfazermos delas, somos dominados por elas. Seja o que for que valorizemos, deve ser conservado na palma da mão, como conservamos a água. Procure agarrar alguma coisa e ela desaparece. Quando nos apossamos de uma coisa, nós a contaminamos. Quando a soltamos, ela é nossa para sempre.
Quando o pardal constrói seu ninho na floresta, ocupa apenas um único galho. Quando a ovelha mata a sede no rio, bebe apenas o que cabe em sua barriga. Nós acumulamos coisas, porque nossos corações estão vazios.
O padre entrou no botequim indignado por ver ali tantos de seus paroquianos. Reuniu-os e os conduziu à Igreja. Então, declarou solenemente: “Todos os que desejam ir para o céu passem para o lado esquerdo”. Todos foram para a esquerda, exceto um homem que, teimosamente, não arredou o pé. Furioso, o padre olhou para ele e perguntou: “Não quer ir para o céu?”, “Não” – foi a resposta. “Pretende ficar aí e me dizer que não deseja ir para o céu quando morrer?”. E o homem continuou: “É claro que desejo ir para o céu quando morrer. Pensei que vocês iam agora!”. Estamos dispostos a ir até o fim – somente quando nossos freios não funcionam.
Um pássaro não canta porque tem algo a dizer. Ele canta porque traz uma melodia na sua garganta. Devemos nos envolver por estas estórias como uma sombra boa, como uma fragrância ou sonorizando uma melodia. Deixemos que elas falem mais ao coração e não tanto ao cérebro. Através de estórias vamos ouvir e apreciar a música de nosso coração! São escritas para despertar e elevar nossa vida mística.
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