“Pai! Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Compondo o lugar interior da minha escuta, da minha contemplação, empenho-me em ver Jesus na encosta da montanha das Bem-Aventuranças. Encontro um lugar entre as pessoas.
Peço a sabedoria de entender de coração os ensinamentos de Jesus; a graça de amá-lo e segui-lo mesmo quando este seguimento apresentar exigências inesperadas.
“Eu, porém, vos digo: ameis os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos detestam” (Lc 6,27) – este é o auge da proposta da felicidade e das exigências da fé cristã. A vida do Mestre testemunha este valor no alto da Cruz: “Pai! Perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
Olhos e ouvidos atentos a Jesus, poderei ir percebendo como as exigentes riquezas da fé cristã estão em escala crescente nestes pontos destacados, gerando a sinfonia forte da nova vida. Vale a pena deter-se aqui e pedir o dom da luz interior para avançar mais no rumo que a palavra e a presença de Jesus me mostram.
Direi o que quiser ao Senhor, respondendo ao que me foi tocando e iluminando internamente. Em profundo silêncio, unindo-me ao meu Mestre, peço que Ele me reafirme na vontade de segui-lo. Sozinho(a) não consigo nada. Mas a Deus nada é impossível. Ele vê e provê.
Observo o que me parece mais significativo, de acordo com a graça pedida. Anoto e guardo o que sobrou para que não se perca.
Lembrete:
“Se repartires teu pão com medo, sem confiança, sem audácia, em dois tempos teu pão se acabará... Experimenta parti-lo sem previsão, sem cálculo, sem poupança, como o filho do Dono de todos os trigais do mundo...”
Ora, Jesus é o Filho do Pai, rico de misericórdia, que partilhou a sua vida, deu de si até com seres a nosso ver insignificantes e desprezíveis, com “o que não é” (1Cor 1,28). Haverá maior partilha “sem cálculo nem poupança”? Haverá outro “pão vivo descido do céu”?
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