3 de jul. de 2011

VERDADEIROS FARIZEUS


Certo amigo meu causava-me admiração por desejar mostrar aos seus vizinhos o quanto ele era santo. Chegou até a vestir-se de acordo com esta intenção. Sempre imaginei que uma pessoa verdadeiramente santa, não precisa mostrar isto a ninguém: já salta aos olhos. Meu amigo, porém, estava decidido a ajudar seus vizinhos a perceberem sua santidade. Chegou até a organizar um grupo de discípulos para mostrar, também eles, a santidade que diziam ter. Chamavam isto de dar testemunho.
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Passando ao lado de uma rosa, desabrochando em branca maravilha, não me pude conter e assim lhe disse: “Ah, como você é linda, flor querida! E como deve ser belo também o Deus do Céu que assim criou você!” Corou a flor; jamais se dera conta da sua própria esplêndida beleza e causou-lhe prazer saber que, nela, era glorificado o Criador. Mas bela ainda ela ficava pelo fato de não julgar-se bela nem atrair meus olhos para si. Mais adiante, porém, vi outra flor que me estendia as pétalas lindíssimas e me dizia, quase sem pudor: “Olhe a minha beleza e glorifique o Eterno Deus que assim bela me fez!” Eu fiquei desgostoso e me afastei.
Quando eu me proponho a edificar o que pretendo, é para impressionar os outros. Eis aí um fariseu bem intencionado!
Certa velhinha muito religiosa, estando fortemente insatisfeita com religiões e outros cultos existentes, fundou a sua própria religião. Chegou um jornalista, interessado em conhecer a sua opinião sobre um magno problema e assim lhe disse: “Será verdade mesmo que a senhora, conforme diz o povo por aí, acredita, de fato, piamente, que ao céu só chegarão duas pessoas: a senhora e a sua empregadinha?” / “Bom...”, disse a velha, enquanto refletia, “... não tenho ainda lá muita certeza a respeito da minha empregadinha!”
Assim o povo fica aborrecido com muitas pessoas que pregam e acham que a Santidade está somente com eles. Muitas vezes os pregadores esquecem que Deus é incompreensível. Ele É. Ele Existe. É Amor e Santo... Santo... Santo.
Lembra da estória do Mestre Iluminado que se sentava ao lado do rio contemplando a Divina Majestade? Os jovens gostavam muito dele. Um dia, Joãozinho chegou e colocou uma pérola de cada lado do Mestre, que nem notou. De repente uma das pérolas caiu no rio e Joãozinho pulou para pegá-la. Após muitas tentativas ele perguntou ao Santo Mestre em que local caiu a pérola. O Santo jogou a outra pérola dizendo: “Exatamente aí.”
A verdadeira santidade não é mostrada pelas belas vestimentas, belas palavras e tão pouco pela sedução dos falsos fariseus. 

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