Um sapateiro veio ao Padre João e disse: “- Diga-me o que devo fazer na minha oração matinal. Meus fregueses são homens pobres que só têm um par de sapatos. Apanho seus sapatos no fim da tarde e trabalho neles a maior parte da noite; de madrugada ainda há trabalho a ser feito, para os homens terem os sapatos consertados antes de irem trabalhar. Agora minha pergunta é: o que devo fazer na minha oração da manhã?”
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“-O que tem feito até agora?” Perguntou o Padre. “-Às vezes, faço a oração rapidamente e volto ao trabalho, mas aí me sinto mal por causa da pressa. Outras vezes, deixo passar a hora da oração. Então, também tenho uma sensação de perda e, de vez em quando, ao levantar a sola dos sapatos, quase posso ouvir meu coração suspirar: “-Que azarado sou, pois não consigo fazer minha oração da manhã”. Respondeu o Padre: “-Se eu fosse Deus, valorizaria mais esse suspiro do que a oração.”
Deus, infinitamente sábio, não podia deixar de me propor um fim ao criar-me. Esse fim está definido nas seguintes palavras de Santo Inácio: “Para louvar, reverenciar e servir a Deus Nosso Senhor”.
Louvar é reconhecer as prerrogativas do semelhante. O reconhecimento de Deus se faz pela adoração, confirmando que Ele é o ser supremo, a bondade infinita, a origem primária de todos os bens.
Reverenciar a Deus é por em prática o reconhecimento dele ser nosso supremo Senhor. Essa reverência nos obriga a andar sempre em Sua presença, a dar-Lhe as devidas graças por sua paternal providência e a entregar-nos incondicionalmente à sua vontade.
Servir a Deus é submeter praticamente nossa vontade à vontade divina e executar fielmente o que nos for mandado. A vontade divina é-nos manifestada pela lei natural, pela lei positiva do Decálogo, pelos deveres de nosso estado, pelas disposições da divina Providência nas várias circunstâncias da vida.
Sobre estes três modos de servir a Deus, devemos observar que o primeiro – louvar – é facílimo; o segundo – reverenciar – também não oferece grande dificuldade. O servir é o mais difícil. Servir a Deus seja gloriosíssimo e o entendimento sabe o que Deus quer e procuramos sempre fazer a vontade Divina.
Ao perguntarem a Machado de Assis: “-Como posso ser um grande escritor?” ele respondeu: “-Escreva, escreva, escreva.”
Faça a vontade de Deus, servindo, servindo, servindo.
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