27 de jan. de 2011

ESPAGUETE QUEIMADO

Quando o Mestre convidou o Governador a praticar a meditação e o Governador disse que estava muito ocupado, esta foi a resposta que recebeu: -“Você me faz lembrar de um homem entrando no mato de olhos vendados, muito ocupado para tirar a venda dos olhos”. Quando o Governador alegou falta de tempo, o Mestre disse: -“É um erro pensar que a meditação não pode ser praticada por falta de tempo. A verdadeira razão é a agitação do espírito”.
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Temos que estabelecer uma distância consciente entre os acontecimentos e nossa interpretação deles. É nesse espaço intermediário que se infiltram em nós os preconceitos, as reações, os medos; e de então até quando chega a nós a sensação converteu-se de visita inofensiva em trauma impregnado de perigos e gerador de complexos. É esse entremeio que é preciso vigiar, controlar e manter livre de toda contaminação, mancham-se e se distorcem, dando-nos uma impressão falsa de realidade transformada.
Dizem que: “Os acontecimentos por si mesmos não geram tensão; o que nos deixa tensos é a forma como os percebemos. Para algumas pessoas, andar de montanha-russa é motivo de angústia; para outras, em compensação, constitui uma emoção cheia de prazer”.
A imensa maioria das pessoas acredita firmemente que suas emoções são causadas pelos acontecimentos exteriores, pelos estímulos que recebem de seu ambiente. Se João Gomes, por exemplo, volta para sua casa depois de um dia duro de trabalho, e sua mulher põe diante dele espaguete queimado, levanta da mesa com dor de estômago. Se perguntarmos ao senhor Gomes por que está enfurecido, irá responde-nos, com quase toda a certeza, que a causa é o espaguete queimado.
Todavia, encontremo-nos com o mesmo João Gomes duas semanas depois. Nesse dia deram-lhe a notícia de que seu salário estava sendo aumentado cerca de vinte por cento. Ao chegar a casa, volta a encontrar-se diante do espaguete queimado. Dessa vez, porém, graceja, brinca com sua mulher, come o espaguete sem resmungar e levanta-se da mesa com um mínimo senso de plenitude. Por que não se irritou dessa vez? “Tudo depende da forma como enxerga o espaguete”.
A maneira como nos sentimos, a alegria de viver, tudo isso depende, em última análise e diretamente, de como a mente filtra e interpreta as experiências cotidianas.
Um especialista falou a Henry Ford: -“Cada vez que passo por Jorge, está sentado com os pés sobre a mesa. Está desperdiçando seu dinheiro”. Disse Ford: -“Certa vez aquele sujeito teve uma idéia que nos fez ganhar uma fortuna. Na ocasião, creio que tinha os pés exatamente onde estão agora”.
É nossa maneira de pensar; não nossa posição corporal que dá sucesso e alegria. 

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