3 de mai. de 2011

PENSAMENTOS


Um monge caminhava um dia pelos jardins do mosteiro, quando ouviu um pássaro cantar. Escutou encantado. Parecia-lhe que nunca antes ouvira, realmente, o canto de um pássaro. Quando a canção parou, voltou ao mosteiro e descobriu,  consternado, que era um estranho para os monges seus companheiros e o mesmo eram eles para si. Foi só aos poucos que ele e os outros monges descobriram que ele voltara depois de séculos. Porque escutara com todo o seu ser e o tempo parara e ele passara à eternidade.
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 Um sábio escreveu: “A oração se torna perfeita quando se descobre o eterno através da clareza de percepção. A percepção se torna clara quando está livre de preconceitos e de toda consideração de perda ou ganho pessoal. Então o miraculoso é percebido e o coração se enche de admiração”.
A felicidade parece não depender dos acontecimentos externos, porém, muito mais, da maneira como os interpretamos, pensando na oração. Trata-se de filosofia antiga atualizada por psicólogos modernos. Constitui também sabedoria tradicional, copiosamente refletida na literatura. Em um célebre diálogo entre o príncipe da Dinamarca, Hamlet e os cortesãos Rosenkrantz e Guildenstern, Shakespeare conferiu expressão clássica a esse princípio universal:
            HAMLET: O que merecestes vós, meus bons amigos, das mãos da Fortuna, a que vos envia ela nesta oportunidade? - GUILDENSTERN: Prisão, meu senhor? - HAMLET: A Dinamarca é uma prisão. - ROSENKRANTZ: Então o mundo inteiro o é. - HAMLET: E boa prisão, a meu ver, na qual existem muitos pavilhões, celas e calabouços, dos quais a Dinamarca é um dos piores. - ROSENKRANTZ: Nós não pensamos assim, meu senhor. - HAMLET: Então para vós não é prisão; porque nada existe bom ou mau; o que assim o faz é nosso pensamento. Para mim, é, de fato, uma prisão. (Ato II, cena II)
Nosso pensamento é o agente que faz com que as coisas sejam para nós agradáveis ou desagradáveis, o que pode fazer de uma prisão um palácio. E todos estamos cansados de conhecer casos em que isso se verifica. O mesmo êxito pode levantar um e arruinar o outro, a mesma desgraça pode afundar um e salvar outro. Depende de como um e outro considerarem os fatos. Evidentemente há limites, e nunca se pode propor precipitadamente fórmulas triunfalistas que prometem a solução de todos os males com um toque mágico. Não existe tal magia na vida. O que existe mesmo é boa vontade, justo entendimento e esforço humilde, porém organizado, para encontrar caminhos mais abertos na vida e alegria mais intensa no caminhar. Nisso, unimo-nos ao esforço antigo e moderno para melhorar nosso peregrinar por este mundo.
Em um quadro com um peixe na parede havia abaixo um texto: “Se eu tivesse ficado com a boca fechada, não estaria aqui”. Vamos, porém, abrir nossas mentes com pensamentos de Deus.

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