“Vós sois o que permanecestes constantes comigo em minhas tentações. Também eu disponho para vós o Reino, como o meu Pai o dispôs para mim, a fim de que jamais comais e bebais à minha mesa em meu Reino” (Lc 22,28-30).
Uma vez, Jesus entrou no Templo. Tomou as cordas. Derrubou as barracas dos ricos cambistas. Moedas rolavam pelo pavimento, gente se precipitava para apanhá-las, a confusão estava formada! Um escândalo! Quem sabe você e eu lá acharíamos aquilo tudo muito violento, muito impróprio e inoportuno! Sentiríamos ‘espaço vazio”, desolação.
Mas Jesus, muito dono de si, dizia aos humildes vendedores de rolinhas, dons para o sacrifício ritual dos pobres: “Levai isto embora. Não façais mercado da Casa do meu Pai”.
Você e eu, então, lembramos a profecia messiânica: “O zelo por Tua Casa me devora!”. Reconhecemos o Messias! O Filho Único do Pai! Vemos o Templo livre para acolher a piedade dos filhos e filhas de Deus. Não era mais um anexo do Grande Bazar! Voltou a ser, de novo, Casa de Oração de todos! Ficamos consolados! Nós nos alegramos, percebendo como Jesus, tão severo com os banqueiros, sabia ser tão suave e firme com os camelôs, os simples vendedores de rolinhas que, um dia, José comprara para resgatá-lo (Lc 2,24).
Na desolação e na consolação, notando e anotando, pudemos perceber a opção fundamental do Mestre da Vida pelos humildes da terra. Foi aí que nos veio vontade de ser humildes e de servir, na humildade, aos humildes. A nossa linha da vida foi se fazendo evangélica. Estávamos descobrindo e elegendo a vontade do Pai para nós.
Mais tarde, Paulo escreveu à sua igreja: “Não posso louvar-vos” – diz S. Paulo – “vossas assembléias, longe de levar ao que é melhor, elas vos prejudicam. Em primeiro lugar, ouço dizer que, quando vos reunis, o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor. Em parte eu o acredito. É preciso que haja até mesmo cisões entre vós, a fim de que se tornem manifestos entre vós os que são comprovados. Com efeito, cada um se apressa em comer a própria ceia, e, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. Não tendes casa para comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e quereis envergonhar os que nada têm? Não, nisto não vos louvo!” (1Cor 11,17-22).
Depois Paulo escreveu sobre os primeiros cristãos, que durante a refeição, tenham comunhão e libertação.
Meditação:
O Salmo do Bom Pastor fala do banquete que Javé serve aos justos. Canta: “Preparas uma mesa para mim, bem aos olhos do inimigo” (Sl 23,5). A mesa da Páscoa do Cordeiro que ele, Jesus, prepara e oferece aos seus é, como a mesa da família, um lugar de reunião e amor: “Façam isto em memória de mim”.
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