“Esta palavra é dura, quem a pode ouvir!”, murmuram “muitos” dos seus discípulos” (Jo 6,60).
Preparo-me para o encontro com o Senhor. Estou diante de Alguém... Acolho com amor e fé a Sua presença. Faço minha oração.
Composição vendo o lugar: quer dizer as águas agitadas do lago de Cafarnaum, a barca açoitada pelo vento. Meu espírito também, muitas vezes, tem ficado assim diante de uma decisão importante para o rumo da minha vida, em horas angustiantes da minha travessia. Em nome de quem eu posso optar?
Peço aqui o favor divino de deixar-me mover por um amor que venha do “alto” nas escolhas decisivas. É pelos renascimentos constantes do dia a dia que se concretiza a eleição maior: “Senhor, vosso amor é mais alto que os céus!” (Sl 56,11).
Jesus convida os seus para entrar na barca. Convida a mim também, discípulo(a) como os demais. Ele despede o povo, que queria fazê-lo rei no estilo dos outros “salvadores da pátria”. Retira-se para rezar a sós com o Pai.
Usando a imaginação e a Fé, faço-me presente a este momento. Empenho-me em ver o povo, as águas, a barca, os companheiros, Jesus... Para ouvir o que dizem ou poderiam dizer... Para sentir o balanço das ondas... Para sentir o cheiro do mar...
Lembrete:
A América Latina se encontra ante o desafio de construir um modelo de sociedade economicamente desenvolvida, socialmente justa, politicamente respeitadora dos direitos das pessoas e dos grupos. É necessário sair da situação marcada pela miséria, a exploração, o enorme contraste entre ricos e pobres, os governos autoritários, as torturas e as violações dos direitos humanos.
Seguindo uma longa tradição bíblica, Deus nunca condenou em forma absoluta as riquezas ou canonizou a pobreza, como a situação ideal do homem. As riquezas podem ser sinal das bênçãos de Deus (cf. 1Cor 29,12, Dt 28,11) e a pobreza como sinal de castigo (Sl 37,25; Pd 21,17). Mas as riquezas também podem converter-se em ídolos e levar ao pecado. Por isso os profetas são inequivocamente claros em denunciar os abusos dos ricos, o comércio fraudulento (Os 12,8; Am 8,5), as graves injustiças salariais (Jer 22,13-17).
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